co depois passou à Biblioteca do Pôrto (fundada em 1833), não deveter percebido que o titulo mais completo do códice apenas queria dizer que o texto se referia:1.°) ao govêrno “do Norte” do Brasil, isto é, das oito capitanias queexistiam nessa direção, de Pôrto Seguro, inclusive, ao Rio Grande (doNorte), e não a todo o Estado;2.°) ao período em que governou sómente essa região D. Diogo deMenezes, começado em 1609 e terminado “em 1612”.
Note-se que D. Diogo foi nomeado, em 1606, governador de todo o Estado. Mas, aqui chegando em fins de 1607 e tomando posse a 7 de janeiro seguinte, pela mesma época, isto é, a 2 de janeiro de 1608, nomeou o rei Filipe III a D. Francisco de Sousa governador da chamada “Divisão do Sul”. Compreendia esta as capitanias do Espirito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente, as quais foram então retiradas da jurisdição de D. Diogo, que contra a diminuição muito se queixou, porém inütilmente (1).
2 de janeiro de de 1608, quarta-feira (Há 417 anos)
Fontes (11)
Êste fato também nos limita a fase a que se refere a obra emaprêço: posterior a 1608 e anterior a 1612, inclusive. Ou, mais precisamente, posterior a 1609, porque sómente nesse ano, a 19 de fevereiro, pela segunda vez chegou ao Brasil D. Francisco de Sousa, a fimde se empossar do dito govêrno do Sul.
O referido verbete, do Dicionário de Morais, foi mantido na 5a.edição, de 1844, posterior à referência seguinte, de Francisco Adolfode Varnhagen. E continuou aparecendo nas demais tiragens.Nas “Reflexões Críticas sôbre o escrito dos fins do século dezesseis, impresso com o titulo de Notícia do Brasil”, incluidas na Coleçãode Notícias para a História e Geografia das Nações Uitramarinas, daAcademia Real das Ciências (Lisboa, 1839), tomo V, n.” II, à p. 22,nota 34, fêz o futuro Visconde de Pôrto Seguro a seguinte sugestão,referindo-se ao autor da História ou Exposição Anual das Operações daCompanhia Privilegiada das Índias Ocidentais: “Laet valeu-se muito para a sua obra dos escritos de um autor português, cujo nome não declara; porém cita v. g. no Cap. 7.° do Liv. 15 “Porro author Lusitanus, quem hactemus hic ut plurimus secutus sum etc.; e que Barbosa_ [Machado] diz que foram os escritos de Manuel de Morais. O não declarar êle o nome do autor faz-nos lembrar que seria a célebre Razãodo Estado do Brasil, ms. anônimo que veio da Holanda, e que Morais[Antônio de Morais Silva] cita no Dicionário e existe hoje com outros [p. 34]
A primeira, que foi a que serviu para a sugestão de autoria, porDiogo Köpke feita a Varnhagen, aparece no códice da Biblioteca doPôrto, mas não no do Instituto Histórico. É a que figura na legenda domapa n.° 3 dêsse apógrafo (n.° 7 do Rio de Janeiro), assim transcritapelo Sr. A. de Magalhães Basto (no Catálogo cit., p. 118): “Diligentíssima demonstração da sonda dos Abrolhos na costa do Brasil, desdeo rio dos Frades e ponta do Corumbabo até o rio das Caravelas. Feitapor mandado do governador D. Diogo de Menezes no ano de 1610 pelocapitão e sargento-mor daquele Estado, sendo pilotos Antônio Vicentee Valério Fernandes”. Segue-se mais um parágrafo, que não nos interessa, pois o que desejamos assinalar é que falta, no codice do InstitutoHistórico, a parte que diz: “pelo capitão e sargento-mor´, etc., até“Valério Fernandes”.Outra referência direta ao sargento-mor ê a que aparece no capítulo sôbre a capitania do Rio Grande, quando diz: “Pela mostra queno ano de 1611 tomou o sargento-mor dêste Estado, visitando esta fortaleza”, etc. Esta menção supõs o prof. Sluiter (à p."562, nota 24, desua cit. publicação), fôsse a que havia sugerido a Varnhagen a autoria de Diogo de Campos Moreno.A mais importante é, porém, a primeira mencionada nêste capitulo, que aparece no final da introdução da “Razão do Estado do Brasil”, e-que foi, também, a citada por Varnhagen, por sugestão de DiogoKöpke (25). Afirmando-se, ali, que a costa do sul para o norte, no govêrno de D. Diogo de Menezes, portanto de Pôrto Seguro ao Rio Grande, “foi vista e visitada por quem fêz esta Relação” _ mandam asboas regras da crítica de atribuição que se investigue. inicialmente,quem, na época dêsse govêrno (entre 1608 e. 1612), poderá atender aessa essencial condição, para que possa ser apontado como autor doLivro que dá Razão do Estado do Brasil.Fácil será demonstrar que isto compete a Diogo de Campos Moreno, verificando-o através de sua