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O zoo e suas curiosidades, lendas e mistérios ainda não revelados
20 de outubro de 2018, sábado. Há 6 anos
Ver Sorocaba/SP em 2018
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Meados de 1970, dois vigilantes recém-contratados, trabalhavam no terceiro turno do Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros”. Em meio ao silêncio, que era quebrado apenas por cantos das cigarras, por volta da meia-noite, faziam a tradicional ronda pelo recinto quando, nas proximidades de onde estão localizadas as jaulas dos felinos, um deles, repentinamente adormece, em pé, apenas apoiado num dos muros. O outro, já assustado com o fato, olha para o lado onde mais adiante está o antigo casarão onde funciona o Museu Histórico Sorocabano (MHS) e, naquele momento, passa a ver a imagem de um homem vestido com roupas brancas, charuto na boca e chapéu na cabeça vindo em sua direção.

Atônito, o vigilante tenta acordar o amigo, em vão. Então, decide correr sem rumo. Minutos depois encontra o amigo que não se lembra de nada, nem se quer de ter adormecido. No dia seguinte decidem procurar pelo então administrador do Zoo para contar o fato. Quando este recebe a descrição das características do tal homem de branco, o administrador então se dá conta de que, misteriosamente, são as mesmas do antigo dono da chácara e último morador do casarão, construído por escravos em 1780, onde hoje funciona o parque, Joaquim (Quinzinho) Eugênio Monteiro de Barros.

Ao comemorar os 50 anos de implantação em Sorocaba, o Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros” também coleciona causos, curiosidades e lendas, com as contadas acima, vivenciadas por funcionários e ex-funcionários, capazes de provocar arrepios até mesmo naqueles que se consideram mais céticos.

Mistérios, que poucos sorocabanos conhecem, mas que são lembrados com detalhes por aqueles que testemunharam e administraram o parque logo de sua fundação, entre as quais a historiadora Sônia Nanci Paes, que atuou como diretora do museu entre 1998 e 2013 e que atualmente é responsável pelo Casarão de Brigadeiro Tobias, que fica no bairro que leva o mesmo nome. “São muitas histórias contadas por ex-funcionários que haviam dito, à época, terem presenciado os fatos. Inclusive eu, que vou relatar mais adiante…”, conta, em clima de mistério.

Como na fotografia

Sônia lembra de outros casos na qual classifica como misteriosos. Entre eles, a de também dois vigilantes estavam na portaria principal do parque, no período da noite, quando perceberam que uma das janelas do Museu Histórico Sorocabano estava aberta e a lâmpada, amarela incandescente, de um lustre pendente desse cômodo, acesa.

Eles então, conta a historiadora, decidiram ir até para fechar e apagar a lâmpada. Quando estavam se aproximando perceberam que, curiosamente, a janela estava fechada e a lâmpada apagada. Ao retornarem ao posto, o susto: a janela novamente aberta e a luz acesa.

Com medo, os vigilantes não retornaram e, ao final do turno, já pela manhã, decidiram se reunir com o diretor do MHS, o historiador Adolfo Frioli. “Adolfo então mostrou aos vigilantes que não havia nada de errado, pois as lâmpadas do museu – que no período noturno fica com as portas e janelas trancadas e que estes (os vigilantes) não conheciam internamente – eram fluorescentes.

Agora vem a parte que chama muito a atenção e nos faz refletir. Anos depois encontramos em nosso acervo uma foto que retrata aquele cômodo do casarão, que se tratava do quarto do senhor Quinzinho e sua esposa Hortência. Havia o mesmo lustre com o tipo de lâmpada descrito pelos vigias, que também faziam pouco tempo que estavam trabalhando. Por conta desses casos os vigilantes não ficavam muito tempo, porque tinham medo
”, disse e completou: “Outra lenda que nos chegou era de que os vigilantes viam vultos de animais soltos no zoo, inclusive de uma onça pintada.”

"‘Fantasma das 15h40"

A historiadora conta que ela própria, assim como também historiador e ex-diretor do MHS Adolfo Frioli, presenciaram “casos estranhos” e, por assim dizer, sobrenaturais, que aconteciam diariamente, em plena luz do dia. Para testemunhar a veracidade, lembra que chegavam a chamar outros funcionários do zoo, já que os da administração e estagiários do museu já haviam presenciado tal fato, que recebeu por eles o nome de “Fantasma das 15h40”.

Isso porque, diariamente, nesse exato horário, conta a historiadora, todos os funcionários que trabalhavam na administração do museu e aqueles que estavam no local naquele momento, escutavam um barulho semelhante a batidas de martelo vindos do forro do telhado. “No começo achamos que era estalos da madeira, mas depois percebemos que o som era diferente.

Parecia que alguma manutenção estava ocorrendo no teto, mas essas batidas duravam poucos minutos. Nós nunca fomos checar no telhado, mas era algo muito estranho. E, outra curiosidade: o barulho que fazia no teto era onde funcionava a administração, justamente o local onde serviu de quarto do casal Quinzinho e Hortência. Isso chamou muito a nossa atenção. São causos, fatos e lendas que são mistérios, mas que fazem parte da história do zoo e do museu, mas que poucos conhecem”, conta Sônia.

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