1° de 13 fonte(s) [27161] Vida do Padre José de Anchieta. Padre Pedro Rodrigues (1542-1628) Data: 1607, ver ano (46 registros)
Dali a alguns tempos sucedeu que dois homens de croncrenas largas e de nome como gentio contrario temendo o castigo devido a suas graves culpas, se levantaram e com suas famílias se foram meter entre os inimigos, pelo que com razão se temia viessem com poder de gente a destruir a Capitania.Vendo o Padre José que não havia contra este perigo forças humanas, e confiado só nas de Deus se determinou ir para buscar os alevantados e reduzi-los á obediência de seu capitão, levando largos perdões de todo o passado. Foi com ele o Padre Vicente Rodrigues, e outros homens, e um nativo mui esforçado, o qual depois de Deus foi todo seu remédio no perigo em que se viu.Recolheram-nos logo em suas choupanas, e procurando todo o necessário com muita caridade, e vendo o perdão que lhes levava, e o trabalho que por eles tomara, foi fácil acabar com eles se tornassem para São Vicente. [Vida do Padre José de Anchieta, 1607. Padre Pedro Rodrigues. Páginas 6 e 7]
Avia em São Vicente uns bravos mestiços um desses sem temor de Deus foi com a esposa e filhos para o deserto entre os gentios. Levei comigo um homem branco (Francisco Corrêa?) casado com toda sua família para viver em sua comunidade mais como gentios do que como xpianos. Muitas vezes foram chamados de assi dal Capitan, assim como outras pessoas ilustres, mas não quiseram vir, dando esperança de que se fosse o padre José de Anchieta, ele voltaria para buscá-los. O Padre, querendo remediar aquelas almas, foi com o Padre Vicente Rodrigues na companhia de um branco e alguns índios.
No caminho, o livro Nossa Senhora de um grande perigo, e eles descem um rio de canoa e à tarde avistaram uma garganta do rio e com o ímpeto da água que desce a canoa foi usada (submersa) e nunca pareceu com todo mundo. Ele foi até as profundezas, e o branco nadou com uns índios e depois o padre Vicente Rodrigues, que sabia nadar.
O padre José não sabia nadar e por isso passou muito tempo debaixo da água encomendando-se a Deus e à Virgem Nossa Senhora, a quem é muito devoto e nessa altura rezava as horas da concepção.Duas vezes um índio foi procurá-lo e um deles trazendo-o nas costas com o peso, ele o soltou, e o Pai devolveu o índio com muito esforço, dizendo que não faria mal esse pai ficar aqui e então eu joguei ele com segurança sem haver bebido sem água.
Então todos eles atravessaram o deserto para as grandes montanhas e bosques sem encontrar um caminho, mortos de frio e muito molhados e assim à noite puxando eles foram encontrar a estrada que levava à aldeia onde aqueles homens estavam.
Vendo os Padres chegarem assim, Deus moveu seu coração de compaixão pelos Padres assim como por eles mesmos, porque para remediar suas almas, os Padres haviam dado tanto trabalho e depois de ter descansado por alguns dias, ele voltou com eles para São Vicente.
Isso causou grande alegria e edificação em toda a cidade, especialmente porque havia muitos indícios de que aqueles queriam nomear os gentios e vir fazer guerra contra os brancos e os padres não podiam fazer valer esse remédio.
O homem branco mais tarde voltou-se para pedir ao capitão (Jorge Ferreira) que lhe desse permissão para voltar ao deserto com pouco sentimento da misericórdia que Deus lhe fizera ao libertá-lo de tantos pecados.
Mas o Capitão negou por causa justa e sofrendo mal, ele respondeu certas palavras mal arranjadas para (sic) um filho do Capitão passou por ele com uma flecha de um lado para o outro por ter sido malcriado com seu pai e depois morreu sem confissão.
Isso aconteceu um ano depois e no mesmo dia em que o Pai os tirou do meio dos gentios, todos entenderam que isso era um castigo de Deus.