biografia, até hoje ainda não suficientemente levantada, apesar de ser, comprovadamente, o autor de outraobra indispensável ao conhecimento de importantíssimo episódio daHistória do Brasil de seu tempo - a Jornada do Maranhão por ordemde Sua Majestade feita no ano de 1614.Nascido em Tânger, de acôrdo com uma publicação espanhola, ouna cidade da Praia, na ilha Terceira, como aceitou Manuel Barata, maisou menos em 1566 (pois em 1603 declarou ter 37 anos), combateu nasFlandres, ao tempo do comando de Alexandre Farnese, Príncipe de Par`ma, ´conforme referência da Colección de Documentos Inéditos parala História de España, tomo 74 (Madri, 1880), p. 273/274, e de carta [p. 39]
lipe III a 19 de março de 1605 prometeu responder, depois de ver ospapéis por êle levados. Da mesma forma, já a 28 de fevereiro de 1606prometeu estudar as plantas das fortificações, inclusive as da Bahia,também recebidas por seu intermédio. E por êle remeteria 200 mosquetes, 300 arcabuzes, 200 piques, 50 quintais de morrão, 50 de chumbo e 150 de pólvora. Em outubro do mesmo ano referia-se o rei à suapartida, já devendo ter chegado a salvamento no Brasil (34). Quantoà conquista do Maranhão, como depois salientou Diogo na Jornada (à p.161 da ed. cit.), não foi obtida, nessa ocasião, ordem para ser realizada. .Outra visita às capitanias da Paraiba e Rio Grande fêz Diogo deCampos Moreno em 1608, por ordem do novo governador D. Diogo deMenezes, conforme carta dêste ao rei, de 4 de dezembro do mesmo ano,em que relatou os reparos por êle então feitos às fortificações de Cabedelo e Natal (35). Pela mesma época, também opinou sôbre as obrasdo forte novo do Recife (36). Quando de sua estada no Rio Grande,ai recolheu, de volta da desastrosa primeira missão jesuítica no Ceará,o padre Luís Figueira (37).De Pernambuco mandou-o o governador, antes dêle próprio, aindaem fins de 1608, à Bahia, para socorrer o galeão de D. Constantinode Menezes, ali arribado. E, em fevereiro seguinte, “êle o tinha tãobem feito” que, quando,chegou o governador, pôde envia-lo “mui bemaparelhado” (38).De 1610 foi a comissão do sargento-mor a Pôrto Seguro, de que dádiscreta notícia, sem se nomear, no capítulo referente a essa capitania,mas que aparece, como vimos, na legenda do mapa da zona dos Abrolhos, existentes no códice da Biblioteca do Pôrto, de seus dizeres resultando-se a certeza de sua participação na exploração daquele trecholitorâneo.
Em 1611, tendo el-rei determinado a D. .Diogo de Menezes que oinformasse sôbre a possibilidade da conquista do Maranhão, mandou o governador que novamente fôsse Diogo de Campos Moreno ao Rio Grande, a fim de recolher os dados necessários. Respondendo àquela ordem, já em março do ano seguinte, sugeriu D. Diogo, certamente graças às informações do sargento-mor, a divisão daquelas terras em trêscapitanias: uma no Jaguaribe, outra no Camocim, a última no próprioMaranhão. E deu conta do bom êxito da missão pacificadora de Martim Soares Moreno, tenente da fortaleza dos Reis Magos, junto aos indigenas do Ceará (39).
Em 1612, .com licença real, voltou Diogo de Campos, pela segundavez, à Europa, a “levar a sua casa”, como escreveu, embora tambémBerredo acertadamente informe que na côrte de Espanha se encontrava “por haver passado a Portugal com a dependência dos justos despachos dos seus muitos serviços” (40).Tem para nós muita importância esta viagem, por coincidir com aépoca do recolhimento das últimas notícias contidas na versão maisantiga da Razão do Estado, isto é, do códice hoje pertencente à Biblioteca do Pôrto. Realmente, sabendo-se que elas, quanto ao Brasil, sãoas da conquista do Ceará, pelo sobrinho do sargento-mor, e, quanto aPortugal, as da partida do novo governador, Gaspar de Sousa, com omaterial bélico citado em evidentes adendos feitos ao respectivo texto_ tem o maior interêsse a fixação de alguns dados cronoiógicos, aDiogo de Campos relativos. São os que se contém em duas cartas queMartim Soares Moreno tinha em seu poder, quando, em 1613, indo doCeara a explorar Maranhão, arribou a São Domingos, aí sendo traduzidas e enviadas em cópias à Espanha, onde foram ter ao Archivo General de Índias, em Sevilha. Nêle foram novamente copiadas, por ordem do Barão do Rio Branco, sendo encaminhadas ao Arquivo do Ministério das Relações Exteriores, de onde o mesmo titular as forneceuà Biblioteca Nacional, para publicação em seus Anais, vol. XXVI, de1904, aparecido no ano seguinte.A -primeira dessas cartas, de D. Diogo de Menezes a Martim, escrita da Bahia, a. 12 de dezembro de 1612, conta-lhe o seguinte, de acôrdo com a respectiva tradução espanhola: “El sargento mayor Diogo deCampos me escribió de su llegada y de como le rrobaron en el caminoy que llegó son salud y toda su casa el particular de esto os contará[p. 42, 43]
