ESPANHÓIS, DO RIO GRANDE DO SUL (1774 - 1778) data da consulta
10 de fevereiro de 2024, sábado.
Ao visitarmos o Arquivo da Cúria Metropolitana de Porto Alegre seu diretor, padreRubem Neis, chamou-nos a atenção para o número anormal de óbitos militares paulistas,ocorridos em Porto Alegre,de 2 de março a 9 de dezembro de 1776. Período imediatamenteanterior e posterior à conquista da Fortaleza de Santa Tecla, no final de março, e reconquistada Vila de Rio Grande, em 1º de Abril de 1776, depois de 13 anos em poder da Espanha.Pelos dados até então disponíveis, Porto Alegre nesta época era guarnecida por umaCompanhia do Regimento da Ilha de Santa Catarina. De posse dos registros de óbitosgentilmente paleografados pelo falecido amigo Prof. VINITIO STEIN CAMPOS, do InstitutoHistórico e Geográfico de São Paulo e que foi consagrado como o semeador de museus e oimplantador da rede de museus históricos de São Paulo, passamos a esclarecer fatosrelacionados com os 95 óbitos de militares paulistas ocorridos no período considerado.Após pesquisas, concluímos tratar-se de 89 óbitos ocorridos no Regimento de Infantaria deSão Paulo e de 6 outros, particularmente na Legião de Voluntários Reais São Paulo.Estas unidades haviam sido recrutadas por ordem de Lisboa e pelo Governador de SãoPaulo, e que assumira o Governo em junho de 1775 - o Brigadeiro Martim Lobo de Saldanha,que governou São Paulo de 1775 a 1782, onde contraiu matrimônio com a dama paulista D.Maria Ana Bueno.Em janeiro de 1776, deixaram São Paulo com destino a Porto Alegre, por terra e mar, osRegimentos de Infantaria de São Paulo e a Legião de Voluntários Reais de São Paulo. Eramintegradas por muitos filhos dos atuais Paraná e Santa Catarina.Ao início de março, o Regimento já se encontrava em Porto Alegre, bem como parte daLegião. E ambos em condições de reforçar as fronteiras do Rio Pardo e do Rio Grande, cujastropas, integrantes do Exército do Sul, menos de um mês depois conquistaram,respectivamente, a Fortaleza de Santa Tecla, na campanha, e a Vila de Grande no litoral. Asduas unidades paulistas, com um efetivo em torno de 2.000 homens, representaram cerca deum terço das tropas do Exército do Sul, este o responsável pela reconquista do Rio Grande doSul em 1776 e a definição de seu destino brasileiro, consolidado diplomaticamente peloTratado de Santo Ildefonso de 1º de outubro de 1777.Evocaremos os óbitos de militares paulistas em Porto Alegre e fatos relacionados com osmesmos, como uma homenagem a todos os militares paulistas que participaram, de 1722 a1821, do processo de exploração, reconhecimento, conquista e integração do Rio Grande doSul à comunidade brasileira, fatos relevantes de nossa História Militar, pouco pesquisados edivulgados. E, finalmente, por ser episódio de nossa História Militar Terrestre, relativo àtradição militar de São Paulo da qual, hoje, o Comando Militar do Sudeste,CMSE,orgulhosamente é herdeiro e repositório na parte de São Paulo e , na parte do Paraná e SantaCatarina o Comando Militar do Sul CML . O Paraná e Santa Catarina , na época, fazendo parte da Capitania de São Paulo epossuindo expressivas guarnições em Paranaguá e Curitiba e, muitos de seus filhos,integraram o Regimento de Infantaria e a Legião de Voluntários Reais de São Paulo.REGIMENTO DE INFANTARIA DE SANTOS Integrantes desta unidade haviam integrado o Exército Demarcador do Tratado deMadrid de 1750, ao comando do General GOMES FREIRE DE ANDRADE, Governador eCapitão General de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (1733-1762), e que percorreu oatual Rio Grande do Sul de 1751 a 1755, em atividades demarcatórias e no combate aosíndios missioneiros, liderados por jesuitas na Guerra Guaranítica (1754-56). Estudei a açãodeste Exército Demarcador na História da 3ª Região Mlitar 1808-1889 e Antecedentes. Além de paulistas do Regimento de Santos, o referido Exército foi integrado por duasCompanhias de Aventureiros paulistas que então prestaram assinalados serviços comoVanguarda do mesmo, No período de 1765-1775, em São Paulo, s [Página 3]