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Henrique II de França. Consulta em Wikipédia
31 de maio de 2024, sexta-feira.
Henrique II (Saint-Germain-en-Laye, 31 de março de 1519 – Paris, 10 de julho de 1559) foi o Rei da França de março de 1547 até sua morte.[1] Segundo filho de Francisco I, tornou-se Delfim de França após a morte de seu irmão mais velho Francisco III, Duque da Bretanha, em 1536. Foi casado com Catarina de Médici, da Casa de Médici, com quem teve dez filhos.

Sucedeu as políticas de seu pai em assuntos ligados à arte, guerra e religião. Perseverou nas Guerras Italianas contra a Casa de Habsburgo e tentou suprimir a Reforma Protestante assim como os huguenotes se tornaram cada vez mais uma grande minoria na França durante o seu reinado.O Tratado de Cateau-Cambrésis (1559), que pôs fim às Guerras Italianas, teve resultados mistos: a França renunciou suas pretensões de territórios na Itália, mas ganhou alguns outros territórios, incluindo o Pálido de Calais e os Três Bispados. Seu país não conseguiu mudar o equilíbrio de poder na Europa, já que a Espanha continuou a ser o único poder dominante, mas se beneficiou da divisão das participações de seu governante, Carlos V, e do enfraquecimento do Sacro Império Romano, que o imperador também governou.

Henrique sofreu uma morte prematura em um torneio de justa para celebrar a Paz de Cateau-Cambrésis, na conclusão da Oitava Guerra Italiana. Seu cirurgião, Ambroise Paré, não foi capaz de curar a ferida infecciosa infligida por Gabriel de Montgomery, o capitão de sua guarda escocesa. Por sua vez foi sucedido por três de seus filhos, cujos reinados ineficazes ajudaram a impulsionar as consequências assustadoras das guerras religiosas francesas entre protestantes e católicos.

Reinado

Seu reinado está marcado pela perseguição aos protestantes franceses (huguenotes) e por guerras com Áustria. Henrique II foi ávido caçador e frequentador de torneios e por essa paixão morreria. Ficou famosa sua ligação a Diana de Poitiers, pela qual sentia fascínio. Tinha 14 anos quando, em 1533, se apaixonou por ela, vinte anos mais velha, esposa do condestável Louis de Brézé. Diana se encarregou de sua educação sentimental e exerceu forte influência, mesmo quando foi rei. A florentina Catarina de Médicis, com quem se casou meses mais tarde, acomodou-se à situação, recebendo, mesmo, conselhos de Diana, que a tratava com consideração. Catarina, ao nascer, perdera sua mãe, Madalena de La Tour de Auvérnia, morta de sobreparto. O pai morreu tuberculoso, semanas depois. Era sobrinha neta do papa Leão X e de seu sucessor o papa Clemente VII, também Médicis, com o qual Francisco I desejava se aliar, restaurando a paz entre a França e o papado. Clemente VII realizou uma missa suntuosa, deu-lhe um banquete seguido de baile de máscaras. Morreu em 1534 - e seu sucessor no papado abandonou a França em favor dos Habsburgos.

A profecia de Nostradamus

Para evitar ser acusado de feitiçaria pela Inquisição, Nostradamus, contemporâneo de Henrique II, previu e escreveu, em linguagem metafórica, numa mistura desconcertante de anagramas, símbolos, francês antigo, latim e outras línguas, como se daria a morte do rei. Ele tentou alertar Catarina de Médicis, sua esposa, sobre o acidente que em breve ocorreria com o seu marido, mas esta preferiu se calar. Essa confusão propositada tem originado uma curiosa e variada série de interpretações das suas profecias.

Sobre Henrique II de França ele escreveu:

O jovem leão vencerá o velhoNo campo de batalha num único combateTrespassar-lhe-á os olhosNa sua jaula de ouroDuas feridas numa, padecerá de uma morte cruel

A profecia cumpriu-se 4 anos mais tarde, em 1559, quando Henrique, cujo emblema heráldico ostentava um leão, traçou uma luta amigável com um jovem oficial de nome Montgomery, capitão da Guarda Escocesa do Rei Francês. A Lança de Montgomery atravessou acidentalmente a viseira do elmo dourado que Henrique ostentava (a jaula de ouro), ferindo-o na vista e na garganta. O soberano morreu, após 10 dias de agonia. Ardeu em febre chamando, em vão, pelo nome de Diana de Poitiers que, depois do ferimento de seu bem amado, foi proibida pela rainha, Catarina de Médicis, de vê-lo novamente.

Morte

Henrique II organizou grandes festas em Paris em 30 de Junho de 1559 para comemorar dois casamentos: o de sua irmã Margarida com Emanuel Felisberto, duque de Saboia, e o de Isabel, sua filha, com Filipe II de Espanha. A multidão chegou ao Hôtel des Tournelles para assistir ao torneio, em que o rei venceu os duques de Nemours e o de Guise. Contente, quis um terceiro assalto.

O dia estava cheio de maus presságios, Catarina estava perturbada com as previsões de Nostradamus. Nostradamus predisse uma morte atroz. O adversário do rei era Gabriel de Montgomery (1530-1574) capitão de sua Guarda Escocesa, Conde de Lorge. Diana de Poitiers assistia o torneio totalmente apreensiva e preocupada, chegando a pedir a Henrique que desistisse.

Henrique insistiu e foi adiante. Os dois se chocaram com violência, o rei quase cai, e, furioso, exige um segundo desafio. Montgomery quer se declarar vencido, a rainha suplica-lhe não continuar. Diana de Poitiers também interfere pedindo-lhe para não seguir. Henrique não muda de posição. A lança do escocês penetra na viseira de seu elmo, perfurou seu olho, uma lasca tocou o cérebro do rei e nem Ambroise Paré conseguirá salvá-lo. O rei morreu após uma agonia de 10 dias de grande dor, sem poder se despedir do grande amor da sua vida: Diana de Poitiers, aos 40 anos, em 10 de Julho de 1559. Suas últimas palavras foram: Que meu povo persista e se mantenha na fé. («Que mon peuple persiste et demeure dans la foi.») Foi sepultado em Basílica de Saint-Denis na França.

O poeta Du Bellay escreveu sobre sua morte

Hélas, il fut occis de l‘éclat d‘une lance,Lui qui en guerre était d‘indomptable vaillance,Mais, devant que mourir, il avait si bien fait,Qu‘il avait de son temps le siècle d‘or refait,Tant aimé d‘un chacun, pendant qu‘il fut en vie,Que les Dieux même étaient pour lui porter vie ...Mettez sur son tombeau en gravure profonde:"Ci gît le roi Henri, qui fut l‘amour du monde."E o poeta Ronsard:

En regardant de toutes parts ici,Je ne vois rien que larmes et souci:Toute tristesse a sa mort ensuivie.Ses serviteurs portent noire couleurPour son trépas, et je la porte au cœurNon pour un an, mais pour toute la vie.

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