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5 de outubro de 2024, sábado.
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Capitão-mor Diogo Pinto do RegoNascimento: ~ 1645Origem: Lisboa, PortugalNasceu por volta de 1645, na freguesia de Magdalena, em Lisboa, em Portugal.Foi o mais velho dentre os dois filhos de Antonio Pinto do Rego e de Isabel do Rego. Diogo serviu em Portugal como militar, de Maio de 1665 a Outubro de 1667. Foi Praça de cavalaria e Tenente de companhia. Participou da batalha de Montes Claros e de outras na Galícia, chegando ao posto de Capitão da infantaria. Terminada a guerra contra Castela, mudou-se para o Brasil.Recebeu o posto de Capitão no Rio de São Francisco, cargo que ocupou por três anos, onde participou de ações militares ligadas à luta contra o quilombo de Palmares.Em São Vicente, deu apoio aos preparativos para a expedição destinada a fundar a colônia portuguesa de Sacramento.Foi Capitão-mor da Capitania de São Vicente e São Paulo de 1678 a 1684. Exerceu esse cargo "com grande zelo, merecendo elogios por sua atuação". Casou-se em Santos, SP, com Maria de Brito e Silva, filha do bandeirante Capitão Domingos de Brito Peixoto e de Anna da Guerra Prado. Dentre os episódios mais notáveis ocorridos na capitania de São Vicente em fins do século XVII, está a disputa surgida entre o provedor Timóteo Corrêa de Góes e o Capitão Diogo Pinto do Rego. O Capitão, desafiando uma ordem do provedor, mandou soltar da prisão um amigo seu, de nome José Pinheiro. O provedor, então com apenas 14 anos de idade, mas apoiado por influentes amigos e familiares, dirigiu-se a São Vicente, disposto punir o aberto desafio à sua autoridade. Assim narrou Pedro Taques o episódio:"Entre algumas ações memoráveis acontecidas na capitania de São Paulo no século décimo sétimo, quando ainda a capitania se chamava de São Vicente, foi célebre o rompimento acontecido na vila de Santos poucos dias depois de haver tomado posse Timótheo Corrêa de Góes. Estava Dona Ângela de Siqueira, mãe do provedor Timótheo, já casada com Pedro Taques de Almeida, cavalheiro Fidalgo da Casa Real, que tinha ocupado o mesmo cargo de provedor contador e juiz da alfândega por nomeação da própria mulher, pelo privilégio que a ela fora concedido por D. Affonso VI. Foram de São Paulo com grande roda de parentes acompanhar a Timótheo Corrêa que ia tomar posse na vila de Santos da propriedade de seu ofício de provedor e contador da Fazenda Real, e juiz da alfândega do porto daquela vila. Porque estava chegada a festa da páscoa da ressurreição, se recolheram a São Paulo; e o provedor deixou o seu escrivão com comissão para despachar as cargas que viessem para a casa da alfândega.""Estando já todos em São Paulo, entrou no porto de Santos uma embarcação, vinda do Rio de Janeiro, em que vinha uma caixa cuja marca devia pagar 480 réis, que se distribuem com igualdade pelo juiz, escrivão e meirinho da dita alfândega. Pertencia dita caixa a um José Pinheiro, homem casado e morador em Santos, o qual veio a ser sogro de Manoel Gonçalves de Aguiar e foi pessoa de tratamento cabedais e respeito. Considerando José Pinheiro que o novo provedor e juiz da alfândega era um menino pelos seus poucos anos, e se achava ausente em São Paulo, com resolução de despotismo tirou a caixa, que pelo seu limitado volume podia caber debaixo do braço, e não quis pagar os 480 réis. Deste procedimento deu o escrivão conta ao provedor Timótheo Corrêa; e considerada esta ação, com as circunstâncias que se deviam acautelar para o futuro, por sua mãe Dona Ângela de Siqueira que pela sua grande prudência e capacidade podia ter voto na matéria; e tomando a si as providências do caso seu padrasto o Capitão-mor Pedro Taques de Almeida, mandou o provedor ao escrivão e meirinho que recolhessem à enxovia da cadeia de Santos o culpado José Pinheiro.""Executou-se a ordem, porém o preso era protegido