Milagre Anchieta, grandes montanhas [Página 126 e 127]
2° de 13 fonte(s) [22897] “O Novo Mundo: Descrição das Índias Ocidentais” ("Nieuvve wereldt, ofte, Beschrijvinghe van West-Indien"), 1625. Jean de Laet (1571-1649) Data: 1625, ver ano (53 registros)
Assim, escreveu ele: "As minas de ouro que se descobriram nestes annos precedentes, na capitania de São Vicente, são: Santiago e Santa Cruz, nas montanhas de Paranapiacaba, a quatro ou cinco leguas do mar; Jaraguá, cerca de cinco leguas de São Paulo para o norte, e a dezesete ou dezoito leguas do mar; Serra dos Guaramumis ou Marumiminis, seis ou sete leguas de São Paulo, ao nordeste e a vinte ou pouco mais do mar; Nossa Senhora do Monserrate, dez ou doze leguas de São Paulo para o noroeste, onde se encontram pepitas que pezam ás vezes duas e tres onças; Buturunda ou lbitiruna, a duas leguas da precedente, para o oeste; Ponta da Cahativa, a trinta leguas de São Paulo para o sudoeste. Quase trinta leguas da. mesma villa de São Paulo para o sudoeste, ficam as montanhas de Berusucaba ou Ibiraçoiaba, abundantes em veios de ferro, não lhes faltando também veios de ouro, que os selvagens cananéas tem por costume extrahir". [2]Quanto a Cahatiba, em 16 de março “descobrira no termo da Vila de Sorocaba as minas das Serra de Birasojaba, que dista 3 léguas da dilta vila, e as minas da serra da Caatiba, que fica 2 légua”.
3° de 13 fonte(s) [20339] Processos Anchietanos: Depoimento de Belchior, Revista da ASBRAP nº 3, páginas 40 e 41 Data: 8 de maio de 1627, ver ano (51 registros)
E vindo depois uma nuvem que cobriu o sol, lhes dissera o dito padre, pela mesma língua, que eles fossem embora, o que eles fizeram, desamparando a canoa. De que, espantado um índio principal que ia nela, dissera que levavam ali um santo. Andando dois homens portugueses, por nome Francisco Corrêa e Domingos Luís na vila de São Vicente, levantados com o gentio do sertão, o Capitão Jorge Ferreira fizera muito por o haver, mas sem efeito.E oferecendo-se o Padre Anchieta a os ir buscar, fora e os trouxera. Em o caminho, indo por um rio se virara a canoa, ficando o Padre no fundo, por um pedaço de tempo, sem se afogar. E entrando depois os índios na água a o buscar, o acharam embaixo dela em oração, o que todos então tiveram por milagre.Mas que ele testemunha o não viu, só ouviu publicamente. Mas que vira, estando ele testemunha com o dito padre na Casa de São Vicente, ele lhe dera um escrito para o dito Capitão Jorge Ferreira, em que lhe dizia que o dito Francisco Corrêa lhe queria pedir licença para tornar ao sertão, e que convinha ao serviço de Deus não lhe dar.E encarregara a ele testemunha fosse muito depressa, antes que o dito Francisco Corrêa se partisse, porque se estava embarcando. E que, chegado ele testemunha e dando o dito escrito ao dito Capitão, ele dissera que não daria a tal licença. E neste momento chegou o dito Francisco Corrêa e lha pedira.E por lha negar, se soltara em palavras, de que sentido um filho do dito capitão, o repreendeu, de que o dito Francis- Revista da ASBRAP nº 3 39 co Corrêa se agravou e lhe atirou uma flechada, em retorno da qual o dito filho do dito capitão, por nome Gregório Ferreira lhe atirou outra, com que o matou logo. E tornando-se ele testemunha para onde o dito padre estava, que era daí distância de quatro léguas, sem haver pessoa outra que pudesse dar notícia do sucedido, o dito padre, em lhe chegando, lhe dissera: “basta, que matou vosso tio a Francisco Corrêa”.E dizendo ele testemunha que sim, tornava o dito padre a dizer: “não o matou ele, senão mataram-no seus pecados!” O que mais se confirmou, quando se soube depois que o dito Francisco Corrêa e seu companheiro Domingos Luís, estavam consertados a levarem suas mulheres e filhas para o sertão e as entregarem aos índios, em troco de suas mancebas que no sertão tinham.
