Sorocaba lidera ranking de mortes no trânsito em SP. Por Beatriz Falcão, em jornalcruzeiro.com.br
12 de junho de 2024, quarta-feira.
Sorocaba é a cidade com maior taxa de mortalidade no trânsito do Estado de São Paulo, com 110 óbitos nos últimos 12 meses - um índice de 15 mortes a cada 100 mil habitantes. Os dados são do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga-SP), gerenciado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP), que apontam para o crescimento de fatalidades no trânsito.
A análise leva em consideração municípios do Estado de São Paulo com população acima de 300 mil habitantes. Neste cenário, Sorocaba lidera o ranking, seguido por Campinas e Praia Grande, com uma taxa respectiva de 14,47 e 14,32 por 100 mil habitantes. A taxa média estadual é de 13,13, enquanto a capital aparece apenas na 21ª colocação, com taxa de 8,57 mortes para cada grupo de 100 mil moradores.
O Infosiga-SP se baseia na triagem de boletins de ocorrências da Polícia Civil para o cálculo das estatísticas relativas a óbitos no trânsito. Somente nos quatro primeiros meses de 2024, foram registrados 45 acidentes fatais, superando os números do primeiro semestre de 2023, de 43 ocorrências.
Conforme divulgado pelo Cruzeiro do Sul, abril foi o mês mais letal no trânsito sorocabano em 10 anos, com 18 óbitos registrados. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o número triplicou. Em 2023, aconteceram apenas seis óbitos no respectivo mês. Para o advogado Renato Campestrini, especialista em trânsito, desde que as regras de trânsito sofreram a flexibilização no pós-pandemia, o número de óbitos tem aumentado.
“Com a maior tolerância das regras de trânsito, temos nas vias a sensação de que nada irá acontecer e alguns condutores se sentem confortáveis ao cometer deslizes como avançar o sinal vermelho, exceder o limite de velocidade, conduzir manuseando o celular, realizar conversão em locais proibidos, infrações mais corriqueiras com alto potencial de riscos de sinistros de trânsito”, aponta Campestrini.
Perfil das vítimas
Apesar de um aumento significativo de mortes decorrentes de acidentes de trânsito, algumas tendências permanecem. A maioria das fatalidades, neste ano, aconteceu com homens, que representam 71% dos óbitos, na faixa etária de 25 a 29 anos, em vias municipais (71,1%). Os tipos de ocorrência, por sua vez, foram 15 colisões, 11 atropelamentos e oito choques. Outros sete desastres foram por causas diversas, enquanto quatro não foram identificados.
Segundo o Infosiga-SP, as principais vítimas são condutores. Do total de óbitos deste ano, 28 eram responsáveis pela condução do veículo, 11 eram pedestres, cinco passageiros e um não foi identificado.Para reverter o cenário, Campestrini enxerga que é necessário incentivar o respeito às regras de forma voluntária por parte dos condutores por meio da fiscalização.“Seja com a presença de agentes de trânsito, autoridade de trânsito nas vias, ou até mesmo por meio de sistemas tecnológicos como videomonitoramento, radares ou mesmo drones”, elenca o especialista. “Essa foi a estratégia adotada por países e localidades que conseguiram reduzir o número de óbitos no trânsito”.Locais perigososEm Sorocaba, de acordo com a Secretaria de Mobilidade (Semob), as vias urbanas com maior registro de ocorrências de trânsito em 2023 foram as avenidas Ipanema, Itavuvu, Dom Aguirre, Doutor Afonso Vergueiro e São Paulo.Para mudar essa situação, a Semob informa que tem atuado em três vertentes: engenharia de tráfego, fiscalização e educação para o trânsito. “O condutor, assim como o pedestre, sempre deve respeitar a sinalização de trânsito e dirigir com toda responsabilidade, como forma de contribuir para um trânsito sempre mais seguro para todos aqueles que compõem a mobilidade urbana”, destacou a pasta em nota enviada ao Cruzeiro do Sul.
