CAPÍTUL O XXVIIRepercussão das notícias da descoberta do ouro do Cuiabáno Brasil e em Portugal.Desmembramento da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro.Criação da Capitania das Minas Gerais.G /om a máxima rapidez possível, dados os recursos do tempo, espalharam-se, pelo Brasil, as notícias da descoberta de novo e riquíssimo eldorado, o do Cuiabá, encontrado por Pascoal Moreira Cabral Leme, em1718.Avisado pelo ouvidor-geral da Comarca de S. Paulo, Rafael Pires Pardinho, deu-se pressa o Conde de Assumar em levar o fato ao conhecimento do monarca a 3 de abril de 1719.Por enquanto o que se noticiava é que o novo jazigo dava boas esperanças de "rica pinta de grandeza de ouro".A 9 de maio de 1720 acusava D. João V o recebimento de tão agradável aviso.Mostrava-se o Conde muito prudente. Como os paulistas estivessem,segundo se dizia, muito próximos dos castelhanos, circunstância inconvenientíssima, avisara o ouvidor que logo os obrigasse a deixar aquelaposição.Advogava Assumar que se cindisse a sua imensa capitania. E obtiveraa aquiescência da mais alta autoridade do Estado, o Vice-Rei, Marquêsde Ángeja.Já aliás Dom Baltasar da Silveira, representara que seria muito conveniente se separasse da Capitania de São Paulo o território das Minas,constituindo governo autônomo.Consultou o Rei a Antônio de Albuquerque dele obtendo parecer inteiramente favorável à secessão.Alegou motivos de ordem administrativa judiciária, militar, comerciale financeira em abono dos seus pontos de vista.Encareceu o Conselho Ultramarino e sobremaneira o assunto ao monarca.Mas era D. João V tardo de resoluções e dormiu sobre o caso. Ora...naquele Brasil tão distante, tão distante...Assim, o Conselho, de inteiro acordo com as sugestões do Conde deAssumar e do Marquês de Angeja, e os conselhos de Antônio de Albuquerque, voltou a 31 de outubro de 1719 à carga, numa reiteração deargumentos agora mais desenvolvidos e pormenorizados que aliás demonstram a sua enorme inópia de conhecimentos geográficos sobre o interior do Brasil.