4° de 13 fonte(s) [26773] Tese de concurso á cadeira de História do Brasil. Colégio D. Pedro II, 1883. Capistrano de Abreu (1853-1923) Data: 1883, ver ano (46 registros)
A questão de João Ramalho é uma das mais embaraçadas da História primitiva do Brasil.Ainda ninguém tornou bem claro que nos primeiros tempos São Paulo houve pelos menos dois João Ramalho. Um é o bacharel de Cananéa, deixado em 1502 pela primeira expedição exploradora, pai dos mamelucos, inimigo dos jesuítas. Outro, sogro de Jorge Ferreira, é um cavaleiro português, que veio para o Brasil muito mais tarde, com Martim Afonso ou logo depois. Taques Paes Leme, que no trecho acima citado dá notícia do primeiro e torna assim bem clara a distinção, em outros lugares perde-se de vista. [Página 50]
5° de 13 fonte(s) [21464] Ernesto Guilherme Young (1850-1914), pesquisando os arquivos dos cartórios e do Tombo de Iguape, publicou, em l896, pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, seu clássico “Esboço Histórico da Fundação da Cidade de Iguape” (1895), no qual conseguiu identificar o bacharel como sendo Cosme Fernandes Pessoa Data: 1895, ver ano (62 registros)
Ernesto Guilherme Young (1850-1914), pesquisando os arquivos dos cartórios e do Tombo de Iguape, publicou, em l896, pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, seu clássico “Esboço Histórico da Fundação da Cidade de Iguape” (1895), no qual conseguiu identificar o bacharel como sendo Cosme Fernandes Pessoa, ou simplesmente Mestre Cosme Fernandes. Young baseou-se no fato que, no século XVI, existiu em Iguape um grande latifundiário chamado Cosme Fernandes, cujas terras, posteriormente, passaram a seus herdeiros, entre eles o capitão Francisco Álvares Marinho. Corrobora essa tese uma carta de confirmação de sesmaria, passada na Vila de São Vicente em 25 de maio de 1542, por ordem do capitão-mor Antônio de Oliveira: “
6° de 13 fonte(s) [23817] Historia do Brazil Antigo P. Raphael M. Galanti Data: 1896, ver ano (44 registros)
Decadência da vila de São Vicente - A vila de São Vicente, todavia, estava destinada a uma decadência prematura, produzida pelos desastres seguintes. Consistiu o primeiro numa invasão de castelhanos, que, vindo da banda do sul, e capitaneados por um tal Ruy Mosquera, se haviam estabelecidos em Iguape.
Reuniu-se-lhes um cavaleiro, chamado Duarte Peres, que fôra degradado naquela vizinhança. Intimou Gonçalo Monteiro, como logar-tenente do donatário, a este que se recolhesse para o lugar do seu degredo, e aos castelhanos que se retirassem daquela paragem pertencente a Portugal.
Obedeceu o degradado; resistiram Mosquera e os seus. Indo, portanto, os nossos a ataca-los, caíram em uma cilada em que perderam até os barcos e as canoas. Aproveitaram os espanhóis o ensejo para agredir de improviso a vila de São Vicente, saqueá-la, e retirarem-se.
Alguns vicentistas, ao mando de Pero de Góes e de Ruy Pinto, saíram então ao encalço dos fugitivos, mas sem resultado, porque os castelhanos haviam desaparecido. O Sr. Vasconcellos coloca este fato no meado de 1537.
O segundo revés ocorreu, no ver do Sr. Vasconcellos, em 1542. Houve na costa da capitania grandes temporais, e o mar se tornou tão furioso, que chegou a destruir muitas casas da vila de São Vicente, entre as quais a do concelho, a igreja matriz e o pelourinho. Mudaram, portanto, a vila para o lugar onde hoje se acha, sendo mar o sítio em qu estava antes.
(1) Varnhagen, na página 166, diz: "Se havemos de dar crédito a Pierre-François-Xavier de Charlevoix (1682-1761), escritor que em outros assuntos não nos merece muito, viera das bandas do sul, com vários castelhanos, até Iguape, um Ruy Mosquera, e ai se estabelecera com o degradado bacharel português, cujo nome nos diz que era Duarte Peres."
Charlevoix, porém, não diz que Mosquera se estabelecera em Iguape, nem que Duarte Peres fosse bacharel. Consta, é verdade, de outros documentos que o lugar era Iguape; mas dai não se segue que o tenha dito Charlevoix. Mais justo foi Fr. Gaspar que verteu fielmente Charlevoix. Honra seja feita á verdade. [Páginas 144 e 145]
7° de 13 fonte(s) [25837] Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969) Data: 1956, ver ano (64 registros)
São Vicente 14 de março de 1564. Permuta de terras, confirmação e registro da sesmaria de Geraibatiba (Piratininga)
Pedro Colaço, Capitão em esta Capitania de São Vicente pelo Senhor Martim Afonso de Souza, Senhor da Vila d´Alcantara e de Rio Maior, Capitão e Governador desta Capitania por El-Rey nosso Senhor, e do seu Conselho, etc.
