Cremos que a fatídica expedição do jovem rei D. Sebastião, sorvedouro de inúmeras vidas, e as lutas dos espanhóis nos Países Baixos, criaram condições para que muitos judeus de incorporassem à expedição de Diogo Flôres de Valdés, em 1583, como recurso escapatório. Haja vista que em todos os portos onde escalou deram-se casos de fuga. A hipótese é confirmada, igualmente pelo que se passou com a viagem do governador D. Francisco de Sousa ao subir a São Paulo com objetivos mineralógicos. Ao empreendimento ligaram-se, entre outros, o capitão Diogo Gonçalves Lasso, marido da judia Guiomar Lopes, recém-autuada pelo inquisidor Furtado de Mendonça, o genro Pedro Arias de Aguirre, o alferes Jorge João e o engenheiro Geral Betting, que se casaram com mulheres de linhagem cristã-nova, o cirurgião José Serrão, futuro genro de Fernão Dias Pais, o meirinho das minas Gaspar Gomes Muacho e outros, e com certeza o mesmo teria ocorrido em 1608, quando, pela segunda vez,, regressou ao Planalto a fim de prosseguir no intento. [Página 128]