No início do século XVII, graças à restrição econômica que a instalação de um enclave holandês no Nordeste do Brasil representou para os portugueses, a situação levou os proprietários de terras a organizarem, às suas custas, caçadas de escravos na região das Missões Jesuítas. Esses eram os famosos “bandeirantes”. Introdução Com a bandeira do brasão (daí o nome "bandeiras") foram convocados à Praça de São Paulo para ingressar no empreendimento.
No entanto, também foi auxiliado financeiramente por outros candidatos a chefes bandeirantes ou simplesmente investidores, que se beneficiariam com os despojos das Reduções Guarani. A partir de 1612, essas “malocas” (também denominadas em homenagem ao tipo de moradia habitada pelos tupis, subgrupo dos guaranis que constituíam principalmente essas incursões) ou “bandeiras” nas Reducciones del Guayrá (território ao norte de Iguaçu, parte dos atuais estados do Paraná e Mato Groso do Sul, no Brasil), local original das Reduções Jesuítas de Guaraníes, que causou um grande êxodo missionário de Guayrá para o sul no final do século XVI, em direção à localização definitiva de as Trinta Cidades Missionárias, nos séculos XVII e XVIII. Antecedentes e reclamações Os ataques continuariam durante os anos seguintes, sempre com uma crueldade e crueldade que, segundo o padre Simón Masseta, fundador de várias reduções incluindo a de San Ignacio Miní, na atual Província de Misiones, Argentina (onde estão os restos de o clérigo) "nem na terra dos turcos, nem dos mouros faça o que se faz no Brasil.
Os anos mais infelizes foram os de 1627 a 1631, em que os bandeirantes entraram nas Reduções a fogo e sangue, levando todos os Guarani que puderam capturar e assassinando quantos resistiram. O objetivo das malocas era capturar indígenas para vendê-los como escravos aos fazendeiros, grandes proprietários de terras na região de São Paulo em constante expansão.Lá os fazendeiros os usavam para trabalhar principalmente no canavial e em outras tarefas rurais, como a pecuária, onde se destacavam os missionários guaranis. Entre 1612 e 1638, eles capturaram mais de 300.000 nativos, de acordo com o Decreto Real de 16 de setembro de 1639; Só entre 1628 e 1631, 60.000 foram vendidos como escravos nos mercados de escravos brasileiros. Isso motivou os padres da Companhia de Jesus a protestar várias vezes perante as autoridades de ambas as coroas, espanholas e portuguesas. Assim fizeram os padres Masseta e Van Surck perante o governador geral do Brasil Diego Luis de Oliveira, presente na cidade da Bahia. Por sua vez, o Padre Pablo Benavídez, perante o Governador do Paraguai Luis Céspedes Jeria, que então se encontrava em Villarica del Guayrá, implorou-lhe que defendesse as Reduções. No primeiro caso, obtiveram apenas algumas recomendações que não tiveram aplicação prática, apesar dos esforços dos Pais acima mencionados. No segundo, a resposta de Céspedes, que por sua vez era casado com uma sobrinha do governador Oliveira, foi "Que esses pobres portugueses se ajudem como podem na sua miséria", acrescentando por insistência de Benavídez "Que o diabo leve todos os índios e escrever assim para os outros missionários ”
Uma Comissão de Reclamação foi recebida no Rio de Janeiro em 1629 pelo Oidor de sobrenome Barrios, que se ofereceu para acompanhá-los até a cidade de São Paulo. (chamado de "o amaldiçoado" pelos habitantes das Reduções). Lá sofreram todo tipo de abusos e, enquanto as autoridades só tinham promessas, a população ardeu de indignação e até atiraram arcabuzes.Esta foi a péssima situação das Reduções, que motivou o Padre Antonio Ruiz de Montoya a apelar para a Audiencia de Charcas (atual Bolívia), por ser a primeira Corte de Apelação sobre as autoridades de Assunção. Diante da recusa destes em armar os Guarani de “bocas de fogo” para autodefesa, dirigiu-se então à Sede do Vice-Real em Lima, onde também foi rejeitado seu pedido, o que o levou finalmente a se dirigir ao rei. em Madrid, onde chegou em 1639. Contando com a providencial participação de seu amigo Padre Francisco Díaz Taño, foi obtida a tão esperada autorização para poder armar seus súditos, os Missionários Guarani, de “bocas de fogo” para a defesa das Reduções, algo absolutamente incomum para aquela época. Foi assim que o rei Felipe IV assinou, em 21 de maio de 1640, o Decreto Real pelo qual transferia ao vice-rei do Peru o poder de armar os indígenas, ao mesmo tempo em que condenava severamente os maus-tratos e o comércio de seus súditos.