Estado do Brasil, em estudo dedicado a êsse contemporâneo de Diogode Campos (5). Confesszimos que à vista do material nesse trabalho reunido, sobretudo quanto às fortificações da costa do Brasil nos governosde D. Diogo de Menezes e Gaspar de Sousa, sentimo-nos na obrigaçãode examinar. também, a hipótese de ser atribuída a Frias a ´autoria dopróprio Livro que dá Razão do Estado do Brasil. Fazendo-o, porém, ecom elementos que aqui não temos necessidade de repetir, concluímospela maior possibilidade, e mesmo maior evidência, de competir essaautoria ao sargento-mor do Brasil, conforme amplamente demonstramos. Todavia, quanto à caligrafia dos dois apógrafos da Razão do Estado, postos em confronto com quaisquer escritos dos dois contemporâneos citados e categorizados, e com aquêles documentos do Livro 1.°do Govêrno do Brasil, sômente uma opinião de especialista poderá decidir. ´O mesmo diriamos quanto à ortografia e mais caracteristicas gramaticais da Razão, inclusive quanto à sua aproximação, nesse setor, coma Jornada do Maranhão. Não sendo esta uma edição paleográfica, mascrítica, aqui não têm cabimento os referidos estudos.Vistos, assim, os aspectos prôpriamente externos dos dois códicesportuense e carioca, isto é, o formato, distribuição do texto e mapasquanto ao número de fôlhas, o papel, as respectivas filigranas e a caligrafia, com as contribuições que podem oferecer à fixação da autenticidade e época de elaboração, passemos a examinar certos aspectos internos. Trata-se de alguns dados contidos nos respectivos frontispíciose que oferecem oportunidade a dúvidas, afirmações e suposições interessantes à história da obra em aprêço.Acompanhando as descrições do apógrafo do Pôrto, que em 1839Diogo Köpke forneceu a Varnhagen, e a de 1938, do Sr. A. de Magalhães Basto, e confrontando-as com as notas de nossos estudos, diretamente feitos naquela cidade e no Recife, em 1952 e 21954, temos a anotar, primeiramente, que a coroa real que encima as armas de Portugal, nessa fôlha de pergaminho iluminado, é de tipo nitidamente espanhol, o que naturalmente se deve ao fato de ter sido a Razão elaborada em pleno período de união das monarquias ibéricas, reinandoFilipe III.Muito importante é também a limitação contida no título: Razãodo Estado .do Brasil no Govêrno do Norte sômente assim como o teveD. Diogo de Menezes até o ano de 1612. Além do limite de tempo aíprecisamente estabelecido, sabendo-se que a separação das três capita [p. 66, 67]bons e em que se resgata muito pau-brasil por franceses e holandesesque muitas vêzes hão sido presos e desbaratados pelos portuguêses doRio de Janeiro. E em tôda esta terra não há povoação”.Mais explícita quanto às lutas com os estrangeiros nessa região éa legenda do mapa n.° 5, do Atlas de Paris, que corresponde a êste n”4 do Instituto Histórico. Acrescenta que os ditos “franceses e holandeses resgatam com os índios, principalmente de cabo Frio até o cabo deSão Tomé”.O não mencionarem, ambas as cartas, a existência de Cabo Frio,fundado em 1615, constitui prova de sua antiguidade.Também êste mapa falta ao códice da Biblioteca do Pôrto.N.° 5 _ Capitania do Espírito SantoLegenda _ “Demonstração da capitania do Espírito Santo, até aponta da barra do rio Doce, no qual parte com Pôrto Seguro. Mostrase a aldéia dos Reis Magos, que administram os padres da Companhia. E do dito rio para o norte corre a costa como se mostra, até orio das Caravelas, tudo despovoado, com muitos portos para navios dacosta e muitas matas de pau-brasil. Mostra-se pelo rio Doce o caminhoque se faz para a serra das Esmeraldas, passando o Rio Guasisi, e maisavante das cachoeiras o rio Guasisi-mirim; e mais avante como se entrano rio Una e dêle caminhando pouca terra entra-se na lagoa do pontoE, da qual desembarcam e sobem a serra das Esmeraldas, tudo conforme a viagem que fêz Marcos de Azevedo”.É êste mapa o n.° 2 do códice do Pôrto, com a mesma legenda. Eo n.° 6 do Atlas de Paris, com legenda mais resumida quanto ao roteiro para a serra das Esmeraldas.