Faço saber a quantos esta minha carta de dada de terra de Sesmaria virem como por o Reverendo Padre Manoel da Nóbrega da Companhia de Jesus, residente nas casas do colégio que esta em esta Capitania estão, me foi feita uma petição por escrito, em a qual dizia em como o Governador Martim Afonso de Souza deu à Companhia e Colégio desta Capitania duas léguas de terra em quadra junto de Piratininga; e por quanto isto era em muito dano dos moradores da Vila de São Paulo, e não lhe ficaram terras para fazerem suas roças ali perto da Vila, o Padre Luiz da Grã, Provincial, e os mais Padres foram contentes, por razão do bem comum e por fazerem boa obra aos ditos moradores, de alargarem ali, com lhes demarcarem em outra parte; e foram demarcadas por mandado do Capitão Francisco de Moraes, e dado posse delas, começando na borda do mato, no caminho, que vem de Piratininga para este mar, o novo, que este ano passado se abriu, caminho do Rio de Jerobatiba, e de largura lhe demarcarão uma légua, que poderá haver, entre mestre Bartholomeu e seus herdeiros da banda do leste, e entre Bartholomeu Carrasco da parte leste, que está para a tapera de Jerebatiba vindo da Borda do Campo, vila que foi de Santo Andre, para a Aldeia de Tabaratipi.
2. E, porquanto na dita légua, que assim foi demarcada, e nela agora ter ali Gabriel Martins meia légua dada por Francisco de Moraes primeiro que se desse e demarcasse à dita Casa, assim mesmo a terra dos herdeiros de Mestre Bartholomeu tem a maior parte do que fica, pelo que me pedia havendo respeito a serem já dadas as ditas duas léguas de terras à Companhia pelo dito Senhor Martim Afonso de Souza, Capitão e Governador desta Capitania, e serem para os Colégios da dita Capitania para nelas fabricarem seus mantimentos e criações, de que resulta o bem comum e tanto proveito público, que houvesse por bem de lhes dar para a dita Companhia para seus Colégios uma légua de terras partindo d´Aldeia que se chamam dos Pinheiros pelo Rio de Jerebatiba abaixo, caminho de (...), chegando até Jerabatiaçaba, que assim se chama pela língua dos nativos, até d´onde chegar a dita légua direita e de largura outro tanto, do rio, pelo mato, que vai para Piratininga, em o que "receberão" muita claridade; [Páginas 42 e 43]
8° de 13 fonte(s) [24528] “Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil Data: 1957, ver ano (98 registros)
Domingos Luís Grou, da família Annes ou Ianes, de Portugal, veio para o Brasil tentar fortuna, e aqui casou-se com Fulana Guaçu, filha do cacique de Carapicuíba, segundo a Genealogia de Silva Leme (vol. 1, pág. 15).
Um de seus netos, Luís Ianes Grou, no testamento que fez em 21 de outubro de 1628, no arraial de seu tio, Mateus Luís Grou, nas cabeceiras da Ribeira, sertão de Ibiaguira, declarou ter 55 anos e 8 meses de idade, ser filho legítimo de Luís Ianes Grou e de Guiomar Rodrigues, declarando também que numas contas feitas no inventário de sua avó, Maria da Penha... (Inv. e Test., vol. 7, pág. 430).
O inventário de Maria da Penha não foi encontrado no Arquivo do Estado de S. Paulo. Mas os antepassados paternos dos Grou eram de Portugal e lá ficaram, o que me autoriza a afirmar que a avó então referida era a filha do cacique de Carapicuíba, e mulher de seu avô, Domingos Luís Grou, e chamava-se Maria da Penha, nome que, sem dúvida, recebera no batismo.
A verdade é que o primeiro Domingos Luís Grou possuía uma data de terra, que vizinhava com a sesmaria concedida aos índios de Piratininga, junto ao rio Carapicuíba, como reza a provisão de Jerônimo Leitão passada a 12 de outubro de 1582, em S. Vicente, e registrada na Câmara da vila de S. Paulo em 26 de agosto de 1522 (Registro Geral,vol. 1º, págs. 354 a 357).
