Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. LXXVIII
1894. Há 131 anos
poderia ser até incorporado, como aconteceu, a fala dos habitantes de outras capitanias.Duas destas, São Paulo e Minas Gerais, no período da mineração, comunicavam-se ininterruptamente com o Rio Grandede Sáo Pedro, principal fornecedor de animais de carga. Dospampas e coxilhas do Sui, desfilando pelas serras e planaltosintermediários, chegavam, ano após ano, a feira paulista de Sorocaba, centenas de muares indispensáveis a circulação de riquezas e mercadorias pelas veredas dos sertões.Tal circunstância ficou registrada nas páginas elaboradaspor volta de 1783 pelo paulista Manoel Cardoso de Abreu, nascido em Araritaguaba (Porto Feliz), as margens do rio Tietê.Como sertanista, navegou e andejou até os confins das minasde Cuiabá, e também pelo caminho de Viamáo, que levava aoSul. O que escreveu tem o curioso título (aqui abreviado) de"Divertimento Admirável para os Historiadores observarem açMáquinas do Mundo".No Capítulo XIII dessa obra deu notícias da cidade e dacapitania de São Paulo, descrevendo os variados negócios emeios de vida com que se entretinham os paulistanos. Algunsdeles iam até "Viamão buscar tropas de animais cavalares ouvacuns para venderem, não só aos moradores da mesma cidadee seu CONTINENTE (o grifo é nosso), como também aos andantes de Minas Gerais, e exercitam o mesmo negócio vindocomprar os animais em São Paulo para os ir vender em Minas",etc. (Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo,vol. VI, págs. 285, 286).Eis aí, portanto, evidenciado, por um único testemunho, oconhecimento que os antigos paulistas tinham, pela convivênciacom naturais suiinos, do modismo continente.Ora, se os paulistas, mais andarengos que os guascas, transitavam com freqüência pelas rotas comerciais que uniam o RioGrande a Sorocaba, a São Paulo e aos altiplanos mineiros, ondeo ouro e os diamantes ainda excitavam cubiças, torna-se fácilatinar com a utilização ostensiva da palavra continente emMinas Gerais.4. Quando o paulista Manoel Cardoso de Abreu, que nãoera homem de letras e sim um autodidata de razoáveis luzes,compôs o seu "Divertimento Admirável", já em Vila Rica, capitaldas Minas Gerais, se achava pronto e acabado o poema domesmo nome, escrito em 1773 pelo ilustradíssimo dr. CláudioManoel da Costa. Advogado com diploma coimbrão, poeta apreciado, secretário de Governadores, havia também viajado longamente pelos chapadóes das Alterosas. No seu poema "VilaRica" (editado pela primeira vez em 1839, em Ouro Preto),constam este decassílabos elucidativos: [p. 52]
De terras produtivas, teve esta fazenda um anterior proprietário, Afonso Sardinha, personalidade de grande evidência na vida da Capitania, e de quem vários historiadores trataram.
"Foi Afonso Sardinha o primeiro que teve em São Paulo trapiches de açúcar, de que pagava grandes direitos ao Rei, na sua fazenda de cultura no sitio de Ubatatá junto do rio Jurubatuba (que agora se diz Rio dos Pinheiros) em 1607, e nesse tempo teve de sesmaria mais terras e matos correndo o rio abaixo, desde o lugar da aldeia dos Pinheiros". "Das minas de Santa Fé e Jaraguá extraiu tanto ouro que, quando faleceu, declarou no seu testamento possuir 80 mil cruzados em ouro em pó" (1) diz Azevedo Marques.
"Aos 30 de setembro de 1592, Afonso Sardinha é eleito pelos "Homens Bons" e oficiais da Câmara de São Paulo, capitão da segunda guerra contra os selvagens do sertáo" (2) como assegura Aureliano Leite (3).