Aquela, portanto, é a mais interessante, devido ao esclarecimento,que traz, à discutida história do descobrimento das esmeraldas, já emterritório hoje mineiro, anteriormente realizado por Marcos de Azevedo,e sómente aqui cartogràficamente documentado. Conforme nossas notas-59, à introdução simplesmente intitulada “Razão do Estado do Brasil”, e 6, da capitania de Pôrto Seguro - cabe aqui confirmar a sugestão, que fizemos, de ter Diogo de Campos Moreno conhecimento diretodo referido roteiro, por intermédio do próprio descobridor, que, comoêle, encontrava-se na Europa, em 1613, pleiteando e obtendo auxíliooficial para repetir a referida exploração mineral. A alusão às pedrasverdes, já aparecida na obra de Pero de Magalhães Gandavo (20), en controu maior consistência na de Gabriel Soares de Sousa (21), parecendo tornar-se realidade com o descobrimento de Marcos de Azevedo(e não de Azeredo).
Coube a Paulo Prado divulgar, em Paulistica, acarta de Filipe III ao governador Gaspar de Sousa, de 22 de fevereirodaquele ano, mandando fornecer ao descobridor 4.000 cruzados, para anova entrada ´em busca das esmeraldas. Citou-a, então, através do artigo “Um códice dos séculos XVI e XVII, propriedade do Dr.´Abel deAndrade”, publicado em 1919, na Revista da Faculdade de Direito, deLisboa. Agora, porém, pertencendo à Biblioteca do Ministério das Re-.lações Exteriores o referido códice, que é o de Cartas de El-Rei a Gaspar de Sousa, nêle encontramos, não só a citada carta, como abundantes provas da permanência, então, na Europa, tanto de Marcos de Azevedo como de Diogo de Campos, a tratarem de seus negócios na Côrte,não sendo, portanto, improvável a hipótese de que teria o primeirooferecido ao segundo, pessoalmente, as informações roteirísticas contidas naquela legenda cartográfica.
A questão da identificação dos rios Guasisi, Guasisi-mirim e Una,indicados na legenda do mapa do Espírito Santo como vias de acessopara a serra das Esmeraldas, foi primeiramente examinada por Brás daCosta Rubim, na “Memória sôbre os Limites da Província do EspíritoSanto”, lida em sessão do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro de26 de agôsto de 1859 e publicada na respectiva Revista, vol.XXIII, de1860. Concluiu pela dificuldade de uma exata correspondência toponimica, assinalando, porém, que, como ficavam aquêles acidentes geográficos depois das citadas cachoeiras do rio Doce, estariam, naquela ocasião, em território pertencente à então província de Minas Gerais.Também não concordou Rubim com a afirmação, feita na legendadêste mapa do Espírito Santo, de que esta capitania partia com a dePôrto Seguro pelo rio Doce. Alegou, a respeito, que o próprio texto doLivro que dá Razão do Estado, no capitulo referente à vizinha capitania, apresentava como limite o rio Circacem ou Cricaré, hoje São Mateus (22).Posteriormente, em As Minas do Brasil e sua Legislação, nos seguintes têrmos retomou João Pandiá Calógeras a questão da identificacão do roteiro para as minas das esmeraldas, de acôrdo com a referidalegenda: “Por êste itinerário se vê que o caminho seguido pouco seafastou do de Sebastião Fernandes Tourinho desde o rio Doce até oSuaçuí. Aí fala-se de um Guasisi-mirim que deve ser, não o SuaçuíPequeno dos modernos geógrafos, mas um afluente do outro, provavelmente o Urupuca, do qual passou a bandeira para o rio Una, de cujonome o atual rio Araunã conserva a lembrança. Daí com poucos qui- ´lômetros de percurso por terra atinge-se pelo lado oriental a lagoa citada no roteiro e nas mesmas condições nêle indicadas; subindo a mesma para o norte e, em seguida, o pequeno ribeirão que nela deságua,chega-se à serra das Esmeraldas, o divortium aquarium do Mucuri e doDoce, mais ou menos no meridiano da atual cidade de Teófilo Ottoni”.“A lagoa mencionada neste trajeto é atualmente conhecida pelonome de Água Preta; a denominação de Una dada por Azeredo (sic)deixa perceber que se trata de fenômeno generalizado na zona, devidotalvez à influência dos ulmatos alcalinos em dissolução, nas águas deuma região coberta de matas” (23).Confirmando, talvez, a identificação de Calógeras e a possibilidade´ do retôrno à região da atual cidade de Teófilo Ottoni, em 1614, dodescobridor Marcos de Azevedo, encontrou-se, no ano de 1932, em suasvizinhanças, uma pedra tôsca tendo inscrito aquêle milésimo (24).Dêsse mapa do Espirito Santo já foi publicado, por duas vêzes, extraído do códice do Pôrto, sómente o trecho da ilha do “Espírito Santo e aldeia dos Reis Magos”, em que, além desta, aparece Vitória (semo nome), mas não a antiga vila do Espírito Santo, que deu nome à capitania e depois foi Vila Velha. Reproduziram-no, primeiramente, Serafim Leite, S.I., em sua História da Companhia de Jesus no Brasil,tomo I (Lisboa, 1938), p. 240, e, também, a História da Expansão Portuguêsa no Mundo, tomo III (Lisboa, 1940), fasc. 26.N.