Citando o Pe. Simão de Vasconcelos, na vida do Pe. José de Anchieta, Antônio de Alcântara Machado (1901-1953) narra que no ano de 1570, dois moradores de S. Paulo “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família” tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros, que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”. Nessa ocasião Anchieta resolveu intervir conjurando o perigo. Obteve dos camaristas “salvo-conduto e perdão daqueles delinqüentes” [Páginas 179 e 180]
e em companhia do Pe. Salvador Rodrigues e do secular Manuel Veloso e de alguns índios desceu o Anhembi. A canoa em que iam, naufragou e o Pe. Anchieta foi salvo por um índio, e o lugar, que era encachoeirado, ficou a chamar-se Abaremanduava que quer dizer “cachoeira do Padre” (Cartas, Jesuíticas, vol. 3º, pág. 554).
É esse sem dúvida o episódio referido pelo Padre Pedro Rodrigues na vida do Padre José de Anchieta (Anais da Biblioteca Nacional, vol. 29, pág. 219) quando conta que “sucedeu que dois homens, de consciências largas e de nome, temendo o castigo de suas grandes culpas, se levantaram e com suas famílias, se foram meter com os gentios inimigos pelo que, com razão, se temiam não viessem com poder de gente a destruir a capitania.
Vendo o Pe. José que não havia contra esse perigo forças humanas e confiado só nas de Deus se determinou de ir em pessoa a buscar os alevantados e reduzi-los a obediência do seu capitão levando-lhes largos perdões de todo o passado. Foi com ele o Pe. Vicente Rodrigues e outros homens e um índio esforçado”. Houve o naufrágio da canoa em que iam e o índio salvou o Pe. Anchieta, depois de dois mergulhos, que duraram meia hora debaixo d’água. Trouxe o Padre Anchieta os dois homens alevantados para a vila.
Mas, daí a um ano, um desses homens (e que não é nomeado) “quis tornar ao sertão, mas o capitão recusou-lhe a licença, e por isso ele o maltratou por tal forma que um filho do capitão o matou a frechadas. O episódio do naufrágio foi posteriormente a 1572, quando Anchieta veio a S. Vicente com o Bispo D. Pedro Leitão e o Visitador da Companhia Pe. Ignácio de Azevedo.
Com Antônio de Macedo, filho de João Ramalho, Domingos Luís Grou e mais 50 homens fizeram uma entrada ao sertão, que muito preocupou a Câmara da vila de S. Paulo, supondo-os todos mortos pelos índios, o que a levou a fazer em 1590 um ofício ao Cap. Jerônimo Leitão tudo narrando com minúcias (Atas, vol. 1º, págs. 388 a 390).
Um filho de Domingos Luís Grou, de nome Mateus Luís Grou, meio sangue indígena, já foi o cabo da entrada ao sertão de Ibiaguira; uma filha, Hilária Luís, casou-se com Belchior Dias Carneiro, outro meio sangue indígena, neto de Tibiriçá (vol. 2º, pág. 111), que morreu em 1607, no sertão dos Bilreiros, para o lado dos Carijós, comandando uma bandeira que, a pretexto de procurar metais, fora cativar índios para trabalhar nas minas de ferro, por determinação de Diogo de Quadros e era cunhado de Mateus Luís Grou; e outra filha – Maria Luís Grou – casou-se com Simão Álvares, outro mestiço índio, um dos comandantes de terço das tropas de Antônio Raposo Tavares o destruidor das reduções do Guairá.
Domingos Luís Grou desapareceu na entrada, a que se refere a Câmara, feita com Antônio de Macedo, devorado pelos índios. Encontra-se a confirmação de sua morte em 4 de Junho de 1594, conforme deduzo do seguinte extrato por mim feito em 1902, dum livro de notas da vila de S. Paulo, do tabelião Belchior da Costa, que me foi confiado pelo Dr. Luís Gonzaga da Silva Leme – livro muitoestragado–e a quem logo o restituí.
“1594 – Junho – 4. Maria Afonso, viúva de Marcos “Fernandes dá em dote a sua filha Francisca Alvares, para “que se case com Antonio de Zouro, um pedaço de chão, terça “parte da data da câmarapegado a outro que ela comprou de “Domingos Luís Grou, já defunto, e pegado com a data de “Gaspar Collaço Villela no arrabalde da villa de S. Paulo”, e “também vende parte desses chãos a seu sobrinho Alonso Feres “Calhamares casado com sua sobrinha...[Páginas 181 e 182]
9° de 13 fonte(s) [24536] “História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos”. Jesuíno Felicíssimo Junior Data: 1969, ver ano (117 registros)
Antes vem o mestre Bartolomeu Fernandes, que o Autor apresenta como Bartolomeu Gonçalves e tinha ainda tratado e respondendo pela alcunha de Bartolomeu Carrasco, ferreiro contratado no Reino para atender, por dois anos, os reclamos de obras de ferro da armada e dos integrantes desse primeiro estabelecimento luso em solo brasileiro.