do seu compadre Diogo Pinto do Rego, pessoa da maior autoridade daquela vila, que tinha sido Capitão-mor governador da capitania, de que viera de Portugal provido por sua majestade, o qual não pensando no atentado que ia executar foi em pessoa à cadeia e mandou ao carcereiro dela que abrisse as portas do cárcere, e pusesse em liberdade o preso José Pinheiro, que foi para a casa. Este procedimento assaz escandaloso pelo despotismo, acendeu os ânimos não só do Capitão-mor Pedro Taques em atenção ao seu enteado, mas aos parentes do mesmo provedor, entre os quais eram os irmãos de seu avô materno os mais poderosos e potentados e outros que unidos faziam uma grande roda. Entre todos se considerou e se assentou que ao provedor, como de tenros anos, não ficava bem, que esta injúria se suportasse sem a necessária demonstração de justiça, que merecia a culpa cometida.""Determinaram que passada a festa da páscoa, baixasse o provedor a Santos, acompanhado do próprio padrasto e parentes de autoridade que lhe sustentassem a jurisdição e o respeito e fossem castigados aos réus conforme o direito. Desta determinação teve prontos avisos o Capitão-mor Diogo Pinto do Rego que, percebendo que lhe ficava abandonado o respeito e autoridade, tomou a resolução de declarar-se com ânimo a sustentar um rompimento, sem lhe embaraçar as circunstâncias funestas que originavam de seu inconsiderado desacordo. As casas da sua morada, que eram de sobrado com quatro salas de largura, tinham a frente para a rua, que corre do Carmo até o lugar que chamam Quatro Cantos, e os fundos acabavam no Campo da Misericórdia em lugar aberto e raso que se estende até as fraldas do Monte Serrat, onde hoje se vê a fonte de Sororó. Nelas se fortificou o Capitão-mor Diogo Pinto do Rego, fazendo abrir nas paredes da frente e dos fundos varias troneiras, em que introduziu arcabuzes para disparar quando os paulistas intentassem cercá-lo. Forneceu-se todo o necessário com água e mantimentos para sustentar um largo assédio, cuja demora servisse de total remédio para os contrários levantarem o sitio, e retirarem-se a esta casa forte não conseguirem o menor efeito. Sendo recolhido a esta casa forte muita pólvora e bala, com fartura de víveres, e sustento de carnes secas, e de tudo quanto discorreu poderia carecer sem necessidade de abrir as portas para fornecer-se de praça.""Chegando os avisos do dia certo em que o provedor com as armas do seu grande partido estaria na vila de Santos, se recolheu Diogo Pinto à sua nova Olivença, com sua filha herdeira Dona Anna Pinto da Silva com todos os seus apaniguados, mulatos escravos e pretos, de que tinha número grande, e homens seus agregados, destros na pontaria das escopetas e arcabuzes, e com o réu José Pinheiro seu compadre, causa total desta indiscreta resolução, cuja teima, não como filha do valor, sim como produto da barbaridade, podia vir a acabar em funesta ruína; muito mais quando o dito Capitão-mor cego e surdo aos ecos de tantos amigos, parente, e religiosos, que lhe aconselharam outro meio decoroso ao seu respeito, para tranqüilidade da paz em que já trabalhavam os interessados dela, se conservava teimoso a não ceder do destinado projeto, ou para vencer com ele, sustentando o cerco, ou para acabar a vida com todos os fortificados, se os contrários por força d´armas e multidão de gente o conseguissem.""Não se ignorava em São Paulo a constante resolução do Capitão-mor Diogo Pinto do Rego e o fim que pretendia, fortificado em suas próprias casas, só por não sujeitar à prisão do seu companheiro José Pinheiro, a quem tinha posto em liberdade, com injuria da jurisdição do provedor, que o havia mandado prender na cadeia pública daquela praça. Sem embargo da contingência de vir e ficar bem ou mal, o provedor Timótheo Corrêa, por si e com o partido de seu padrasto, tios parentes e amigos poderosos em armas e copioso número de índios administrados, saiu