Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.
Bartira e TerebéSe os homens são o carro chefe na história do planalto, sem duas mulheres e seus destinos com certeza os fatos não teriam se dado como se deram, nem a história de São Paulo teria evoluído como evoluiu.
Tibiriçá tinha uma filha que ficou conhecida porque se casou com João Ramalho, abrindo para os aventureiros portugueses a estrada para o planalto e os caminhos do sertão.
Sem o casamento de João Ramalho com Bartira, que depois foi batizada de Isabel, dificilmente Santo André da Borda do Campo teria sido vila e quem sabe se Martim Afonso e Manoel da Nóbrega teriam subido a serra, pelo menos da forma como subiram?
São perguntas sem reposta, porque a história não aceita o se. O fato concreto e importante é que João Ramalho deu sua filha como esposa para João Ramalho, que no papel de genro, se tornou o grande mentor da ocupação de Piratininga.
Mas Tibiriçá tinha uma segunda filha, chamada Terebé, que está quase fora da história oficial, mas na história verdadeira, batizada de Maria da Grã, mudou o equilíbrio de forças entre os padres jesuítas e os portugueses de João Ramalho.
Como genro, João Ramalho tinha as prerrogativas dos laços de sangue e acesso direto ao grande cacique. Os jesuítas não tinham.
Então o jeito foi casar um irmão da Companhia com Terebé, a outra filha de Tibiriçá. O escolhido foi Pero Dias, que ao que parece, depois de alguma hesitação, entrou de cabeça na vida carnal e gostou tanto dela que, após ter tido vários filhos, ao ficar viúvo, se casou de novo.
Como teria sido São Paulo sem as duas irmãs? Foi o que tinha de ser. E a partir daí a cidade sempre teve mulheres excepcionais.