° 6 _ Pôrto SeguroLegenda _ “No ponto A mostra-se a povoação de Pôrto Seguro,junto do rio Serinhaém, com poucas casas e mui desbaratada. _ Noponto B mostra-se a barra com 5 braças à pancada do mar e dentrodos recifes sempre duas braças. _ No ponto C a barra e povoação velha, onde entraram as náus da Índia, com suas sondas de 10 e 9 braças;mais ao norte vê-se a barra de Santa Cruz com 9 braças (25) entre os [p. 81, 82, 83]
E _ Barra de São Miguel. (A legenda do Atlas de Paris registra:“Barra da lagoa de São Miguel". Hoje “Barra das Lagoas",conforme o trabalho de identificação, adiante citado, do Sr.Manuel Diégues Junior).F _ Pôrto de Jaraguá, com sua sonda.G _ Lagoa do Norte, com dois engenhos. (Eram os de Nossa Se~nhora da Encarnação e Nossa Senhora da Ajuda, segundo oreferido trabalho do Sr. Diégues Junior).H _ Vila Nova de Santa Luzia. (Trata-se de uma antecipação, para o mesmo autor, pois Santa Luzia só foi vila, efetivamente, em 1830).I _ Lagoa do Sul, com muitas canas de açúcar. (Neste ponto deveria ter sido localizada Madalena, depois Alagoas, fundadaantes de Santa Luzia). ´L _ Rio de São Miguel, abundante de muitas cousas.M _ Engenho dos Rochas, senhores dêste rio (38).
(38) _ Filipe III, em carta ao governador D.Diogo de Menezes, de 21 de novembro de 1611, mandou que abrisse uma devassa contra Francisco da Rocha e seu sogro, moradores de São Miguel, dando-cs como prejudiciais aoserviço real. (Códic-e Cartas de El-Rei a Gaspar de Sousa, no Itamarati,fls. 398 v.). Diégues Junior identifica os Rochas como João e Sebastião daRocha, mencionados em carta anterior, do mesmo rei ao governador Diogo
(No Atlas deParis _ “Casas e engenho dos Rochas).N _ Lagoa chamada de Iucuviau, com terras e matos. (Identificada como a atual lagoa de Jiquiá, pelo Sr. Diégues Junior).O _ Rio Ipochi.P _ Rio Corurui.Q _ Rio Ipeba.R _ Lagoa chamada Piagui.S _ A Passagem do rio de São Francisco e lugar do Forte. (Nalegenda do Atlas de Paris não se inclui _ “e lugar do Forie").T _ Lagoa Garatuba, de grandes pescarias.V _ Lagoa Paraúna, de grande pescaria.X ~ Rio Ipochi, que desce do Aracaré. (No Atlas de Paris, “Ypohi”).AA _ Aldeia ao pé das serras de Aracaré.BB _ Porto de Iasuava, que vai para o salitre. (Trata-se do atualPão de Açúcar, ex-Jaciobá, segundo o Sr. Diégues Junior).CC _ Caminho do salitre, até as serras de São Gregório.DD _ Primeira cachoeira do rio de São Francisco.EE _ Segunda cachoeira, onde entra o rio das Conchas.FF _ Sumidouro do rio de São Francisco. (Para o Sr. Manuel Dié[p. 93]
ela sabem, faz que amurrem (11) menos temerosos de intentarem novidades os que de razão deviam intentá-las e assimaquela lei justa, que Sua Majestade mandou no ano de seiscentos (12), acêrca dos índios nas aldeias, não póde chegar aefeito, tal é a força que têm introduzido os religiosos (13) .Por êste caminho fica cheio o Estado de veios de piedade,debaixo dos quais desaparecem muitas rendas à Fazenda deSua Majestade, que sem dúvida lhe podem dar os índios, emuitas fazendas que, com suas ajudas, sendo gerais, podemaumentar-se aos brancos, evitando-se, com o cumprimento dadita lei, que se dilatem mocambos entre os negros (14), oujuntas de fugidos a que chamam Santidades (15), e outrosmales que em tôda esta costa vimos derivados da doutrinaque êles (como incapazes), mal aprendem, ou mal lhes ensinam seus tutores, sem a presença dos capitães leigos; porque(11) - Amurrem corresponde a enlraqueçam. de acôrdo com a antigaforma do verbo amorrinhar-se.(12) - No códice do Rio de Janeiro está, por engano do copista. «anode seiscentom; no do Pôrto, por erro do autor, "seiscentos e dez". Realmente, a lei que aboliu a escravidão dos indígenas do Brasil foi de 30 dejulho de 1609; tendo provocado um motim contra os jesuitas, na cidadedo Salvador, a 28 de junho do ano seguinte, foi atenuada por outra. de 10de setembro de 1611, que novamente permitia a escravização em "guerrajusta" ou dos indios "resgatados de morte".