A alcunha de "Carrasco", no ambiente vicentino de então, era designativa do ofício de "ferreiro". Pondo-se à margem a interpretação dada à alcunha de "Carrasco", o certo é que é Américo de Moura (1881-1953) em "Os Povoadores do Campo de Piratininga", escreve: "Um mestre Bartolomeu, cujo apelido era Carrasco, em 1560, era senhor de terras no planalto à beira do Jurubatuba, e em 1571 já era falecido, tendo deixado herdeiros. [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página IV]
Quanto a Bartolomeu Gonçalves, a mesma fonte, Américo de Moura (1881-1953), louva-se em Frei Gaspar (1715-1800), frisando: "Como se lê em Frei Gaspar, em nota à descrição d Santos, veio com Martim Afonso, e durante mais de vinte anos FOI O ÚNICO FERREIRO da Capitania, um mestre Bartolomeu, que primeiro se chamava Domingos Gonçalves, o qual em 1555, tendo mulher e filhas, obteve de Brás Cubas grande sesmaria em Santos".
É certo que este "mestre dos primeiros ferreiros que transpuseram a serra" mudou o nome de batismo de tal forma que, diz Américo de Moura (1881-1953), "poderia disputar a Bartolomeu Antunes a identificação por mim suposta como Bartholomeu Camacho"...
Entretanto, há entre os numerosos Fernandes, um Bartholomeu a que uo autor se refere como "um segundo Bartholomeu Fernandes que a História registra, possivelmente descendente em 1a. linha de seu homônimo reinol", como há, também, outro Bartholomeu Gonçalves, este mameluco, filho do Padre Adão Gonçalves (antes de entrar para a Companhia de Jesus), nascido em 1548, que entrou e faleceu na Companhia (Serafim Leite, História I, 576, 577, "Cartas" III, 191, 353).
Américo de Moura (1881-1953) investigando a origem de Bartholomeu Fernandes não conseguiu descobri-la, mas atribuiu a ele e não à mulher o "nome CABRAL que aparece em sua descendência".
Também, foi ferreiro e era analfabeto. O autor está em plena concordância com as melhores fontes, quando refere que o dito ferreiro "foi intimado e não ensinar seu ofício a um mameluco ou nativo de sua adoção". De fato, em 1579, intimaram-no "a não ensinar o oficio a um nativo que tinha em casa".
E em 1580 (Américo de Moura, 1881-1953), a cominação foi mais forte: era ele obrigado a expulsar de casa o nativo Gaspar". Vê-se que não é fácil deslindar o caso do Mestre Bartholomeu: três pessoas distintas ou uma só, como pretende o Autor, com três nomes diferentes? [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página V]
Mestre Bartholomeu prestou valiosos serviços na fundação de Santos e, afeiçoando-se à nova terra, veio, após cumprir o prazo de sua contratação, fixar-se, para sempre, nos Campos de Piratininga (peixe sêco), tornado-se um dos seus primeiros povoadores e Senhor de grande trato de terras nas bandas de Jeribatuba (sítios dos Jiribás), ás margens do rio deste nome, hoje conhecido por Pinheiros, então encravado nos domínios do grande Cacique Caiubi.
Tudo indica que Mestre Bartholomeu, falecido em torno de 1566, não só deixou descendência ativa, que também se devotou á sua arte produzindo pequenos artefatos de ferro comerciados ao longo do Jurubatuba, do Anhembi e do Tamanduateí, mas ainda instalou forja á margem esquerda do Jurubatuba, cuja existência, em 1554, foi citada por Anchieta, que mais tarde, em torno de 1560, fundou nas proximidades, a aldeia de Santo Amaro. [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página 1]
10° de 13 fonte(s) [24465] Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP. Vol. LXXXVII Data: 1992, ver ano (89 registros)
Depois dessas, sabemos da ida do padre Anchieta em 1568 em missão muito simpática. Foi levar, em mãos, como exigia o favorecido, o perdão da justiça ao régulo Domingos Luiz Grou que a vila de São Paulo desejava ter dentro de seus muros para ajudar na sua defesa. Somente voltaria se o padre Anchieta fosse buscá-lo. Como se vê, já naquele tempo, poderosos usufruindo de prestígio gozavam de fortes regalias! Mas impõe-se-nos uma pergunta: se Grou fora homiziar-se naquelas paragens o fizera porque já, por ali, se navegava e morava.