Formação da última Bandeira: No início do verão paulista de 1641, ocorreu a formação do que seria a última grande bandeira de ataque às Reduções dos Missionários Guarani. Seu patrão indiscutível era Manuel Pires, de família de linhagem portuguesa, dono de plantações de cana-de-açúcar, alimento consumido em todo o Brasil e enviado para a metrópole portuguesa, com o negócio do álcool anexado. Além disso, como naquela época o tráfico de africanos se complicava para o Brasil com as incursões holandesas na região do Recife (onde existiam fortalezas e permaneceriam por vários anos), os índios foram mais um recurso para substituir a mão-de-obra escrava da África.
A “Bandeira de Pires” incluiria também, entre outros, António da Cunha Gago, Baltazar Gonçalves, António Rodrigues, Clemente Alvares, Simão Borges, Domingo Pires Valadares, Francisco Correia e Pedro Furtado. Participou também o francês Michel Jean Loiret, já associado de José Pinto Fonseca.Singular foi a presença de um gigantesco português de barba ruiva, Gilberto Melo Da Fonseca, que impôs o medo com a sua simples presença. O líder indiscutível foi o experiente bandeirante Jerónimo Pedroso de Barros. Eles eram um grupo enorme, com suprimentos e provisões suficientes para uma longa expedição.
Não desceram o rio Tieté até o Paraná como em outras ocasiões, mas tomariam o rio Iguaçu; Depois de marchar por terra, levaram o Apeteribí (atual Pepirí Guazú) até o rio Uruguai e, de lá, direto para as Reduções de Guarani Missionários. Constituíam um exército de 450 portugueses bem armados e 2.700 auxiliares tupis (outro ramo dos Guarani e inimigos tradicionais destes) com suas armas típicas, embora 250 deles também portassem arcabuzes. Eles montaram seu acampamento-base nas cabeceiras do rio Uruguai.
A Defesa dos Missionários Guarani: Os bandeirantes desconheciam que os Missionários eram treinados e armados com “bocas de fogo”. Lembremo-nos que, para obter a licença, o padre Antonio Ruiz de Montoya viera pessoalmente a Madrid.
E que também fomos avisados que havia sido preparada uma grande maloca que não ocorreria em São Paulo e que iriam atacar, fato que foi confirmado por bombeiros ou ex-observadores avançados guaranis, que vimos num dia que demorou vários meses, incluindo os preparativos finais para o ataque carregam nas mãos um pesado fardo de morte.
Localização do posto avançado da Redução de Nuestra Señora de la Asunción del Acaraguá, onde este poderoso riacho missionário deságua no rio Uruguai, a montante da Redução de Francisco Javier (atual San Javier), ou início da defesa. Os “bombeiros” guaranis anunciarão o desaparecimento de uma centena de barcos paulistas, entre canoas, barcaças e algumas jangadas.Os padres jesuítas têm cerca de 4.000 missionários guaranis combatentes, vindos de todas as reduções do meio ambiente, 300 deles portam armas de fogo e temos. foi instruído em tática militar pelo Padre Domingo de Torres, devido à sua experiência no assunto. Temos também os caciques Guarani, que gozam de grande prestígio entre seus homens, como o veterano e sábio Nicolás Ñeenguirú da Redução da Imaculada Conceição (atual Concepción de la Sierra); Ignacio Abiarú de Acaraguá, Francisco Mbayrobá de San Nicolás (hoje São Nicolau, Rio Grande do Sul, Brasil), Arazay de San Javier, mais os capitães de cada grupo. Por sua vez, a equipe jesuíta era formada pelos padres Cristóbal Altamirano, Pedro Romero, Domingo de Torres, Antonio Bernal e Juan Cárdenas. Não é inútil ressaltar neste ponto que a defesa havia conseguido construir alguns canhões particulares: de pequeno porte, constituído por uma tacuara bengala muito grande, em formato de tacuarauzú, reforçada em seu corpo e base com cordas de couro cru seco; Solução desesperada para responder a inimigos odiados como os bandeirantes, era raro que agüentassem mais que um tiro sem serem destruídos ou inutilizados. Tenta, portanto, conseguir uma maior contundência no uso da pólvora que os missionários jesuítas pudessem ter acesso, aumentando o uso de material que é pródigo na natureza da região missionária de seus filhos.
Mbororé, a Batalha: Os Guarani construíram barcos e canoas de vários tipos e também fortificaram um ponto adequado na margem direita do rio Uruguai, um pouco ao norte de San Javier, próximo ao pequeno rio Mbororé, também conhecido como Once Vueltas. Já tinham notícias de que os inimigos se aproximavam e, nos primeiros dias de março de 1641, os aguardavam dentro da paliçada ou fortaleza e em seus barcos.