(13) - Começam aqui as demonstrações do autor contra a catequese noBrasil realizada pelos inaclanos. Aplaudiu-as, desde 1839, em suas Reflexões Críticas sôbre a Notícia do Brasil, o historiador Varnhagen. Um doseus biógrafos, o Sr. Clado .Ribeiro de Lessa sugeriu. a propósito que aleitura da Razão do Estado pode ter influido não só para as suas opiniões"pouco favoráveis" aos indigenas como para "as restrições que faz ao valorda atuação dos filhos de Loiola em nossa terra". (Em "Formação deVarnhagen", capitulo de Vida. e Obra de Varnhagen, na Revista do InstitutoHistórico e Geográfico Brasileiro, vol. 186, de janeiro-março de 1945, 65).(14) _ E´ esta, cronolègicamente, uma das primeiras referências aosquilombos de escravos neg´ros,.fugidos aos seus senhores, no Brasil colonial.Dal tirou Antônio de Morais Silva o vocábulo mocambos para seu Dicionárioda Língua Portuguesa, 1a. ed. (Lisboa, 1789).(15) -- As santidades, cerimônias ou reuniões de inicio exclusivamenteindígenas, depois com a participação de brancos e negros, em curioso sincretismo, foram mencionadas por jesuitas como Nóbrega e Aspilcueta Navarro, além de Jean de Léry, e pela primeira vez melhor observadas porJoão Capistrano de Abreu no prefácio às "Confissões da Bahia", de 1591-92,da. Primeira Visitação do Santo Ofício às partes do Brasil (S. Paulo, 1922)..A Fernão Cabral de Ataíde e a Santidade do Jaguaripe dedicou interessantetrabalho o prof. José Calasans (Bahia, 1952).[p. 110]
ou da Angra dos Reis (58), nem as esmeraldas do Rio Doce(59), nem o ouro de São Vicente (60), ou a prata que dizemhaver no rioReal (61), ainda que tudo junto hoje estiver emtêrmos assegurados, tanto quanto vemos que anda em dúvidase alvitres, nenhuma comparação fazem com o que pode medraro dito Estado e os moradores dêste Reino (62) e as alfândegasde Sua Majestade, havendo muitos escravos e baratos, quetrabalhem nas fazendas do açúcar e cortes do pau-brasil (63),
(58) ~- No mapa da. "costa que vai do Rio de Janeiro até o põrto deSão Vicente", n.° 2 do códice do Instituto Histórico, :1.° 3 do Atlas daBiblioteca Nacional, de Faris, mas que falta ao apógrafo da. Bibliotecado Pôrto, aparece a angra dos Reis. Mas nenhuma citação é al feita, quantoà pesca de baleias em suas proximidades.
(59) _ No mapa de "Demonstração da Capitania´ do Espirito Santo",:1.° 5 do códice do Rio de Janeiro, n.° 2 do apógrafo do Pôrto, nfi 6 doAtlas de Paris, "mostra_se pelo rio Doce o caminho que se faz para a serra.das Esmeraldas". Adiante, no primeiro parágrafo do texto sôbre a Capitania de Põrto Seguro, há outra. referência a. êsse acesso ao interior hojemineiro. Em nossa Análise Cartográfica do códice do Instituto Histórico,ao examinar aquela legenda do mapa do Espirito Santo, sugerimos que estasinformações sôbre o roteirt` para as minas de esmeraldas tenham sido fornecidas a Diogo de Campos Moreno pelo próprio Marcos de Azevedo, comoéle então na Europa, em fevereiro de 1613.