de São Paulo um troço de mais de 500 homens com um trem que formava na estrada e caminho de Santos um corpo de mais de mil pessoas. Todos estes paulistas eram capazes para uma facção digna de crédito, se o valor de cada um deles se houvesse de disputar em batalha contra inimigos da coroa; porém nesta ocasião a mesma vaidade se quis acreditar nesta ostentação para fazerem ver ao Capitão-mor Diogo Pinto com todos os do seu partido, que Timótheo Corrêa de Góes, ainda que menino em anos, tinha parentes para lhe sustentarem o respeito pelo cargo de ministro da majestade, como provedor da sua real fazenda.""Chegou enfim ao porto do Cubatão este grande troço de armas e embarcaram para a vila de Santos, no espaço de três dias, com três noites, as pessoas principais dele, seguindo o caminho de terra pela vila de São Vicente, por cuja estrada se recolheram a Santos, todo o mais corpo de soldados e trem. Formaram-se barracas cobertas de palha ao pé do Monte Serrat que seguiram a figura de três linhas, que principiavam a estender-se do lugar e sítio que hoje é a fonte do Sororó até a fonte de São Jerônimo em comprimento de tiro de mosquete. Este acampamento tinha a sua casa forte disposta com barris de pólvora, para no caso de se ver rendido antes deste vencimento, fazer dar fogo a tudo, arrasarem-se casas e todos quantos nelas estivessem com estrago geral de todas as vidas. Forte barbaridade!""Os moradores da vila de Santos cientes desta indesculpável resolução, sentindo o futuro dano alheio e próprio, procuraram pelos religiosos da maior autoridade capacitar o Capitão-mor Diogo Pinto, com a certeza de já estar o partido do provedor Timótheo Corrêa acampado, que desistisse de sua teima entregando o réu José Pinheiro e não quisesse arruinar-se a si, a sua casa e família e mais parentes do seu séquito. A todas as ponderações católicas, e filhas de honra, do temor de Deus, e da obediência de bom vassalo às leis do soberano, se ensurdecia Diogo Pinto do Rego. provedor com todos os do seu partido, o Capitão-mor Taques seu padrasto, Dona Ângela de Siqueira sua mãe, tios, parentes e amigos da maior autoridade também não cediam, protestando que o réu José Pinheiro havia de ser conduzido à cadeia e posto na mesma enxovia de onde o tirara Diogo Pinto, e sem este procedimento era impraticável qualquer outra providência neste caso.""Eram passados três dias sem o menor efeito das embaixadas em que andavam os religiosos de Nossa Senhora do Carmo, de São Francisco e da Companhia de Jesus, com as pessoas da maior autoridade e respeito da vila de Santos, de uma para outra parte. Todo o troço e corpo de soldados se achava postado no campo de Sororó, na forma referida, porém sem ação de avançada, nem outro algum movimento de armas. Reconheciam o partido desigual pela fortificação em que se achava Diogo Pinto, e com a casa toda minada de barris de pólvora; e nem se animavam a chegar em distância, que as armas dos sitiados empregassem os tiros com pontaria certa e seguro emprego contra as vidas dos contrários.""Nesta inação ocorreu o remédio a Domingos Dias da Silva, primo-irmão do provedor Timótheo Corrêa. Domingos, andando de passeio entrou no forte que ainda hoje existe pegado ao colégio dos Padres Jesuítas e, vendo nele nove peças de artilharia de grosso calibre, cavalgadas em carretas, recolheu-se com a sua premeditada idéia, e dela deu conta a seu tio, o Capitão-mor Pedro Taques, que, aproveitando-a, logo puxou, com um corpo de 100 homens índios de serviço. E, às costas desta gente, descavalgadas as peças, as fez conduzir e também as carretas. Assestando esta artilharia na frente do abarracamento com pontaria para a casa forte que dantes era segura fortaleza ao partido do Capitão-mor Diogo Pinto, a este se mandou um aviso por último desengano de que, ou entregaria o réu José Pinheiro para ser castigado à proporção do atentado cometido, ou dar-se-ia