11° de 13 fonte(s) [24542] “Os pais de Carapicuiba”, Alex Souza Data: 18 de setembro de 2011, ver ano (131 registros)
Os primeiros tempos da história de Carapicuíba, assim como os de São Paulo e demais povoações quinhentistas são verdadeiramente nebulosos e quase nada de categórico deles se pode afirmar; por várias razões: Havia raros livros de registros, eram poucos os que sabiam escrever, quase ninguém se interessava em anotar fatos e acontecimentos. Além disso, os livros do cartório de São Vicente, havendo se perdido os primeiros volumes das Atas que começaram a ser lavradas a partir de 1561, foram destruídos no século 17 e o terremoto de Lisboa de 1º de novembro de 1755, no reinado de D. José I deu cabo de inúmeros arquivos oficiais e particulares ali guardados.
Na Cúria Metropolitana de São Paulo nada se encontra a respeito do século 16, pois a Paróquia é de 1591 e pertencia à prelazia do Rio de Janeiro sendo que os livros dessa época desapareceram. Não obstante alinhavando-se os retalhos de informações existentes pôde-se reconstituir muita coisa. Vasculhando-se alfarrábios deduz-se que o primeiro homem branco a travar contato com as terras de Carapicuíba foi Domingos Luiz Grou.
Alguns historiadores costumam chamá-lo de Domingos Luiz - o Velho - para distingui-lo de outros Domingos Luiz, especialmente seu filho. Talvez Grou seja apelido de Domingos Luiz. Houve outro Domingos Luiz, o Carvoeiro, que em 1598 por 11 votos, num total de 34 votantes, foi eleito vereador na vaga de Afonso Sardinha.
Na verdade, muito antes da descoberta do Brasil índios já habitavam a região de Carapicuíba. Viviam em aldeias a que chamavam Tabas.
Quando Martin Afonso de Souza, em 1532 subiu ao planalto, Domingos Luiz Grou estava casado com a filha do cacique de Carapicuíba, a virgem Fulana Guacú. Seu nome perde-se para a história, mas alguns autores dizem ter sido batizada como Margarida Fernandes. Esta foi, pois, a primeira mãe veneranda, a avó suprema de todos os mamelucos de Carapicuíba. Depois vieram outros personagens: Antonio Preto, Afonso Sardinha, os Padres Jesuítas entre os quais avulta a figura lendária de José de Anchieta e muitos outros, alguns já nascidos no Brasil, outros chegados de fora.
Os Índios foram sendo espoliados, massacrados, escravizados pelos forasteiros que, não contentes em assim proceder, avançavam também nas terras a eles pertencentes.
Não se sabe ao certo quando Domingos Luiz Grou chegou ao Brasil. Sabe-se, contudo, que morou algum tempo em Santos e Pinheiros, naquele tempo chamado de Jeribatiba e depois de travar relações com os índios existentes contraiu casamento com a filha do cacique, a índia Margarida Fernandes, como já foi dito.
Em 1562 hospedou o capitão Jerônimo Leitão em sua casa de São Paulo antes da guerra contra os índios e em 1563, ante a iminência do ataque aos Tamoios que haviam se confederado, foi eleito capitão dos índios fieis aos portugueses. Tornando-se bandeirante, capturador de gentios, nesse mesmo ano chefiou uma sortida contra os Tapuias, nos arredores de São Paulo. Em 1570, fugiu da vila de Piratininga com toda a família, pois havia cometido o crime de morte e veio morar em Carapicuíba no meio dos aparentados da esposa, só voltando a São Paulo por interferência de José de Anchieta. A esse respeito escreve Taunay:
Asselvajar-se tanto este homem – Domingos Luiz Grou, genro do cacique de Carapicuíba que vivia no meio dos índios como um índio. Voltando à Vila de Piratininga, em pouco tempo recuperou prestígio. Em 1575, membro do Conselho da Vila, verberou o ex-vereador Antonio Fernandes que, sem a menor cerimônia surrupiara as portas do muro que defendia Piratininga e as vendera por 250 réis a André Burgos... Já no ano de 1572; fora com o capitão Jerônimo Leitão combater os Tupinambás em Cabo Frio, mas acabou desertando.