(60) -.- Na. Carta Geral do Brasil, n.´> 5 do Livro em que se mostra aDescriçao de. tôdn u Costa du Brasil e seus portos, barras e sondas delas.de João Teixeira Albernaz (Lisboa. 1627 , da Biblioteca Nacional de Paris.reproduzida no Atlas que acompanha a Mémoire contenant l´Exposé dosDroits de la France duns la Question des Frontières de la Guyane Françaiso ef du Brésil sournise à l´arbitrage du Gouvernement :le la Confederation Suisse (Paris. 1899), aparece-m arbitrarias localizações de minas deouro no interior do Brasil nas nascentes do Itapecuru maranhense e aosul do rio Mearim, mas não na capitania do São Vicente. Tais localizaçõesnão ocorrem, entretanto, no mapa que a êsse corresponde, no códice doInstituto Histórico.(61) - Além da existência de minas de prata em Sergipe d´El-Rei emencionada no último parágrafo do capitulo referente a essa capitania.Assinalam-se no respectivo mapa (n.° 13 do códice do Rio de Janeiro, n.°10 do Pôrto, faltoso no Atlas de Paris), as "fazendas do Caramuru, pertodas .serras da prata".(62) - .As palavras "dêste Reino" não importam na. afirmativa de tersido o Livro que dá Razão do Estado escrito em Portugal, como acreditaram´Diogo Köpke e Varnhagen e examinamos nas notas 59 e 60 da Questão da.Autoria. ´(63) - Constituiam pontos essenciais ao desenvolvimento do Brasil,para o autor, a abundância e barateza dos escravos, a serviço dos colonos,tendo em vista a intensiva exploração das "verdadeirs minas do Brasil" queeram, em sua opiniao, como na do governador D. Diogo de Menezes, "açúcar e pau-brasil". (Cf. carta desse governador a Filipe III, escrita da Bahia,a 22 de abril de 1609, puhl. nos Anais da Biblioteca. Nacional do Rio de[p. 121]
CAPITANIA DE PÔRTO SEGURO, DO DUQUE DEAVEIRO (1) ´
A capitania de Põrto Seguro parte com o Espírito Santopelo rio Doce, em dezenove graus, ou Segundo outros querem pelo rio Cricaré, mais ao Norte (2), que foi o ponto por onde se dividiu êste Estado entre D. Francisco de Sousa e D. Diogo de Menezes (3). São famosos êstes rios pelas terras e várzeas para fazendas que nelas se descobrem e pelo muito que ao sertão se metem, abundantes de caças e pescarias, e sobretudo pelo muito pau-brasil fino, que entre seus matos e madeiras se acha, e pelas entradas que com facilidade por qualquer dêles se fazem ao sertão, pelo rio Doce particularmente para a serra das Esmeraldas, como se vê no ponto A, fol. (4), suposto que a barra dêste rio de nenhum modo pode ser acometida em nenhum tempo, por ser baixa e de alfaques (5), quese mudam, e por ter ordinárias aguagens, que descem de cima e lançam a água doce pelo mar a dentro mais de duas léguas,e assim, quando os do Espírito Santo fazem a jornada às esmeraldas entram com as canoas pelo riacho, que na carta seguinte se vê no ponto B, e pela lagoa do ponto C caminham até três léguas da barra do dito rio, donde tornam as canoasao mar, e varando-as depois pela areia vão a meter-se no dito rio no ponto D, e por êle acima navegam por cachoeirase lagoas até o pé da dita serra, como na carta se mostra no ponto E; por esta parte se faz mais fácil esta viagem que pelo Cricaré, o qual tem gentio em suas ribeiras, pela terra a dentro, que até hoje há sido impossível penetrar por entre êles mais ao sertão.
Ve-m-se. por estas referências, como já estava esclarecido, à época,o acesso ao atual território de Minas Gerais´ pelos rios Doce ou Cricaré,“quando os do Espirito Santo fazem a jornada às esmeraldas". Trata-se, provàvelmente, do descobrimento dessas minas, por Marcos de Azevedo, em 1611ou 1612. ´ `
Ao norte dêste rio estão os rios Macuripe, Piruipe e orio das Caravelas (7); todos com barras e todos despovoados, com pau-brasil e tantos cômodos (8) para o serem muito, que podemos assegurar não lhes faltar nada, havendo povoadores.(4) - Em branco no códice do Instituto Histórico, no qual o mapa doEspirito Santo está a fls. 8 da atual paginação. O códice do Pôrto indica`no texto, sua colocação "fôl. 17", o que não corresponde à sua. exata posição. conforme desde 1839 observou Diogo Köpke em carta a Varnhagen, cit. ´na parte de Fontes e Bibliografia.(5) - Bancos de areia movediça.