fogo a toda a artilharia e arrasar-se-ia a casa com ruína de todas as vidas dos sujeitos nela fortificados.""Reconheceu Diogo Pinto a sua inadvertência, que lamentou com injúria da sua disciplina militar, tendo tanta experiência da guerra. Concorreu muito para lhe capacitar o ânimo o zelo dos religiosos interessados em evitar uma total ruína com o estrago de tantas vidas e fazendas. Persuadiu-se como católico, e rendeu-se como vassalo temente e obediente à jurisdição dos ministros do rei.""Entregou o réu José Pinheiro, que foi mandado recolher à enxovia da mesma cadeia da qual tinha sido posto em liberdade pelo arrojo da inconsideração, carregando um grosso grilhão de ferro, que se lhe mandou deitar nos pés. Este castigo só durou o espaço de duas horas, no fim das quais mandou o provedor pôr em liberdade ao preso para que se recolhesse solto a sua casa. O Capitão-mor Diogo Pinto protestou toda a boa harmonia e que a fazia praticar com os créditos da amizade, que o ardor de um lance arrebatado o tinha feito apartar dela, tendo-a estabelecido com o Capitão-mor Pedro Taques desde o tempo do seu casamento com Dona Maria de Brito e Silva, parenta em grau proibido com Dona Ângela de Siqueira, mãe do provedor Timótheo Corrêa.""Celebrou-se esta reconciliação com o estrondo dos repiques dos sinos das torres e campanários da vila de Santos, e na igreja dos carmelitas se cantou o Te Deum em ação de graças; e publicamente na mesma igreja se abraçaram uns e outros com demonstrações de não ficarem resíduos que fomentassem o menor incêndio de futuro. Todo esse movimento pôs em respeito e autoridade a Timótheo Corrêa de Góes com realce grande dos seus poucos anos. Continuou na administração do ministério de seu ofício, até que, casando em 1698, fez total assento e residência firme na vila de Santos, onde faleceu em 1732." Foi pai de um filho e uma filha:1.1. Anna Pinto da Silva, casada em 14 de Janeiro de 1708, em Santos, SP, com o português Capitão André Cursino de Mattos, nascido em 1688, em Cascais, filho do Capitão José Monteiro de Mattos e de Anna Lopes Volante.1.2. Manoel Pinto do Rego.

Antonio Pinto do RegoNascimento: ~ 1610Origem: Lisboa, PortugalNasceu por volta de 1610, em Lisboa, Portugal.Filho do Capitão-mor Manoel Paes da Costa e de Francisca do Rego Pinto.Casou-se em Portugal, com Isabel do Rego, filha de Paulo Rodrigues Brandão e de Catharina Paes.Foi pai de dois filhos:1.1. Capitão-mor Diogo Pinto do Rego, nascido em Lisboa. Casou-se no Brasil, com Maria de Brito e Silva, filha do Capitão Domingos de Brito Peixoto e de Anna da Guerra Prado.1.2. Manoel Pinto do Rego, nascido em Lisboa. Casou-se em 1679, em Mogi das Cruzes, SP, com Maria da Luz Pimentel, filha do Capitão Francisco Preto Pimentel e de Úrsula Pedroso.

Maria de Brito e SilvaNascimento: ~ 1650Origem: Santos, SPNasceu por volta de 1650, em Santos, SP.Foi a mais nova dentre os três filhos do bandeirante Capitão Domingos de Brito Peixoto e de Anna da Guerra Prado.Casou-se com o português Capitão-mor Diogo Pinto do Rego, nascido em Lisboa, filho de Antonio Pinto do Rego e de Isabel do Rego.Foi mãe de um filho e uma filha, citados acima.

Isabel do RegoNascimento: ~ 1615Origem: Lisboa, PortugalNasceu por volta de 1615, na freguesia de São Christóvão, na cidade de Lisboa, em Portugal.Filha de Paulo Rodrigues Brandão e de Catharina Paes.Casou-se em Portugal, com Antonio Pinto do Rego, filho do Capitão-mor Manoel Paes da Costa e de Francisca do Rego Pinto.Foi mãe de dois filhos, citados acima.

Paulo Rodrigues BrandãoNascimento: ~ 1585Origem: Lisboa, PortugalNasceu por volta de 1585, em Lisboa, Portugal.Casou-se com Catharina Paes.Foi pai de pelo menos uma filha:1.1. Isabel do Rego, casada com Antonio Pinto do Rego, filho do Capitão-mor Manoel Paes da Costa, Governador do Reino de Angola, e de Francisca do Rego Pinto.

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