Na sexta-feira, 8 de março, os navios paulistas se aproximaram, sendo interceptados na foz do Acaraguá, no rio Uruguai, primeiro posto de controle de combate planejado pelos defensores; 30 navios missionários com 250 índios saíram ao seu encontro, a fim de fazê-los virar perto da costa oeste, como havia sido planejado, para serem crivados lá pelos homens da terra. Ali fazia seu batismo de fogo a improvisada artilharia guaraní com seus pequenos canhões tacuaruzú, que impressionou vivamente os invasores.
A luta durou duas horas, com baixos pesados e desconhecidos; Ele, para seu pesar, teve que admitir que aqueles índios não estavam indefesos anos atrás. Porém, os bandeirantes continuarão avançando ao longo do rio com a intenção de tomar a Redução de San Javier.
Dessa forma, na segunda feira, 11, 2 dias depois, recuperando as forças, os paulistas voltaram-se para o ataque. Mas Padre Romero, alma da resistência, comandou 70 navios carregados de indígenas, dois quase 50 arcabuzeiros, que o esperavam nas defesas armadas da foz do referido córrego Mbororé. O líder de todos eles era Domingo de Torres, que comandava as tropas terrestres; O Cacique Abiarú, que estava num navio com parapeito e uma peça de artilharia metálica (obtida pelas fogueiras de dois padres missionários), abriu fogo com ela. Três navios paulistas lançaram a batalha que começou furiosamente.
Os tiros foram abundantes de um lado para o outro, com evidente superioridade missionária. Pedroso de Barros tentou cercar o pelotão Guarani, o que conseguiu por alguns minutos, mas foram atacados de suas posições e obrigados a se aproximar da paliçada, onde os indígenas os atacaram com tiros de suas armas. Ao longo da costa, os bandeirantes, com sessenta 130 barcos e canoas, tripulados por 300 brancos e 600 tupis nativos, entraram em batalha contra os 70 navios missionários, tripulados por outros 300 guaranis. Com 14 navios perdidos e não poucos mortos e feridos, os bandeirantes recuarão para a costa leste.
Os perseguidos se fortalecerão, mas os acossados cabelos guaranis, escreverão aos jesuítas uma carta cheia de sentimentalismo, reconhecendo a ofensa e pedindo uma indenização. Cessação das ações. Ó Padre Ruyer, boa testemunha de dois acontecimentos, garantindo que só queria ganhar tempo para cair melhor nos missionários. Ao receber esta carta, Padre Romero informou aos indígenas seu conteúdo e que havia sido despedaçado, para que todos pudessem ver.
A luta recomeçou no quarto dia 13 de março e os reveses de dois bandeirantes foram visíveis: ainda na noite daquele diaOs Guarani continuarão a sitiar os seus inimigos; Os bandeirantes gostariam de falar de novo, mas vendo apenas aquela graça que foi concedida, eles se dispersarão por aquelas montanhas, perseguidos obstinadamente pelos índios. A perseguição durou até 16 de março, quando os Guarani estavam próximos ao primeiro acampamento dos paulistas, na cabeceira do rio Uruguai, por isso foi considerado oportuno não continuar dada a derrota total do inimigo.
Esta foi a grande vitória de Mbororé, cujas consequências foram de grande importância: desde então tem sido muito difícil para os paulistas voltarem a atacar as Reduções. A repercussão chegou até à Corte, onde o Rei ordenou um Ato de Adoração em que se agracia a Deus por tão Ilustre Vitória.
Conclusões: Em Mbororé, em 1641, os missionários Guarani liderados pelos Padres da Companhia de Jesus, numa luta épica que durou vários dias, salvaram toda a região do Rio da Prata de cair sob o domínio português, pelo menos ou o que seria ser .. ou futuro litoral argentino, com certeza. Numa batalha de um dia, com mais de 8.000 homens em combate, quando Buenos Aires mal tinha 1.260 almas, sem dúvida se jogou a atual nacionalidade argentina, ou este é o mapa geográfico e político da Pátria dos argentinos.
Portanto, é positivo levantar os homens, sem dúvida, como o apoio de suas mulheres das Reduções e de dois Padres da Companhia de Jesus, em nomes como os citados de Abiarú e Ñeenguirú, Arazay, Mbayrobá, entre outros, e os padres Antonio Ruiz de Montoya, Pedro Romero, Cristóbal Altamirano, Juan Cárdenas, Antonio Bernal, José Domenech, Pedro Molas, José Oregio e Claudio Ruyer, como arquitetos, dão a primeira parte de nossa gloriosa história. Este trabalho é dedicado a eles e em sua homenagem.