(7) - Atuais Mucuri, Peruipe e um braço dêste último, que circunda ailha fronteira a Caravelas.(8) - Na publicação do prof. Engel Sluiter, do texto do códice do Pôrto, está “costales", em vez de "cômodos", à p. 527 da The lllspanlc AmericanHistorical Review, de novembro de 1949, [p. 123, 124]
Há de advertir-se que, por lhes pagarem, aos ditos padres,emarrobas de açúcar, e não em dinheiro, deram-lhes, nesteano, um conto, quinhentos, quarenta e dois mil e seiscentosréis,pela adição acima (29); e assim será todos os anos, arespeito do que valerem as ditas arrobas, não podendo sernunca diminuída a sua quantia. (29) - Contra êsse processo de pagamento protestou o governador D.Diogo de Menezes, escrevendo ao rei, a 7 de fevereiro de 1611, em cartapela primeira vez citada por Varnhagen (op. cit., tomo II, p. 127): "comem tanto da Fazenda de Vossa Majestade que só neste Estado têm pertode três contos de renda, em que Vossa Majestade perde, no modo do pagamento, mais da terça parte". "Cor-respondência" cit., _nos Anais da. Biblioteca. Nacional do Rio de Janeiro, vol. LVII, p. 74). Expõs e justificou osistema, Serafim Leite, |S.I., - História da Companhia de Jesus no Brasil,tomo 1 (Lisboa 1938). o. 1261129. `(30) _ Segundo a «Fôlha Geral das Despesas do Brasib, de 1617, eramas seguintes as doze vigararias do Recôncavo da Bahia. de Todos os Santos:VilaVelha, Santo Amaro, Santiago de Peroaçu (Paraguaçu), Paripe, Matoim, Nossa Senhora do Socorro, Sergipe do Conde, Itaparica, Passé, Piraia, Cotegipe, Tamarari. (Cf. «Livro ´Segundo do Govêrno do Brasib, nosAnais do Museu Paulista. tomo III (S. Paulo, 1927), p. 13).(31) - A guarda do governador`[p. 149]
CAPITANIA DE SERGIPE D´EL-REIPassado o rio Real, tôda a terra até o rio de São Francisco, que ocupa mais duas enseadas do Itapicuru e Vasa-Barris, são da obrigação de Sergipe, que pela abundância de gados, que produz, e dos muitos povoadores, que ali se juntaram, foi Sua Majestade servido de nomear capitania à parte, confirmando os juízes e vereadores, vigário e coadjutor queali introduziu D. Francisco de Sousa, sendo governador; e aocapitão se lhe deram cem mil réis de ordenado (1) .Tem o rio Sergipe uma povoação de casas de taipa cobertas de palha, pequena, à qual chamam a cidade de SãoCristóvão (2); primeiro foi fundada no ponto A, que se vêna carta desta capitania à fol. (3), depois a fundaram noponto C, e logo daí a poucos situaram-na no ponto D, despovoando os demais, e contudo até hoje não tem tomado assento, porque cada um dos moradores, no ano em que éda governança logo trata de levar a cidade à porta do seu curral. [p. 161]
Nesta capitania têm os padres da Companhia muitas terras e fazendas; -e têm a seu cargo a maior fôrça dos índiosdaquele distrito, assim onde chamam Cotigipeva, como em outros lugares (10); também nas fazendas do dito Antônio Cardoso de Barros esta outra aldeia de tapúias que são bárbarosdo mato (11); êstes têm seu capelão e capitão à parte, conforme a ordenança nova (12) .Foi orçada esta capitania, no ano de 611, no que rende desuas criações e miunças, em mil quatrocentos e cinqüenta cruzados (13).Sua despesa ›e a seguinte:
A um provedor sem ordenado . $(10) - Serafim Leite, S.I., em sua História da Companhia de Jesus noBrasil, tomo I, p. 448/449, mencionou a existência de sesmarias e fazendas dosjesuítas em território sergipano. No tomo V, p. 321, nota 3, graças ao mapa.n.° 13 da Razão do Estado, identificou “Cotigipeva” como Teíupeba, à margem direita do rio Vasa-Barris, em frente a São Cristóvão, local em que existiam, conforme a respectiva legenda (ponto G): “Fazendas dos padres daCompanhia; chama-se o Saco".(ll) - Vê-se, pela referência, como é antiga e persistente a identifica.çäo dos´ "tapúias" como “bárbaros do mato". Seriam, êstes, quiriris, e não tupinambás, como os da costa.(12) _ Refere-se à lei de 1611` que mencionamos na nota 12 à introdução intitulada “Razão do Estado do Brasil".(13) ~ Equivalentes a 580$000. [p. 164]
(1) _ Embora diga o texto que os moradores da capitania de Ilhéus. seriam até 250, também nêle foi registrado que ao alardo da vila de SãoJorge, no ano de 1611, comparecem 107 homens; e que a gente de Boipeva,Camamu e Tinharé poderia formar outra companhia de mais de 150 homens.E´ portanto, exlguo aquêle primeiro total apresentado.(2) - Esta era a população apenas do Recôncavo, não compreendendo :1da cidade do Salvador, de acôrdo com o texto respectivo.(3) _,O texto da capitania. da Bahia de Todos os Santos assinala que osseus dízimos, com as miunças, valiam 50.000 cruzados, equivalentes a20 :000$000.(4) _ A região da foz do rio São Francisco não constituia capitania. Vaiaqui incluida devido à despesa mencionada.(5) _ O rendimento citado é apenas o dos dízimos da capitania, cobrados para a Fazenda Real; não foram incluidos os direitos das Alfândegas e a renda do pau-brasil, que são "muitos mil cruzados", segundo otexto.O donatário beneficiava-se da redlzima de 3:200$000 anuais, fora a do rendimento da. Alfândega.Era Pernambuco a mais rica das capitanias brasileiras.(6) _ "Os moradores desta capitania šãn mais de quinhentos" _ diz otexto respectivo.(7) _ A exportação .anual do açúcar, segundo a introdução intitulada."Razão do Estado do Brasil", ia de 500.000 a 600.000 arrobas, que pagavamde fretes e avarias 68:000$000. -(8) - De acôrdo com a mesma introdução, a renda das oito capitaniassujeitas´ao govêrno de D. Diogo de Menezes estava avaliada, em 1612` em 50 :000$000. [p. 218]