Em 1580 parte das terras lindeiras com as suas foram devolvidas aos índios, que levados de Carapicuíba para São Paulo, dali fugiram e foram parar em Pinheiros, insistindo para que lhes restituíssem as terras, o que realmente foi feito pela carta de 12 de outubro de 1580. Em 1581 foi eleito vereador em São Paulo e no ano seguinte exerceu o cargo de Procurador do Conselho, mas quase não comparecia às reuniões.
Em 1587, depois de longa ausência, regressou a São Paulo vindo do sertão do Tupinaés. Em 1590, juntamente com Antônio de Macedo e Marcuia, organizou uma bandeira de 50 brancos a atacou o gentio de Mogi e aí sofreu grande revés sendo trucidado com grande parte de sua gente. Os que sobraram foram mortos aqui perto de Carapicuíba, na barra do Parnaíba. Há alguma dúvida a respeito de haver Domingos Luiz Grou morrido nesse massacre.N ão se tem certeza se Domingos Luiz, o Grou é o mesmo Domingos Luiz, o Carvoeiro.
Domingos Luiz Grou foi tronco de grande família e deixou sete filhos conhecidos: Luiz Eanes, Antonio Luiz Grou, Mateus Grou, Domingos Luiz Grou, Hilária Luiz, Maria Luiz e Ana Luiz.
Tronco dos Carvoeiros escreve Taunay: foi Ana Camacho, mameluco, descendente de João Ramalho e mulher de Domingos Luiz, alcunhado o Carvoeiro e Cavaleiro de Cristo, fundador da Capela de N.S. da Luz.
De suas filhas procedem duas enormes famílias, Buenos e Camargos com milhares de descendentes espalhados pelo Sul e centro do Brasil.
Creio que nenhum país do mundo, a não ser o Brasil – graças à Carta de Pero Vaz de Caminha poderá apresentar uma Certidão de Nascimento.
Da mesma forma, creio que nenhum município do mundo, a não ser Carapicuíba, pode apresentar – graças à carta de dada de terras passadas por Jerônimo Leitão, em 12 de outubro de 1580 aos índios existentes na região – aquilo que poderíamos chamar de sua Certidão de Nascimento.
Em face desse documento surge a grande dúvida: quem é o responsável pela fundação de Carapicuíba? José de Anchieta ou Jerônimo Leitão?
Teriam eles combinado e agido juntos no mesmo dia em 12 de outubro de 1580? Antes dessa data ninguém vivia aqui? E os índios Guaianases? E Domingos Luiz Grou que se casou com a filha do cacique de Carapicuíba?
12° de 13 fonte(s) [24614] “A Guerra de Iguape”, Eduardo Bueno, youtube.com/watch?v=vqUklpmKSiA Data: 15 de maio de 2019, ver ano (202 registros)
O fato é que a partir de 1537, o Bacharel some da história tão misteriosamente quanto havia entrado. Então se supõe que ele havia morrido, alguns acham que foi vítima dos Carijós, os índios que viviam imediatamente ao sul daqui. Martim Afonso envia emissários até Cananéia "O teu degredo a partir de agora será cumprido não em Cananéia, mas em São Vicente". Está com Cosme o espanhol Ruy Garia Moschera que diz que essas terras não pertenciam a portugal e sim a espanha, e que ali estavam em nome de Carlos V, rei da Espanha e imperador da Alemanha.
13° de 13 fonte(s) [k-3803] Significado do nome Domingos. Consulta em revistacrescer.globo.com (data da consulta) Data: 26 de novembro de 2024, ver ano (515 registros)
Nome masculino - Categoria Latim.
O nome "Domingos" tem origem no latim "Dominicus", que significa "pertencente ao Senhor" ou "relativo ao Senhor". O nome é derivado da palavra latina "dominus", que significa "senhor" ou "mestre".
"Domingos" é comumente associado ao dia da semana "domingo", que em várias línguas românicas deriva do latim "Dies Dominicus", significando "dia do Senhor". A origem cristã do nome está intimamente ligada à observância do domingo como o dia de descanso e adoração cristã, que é o dia em que se comemora a ressurreição de Jesus Cristo.
"Domingos" é um nome próprio masculino bastante comum em países de língua portuguesa e espanhola, bem como em algumas regiões de influência católica ao redor do mundo. Ele carrega uma forte conotação religiosa e histórica devido à sua associação com o dia de descanso cristão e à ideia de pertencer ao Senhor.