Bartolomeu Marchionni (final do século XV ao início de XVI) foi um banqueiro e mercador florentino[1] estabelecido em Lisboa durante a era dos descobrimentos.Marchionni chegou a Lisboa por volta de 1468, como agente dos Cambini. No decorrer de uma longa carreira tornou-se o mais bem sucedido dos comerciantes[2] e um dos homens mais ricos de Lisboa. Foi o principal comerciante de açúcar das ilhas da Madeira e participou extensivamente nas viagens para as costas da Guiné, do Brasil, do comércio da Madeira, financiando também várias viagens à Índia [3]. Numa iniciativa privada em consórcio com D. Álvaro de Portugal e Sernigi Girolamo, Marchionni enviou um navio na segunda armada enviada à Índia, que em 1500 descobriu o Brasil sob o comando de Pedro Álvares Cabral.[4] Em 1501 financiou a terceira armada portuguesa à Índia, numa iniciativa privada conjunta com D. Álvaro de Bragança [5]. A pequena frota de quatro navios partiu de Lisboa a 9 ou 10 de Março de 1501, sob o comando de João da Nova, tendo Diogo Barbosa como agente de D. Álvaro. Estabeleceram uma feitoria (pós negociação) em Cananor, aí deixando um feitor.Marchionni foi amigo de Américo Vespúcio sobre o qual escreveu, após regressar de Sevilha, que este "tinha tido muito trabalho e pouco benefício". Foi sucedido pelo seu filho Pêro Paulo Marchionni, ele próprio um armador. Em 1503 na frota para a Índia de Francisco e Afonso de Albuquerque, Giovanni da Empoli foi enviado como um agente comercial das empresas Gualterroti e Frescobaldi e também de Bartolomeo Marchionni.Na obra “Escravidão” (vol. I, Globo Livros, Rio de Janeiro, 2019), o autor Laurentino Gomes menciona que Bartolomeu Marchionni, mercador Florentino, banqueiro em Lisboa e dono de fazendas de cana-de-açúcar no arquipélago da Madeira, traficava escravos, tendo financiado as principais expedições portuguesas da época. Entre o final do século XIV e o início do século XV, Bartolomeu Marchionni detinha o monopólio do tráfico de escravos na costa do Benim. Segundo o historiador David Bruno Davis, ainda na Idade Média, a família Marchionni já estava envolvida no tráfico de escravos brancos da região do Mar Negro para o Mediterrâneo, portanto, bem antes do início das grandes navegações portuguesas na costa da África.