Francisco Xavier da SilvaNascimento: 1759Origem: Caparica, PortugalNasceu em 1759, na freguesia de Caparica, no concelho de Almada, em Portugal.Também chamado de Francisco Xavier da Silva Lisboa. Francisco não se casou, mas teve filhos naturais. Não se sabe o nome da mãe de seus filhos. Francisco possuía grandes fazendas de criação de gado, e vivia "do negócio de tropas".Possuía também, entre seus bens em Sorocaba, um "armazém de fazenda seca" na Rua das Tropas (em sociedade com seu genro Francisco José de Mattos). Este armazém vendia tecidos, roupas, sapatos, ferramentas, artigos de selaria, papéis e outros itens diversos. Contíguas ao armazém, Francisco possuía mais três moradas de casa, com mobília e objetos domésticos, além de 15 escravos e 24 contos de réis em moedas de prata e cobre.No final do século XIX, mudou-se de Sorocaba para a vila de Castro, no Paraná.Por volta de 1800, adquiriu a fazenda Caxambu, em Castro, comprada de diversos herdeiros, em um total de cerca de 1.800 hectares. Esta fazenda ficou famosa por ter hospedado o naturalista francês Saint-Hilaire por cinco dias.Na descrição de Saint-Hilaire: "A Invernada ou Fazenda Caxambu fica situada na encosta de um morro, ao pé do qual passa um riacho; o morro do lado oposto mostra uma verdejante relva, e na sua encosta vê-se um bosque de araucárias, cuja folhagem escura contrasta com o alegre verde dos pastos vizinhos". E descreve os "jardins demarcados por roseiras, todas enfileiradas, contrastando na cor, ao fundo, com as folhas escuras dos limoeiros e laranjeiras, figueiras e variadas árvores frutíferas selecionadas, devidamente alinhadas, cercadas de muros artisticamente construídos, além da horta, junto da casa, também cercada, com canteiros bem tratados e couves simetricamente plantadas".E Saint-Hilaire continua: "O Senhor Xavier da Silva não devia ser um homem comum, vencendo os inúmeros obstáculos que lhe haviam imposto a Natureza e os seus semelhantes. Ele tinha formado no meio do sertão uma fazenda que teria sido considerada muito aprazível mesmo num país civilizado, tinha sabido ensinar e dirigir os seus empregados, devendo a si mesmo tudo o que havia feito, por assim dizer, pois não dispunha de nenhum modelo que pudesse seguir. Desnecessário é dizer que esse fazendeiro era português".Em 1803, Francisco era proprietário e morador na fazenda Caxambu há pouco tempo. Na ocasião, possuía "apenas" 60 cabeças de gado e cinco escravos, além de dois capatazes.Francisco ao longo dos anos diversificou seus negócios, acumulou muitos bens, conquistou prestígio, e se tornou um dos homens mais ricos da região de Castro, no Paraná.
Em 1829, quando faleceu, possuía 65 escravos em sua fazenda, e outros 15 escravos em Sorocaba, o que na época representava considerável riqueza. Além disso, possuía mais de 1500 cabeças de gado na fazenda Caxambu. O total dos bens arrolados em seu inventário chegou a quase 110 contos de réis, entre os quais constavam: * 1 relógio de fábrica, * 1 corrente de ouro, 1 rosário de ouro, 2 pares de fivelas de ouro, 2 balanças de pesar ouro, * 2 coroas e 1 esplendor de prata, 24 casais de colheres e garfos de prata, 24 facas de prata, 3 bules e um açucareiro de prata, 4 copos de prata, 3 tesouras de prata, 6 castiçais de prata, 3 esporas de prata, 1 par de estribos de prata, 2 chapeados de prata, 5 imagens de santos de prata, * 10 dúzias de pratos, 1 dúzia de xícaras com pires, 2 bules de louça pintada, 2 aparelhos de chá, 4 sopeiras, 20 tigelas, 4 pires de louças azuis, 18 copos de vidros, 19 cálices, 2 bacias brancas com jarros brancos, 25 garrafas, 1 caixa pequena com 8 garrafas, 16 frasquinhos, * 4 pratos de estanhos, 9 bandejas, 1 moinho de café, 4 tachos, 3 panelas de ferros, 2 cafeteiras de ferro, * 2 mesas de jacarandá, 15 mesas, 2 camas, 8 cadeiras, 1 tear e 9 rodas de fiar, * 10 libras de pólvoras, 22 espingardas, * 3 livros pequenos, * enxadas, machados, foices, martelos, * 2 carros, * muitas roupas: coletes, ceroulas, meias de sedas, ponchos, camisas, casacas, lenços finos, cobertores, colchas, lençóis, côvados de pano, peças de linhos e casimira, * dinheiros em moedas de pratas e de cobre, 720 oitavas de pratas, * mais "uma infinidade de miudezas", dentre as quais um urinol.Em seu testamento, Francisco concedeu liberdade a sete de seus escravos.Francisco faleceu em 1829, em Castro, PR. O nome da fazenda Caxambu foi mais tarde incorporado como sobrenome de família em alguns de seus descendentes. Foi pai de dois filhos e uma filha:1.1. Maria José da Silva, casada em 1857, com Francisco José de Mattos, nascido em Sorocaba.1.2. David Antonio Xavier da Silva, nascido em Sorocaba. Casou-se com Generosa do Monte Carmelo, nascida em 1836, filha de Bonifácio José Dias da Silva e de Anna Luísa Novaes do Canto. Generosa faleceu em 1911. Em 1830, David herdou de seu pai a fazenda Caxambu.Em 1855, era proprietário das fazendas Barreiros, Boa Vista e Gregório. Davi e Generosa foram pais de:2.1. Doutor Francisco Xavier da Silva. Francisco foi Presidente da Província do Paraná por três mandatos.1.3. Firmino Xavier da Silva, nascido em Sorocaba. Firmino foi rico tropeiro no Paraná. No inventário de sua esposa, declarou possuir "uma tropa de 354 mulas chucras e 58 mulas mansas", além de cangalhas e demais utensílios.
Maria José da SilvaNascimento: ~ 1800Origem: Sorocaba, SPNasceu por volta de 1800, provavelmente em Sorocaba, SP.Filha natural do português Francisco Xavier da Silva e da brasileira [...].Casou-se com Francisco José de Mattos.Foi mãe de três filhos e sete filhas, citados acima.