E Roger Bastide, tratando da escravatura negra, escreveu: "Só podemos ter certeza quanto ao aparecimento do primeiro africano em São Paulo a partir de Afonso Sardinha, o qual tinhaum navio fazendo o roteiro de Angola. E esse aparecimento liga-se a primeira tentativa de mineração em São Paulo (minas do Jaraguá) e não a cultura da terra, como no Nordeste" (4).
Valemo-nos agora de Afonso d´Escragnole Taunay: "Grande comerciante e capitalista, grande proprietário e lavrador, mineirava ouro no Jaraguá, fabricava e exportava marmelada, a ponto [p. 122]
chacina e o defensor do Rio de Janeiro foram uma única pessoae que se chamou Bento do Amaral Coutinho"(29).
Bento do Amaral da Silva se casou e se fez tronco dos Amarais Gurgéis paulistas que se espalharam pelo Estado, a começarpela Capital, por Itu, de onde procuraram as terras novas deCampinas que adolescia. Como em outros locais, souberam continuar o nome herdado. Para Frei Adalberto Ortmann OFRii, aohistoriar a "Capela de São Francisco em São Paulo", era o sargento-mor ouvidor Bento do Amaral da Silva, "político vigorosoe pertinaz", insigne benfeitor do convento de São Francisco,merecendo sepultura perpétua para si e seus descendentes naigreja conventual, do cruzeiro para dentro, debaixo da lâmpada", tronco ilustre dos Amarais Gurgéis paulistas", que se "filioua Ordem Terceira no fim da vida, nela professando com suamulher Escolástica de Godói, no dia de Santa Rosa de Viterbo,4 de outubro de 1714". E este mesmo autor reproduz afirmativade Diogo de Vasconcelos para quem "o ouvidor geral interinoda capitania de São Paulo foi o descobridor das minas deCaeté"(30).
Para Pedro Taques, o fidalgo genealogista de São Paulo, netohomônimo do acusador de Bento do Amaral da Silva, era o sargento-mor "natural do Rio de Janeiro, da nobre família dosAmarais Gurgéis daquela capitania, onde sua distinção e nobreza é assaz conhecida, e continua a sua descendência em avultadas casas e senhores de engenho da dita cidade". "Foi o ouvidor e corregedor da capitania de São Paulo, por ausência, doproprietário o desembargador João Saraiva de Carvalho. Tevegrande tratamento igual ao fundo do seu cabedal. A sua casa foiservida com numerosa escravatura, criados mulatos, todos calçados, bons cavalos de estebaria, ricos jaezes, excelentes móveis de prata e ouro e sendo bastantemente avultadas as baixelas de prata, cuja copa foi de muitas arrobas. Tinha passado asMinas-Gerais no princípio da grandeza e fertilidade do seu descobrimento, e se recolheu a São Paulo com grosso cabedal, quesoube empregar em fazendas de cultura para o tratamento queteve de pessoa tão distinta. A sua fazenda foi no sítio de Emboaçava, margens entre os rios Tietê e Pinheiros"(31). [p. 131]
De Bento do Amaral da Silva, diz Azevedo Marques: "natural do Rio de Janeiro e morador em São Paulo, filho do CoronelJosé Nunes do AmaraI(32) e de Dona Mécia de Arão Gurgel, foicidadão muito considerado por suas excelentes qualidades e pelanotável fortuna que adquiriu nas Minas Gerais, onde residiualguns anos. Em São Paulo exerceu lugares importantes, comoos de Juiz, ouvidor e corregedor, por mais de uma vez. Retirando-se depois a vida privada, estabeleceu a rica fazenda denominada Emboaçava nas margens entre os rios Tietê e Pinheiros"(33).Enquanto Silva Leme na sua monumental obra genealógicarepete que Bento do Amaral da Silva "tinha passado as MinasGerais no princípio da grandeza e fertilidade de seu descobrimento e se recolheu a São Paulo com grosso cabedal que soubeempregar em fazendas de cultura para tratamento que teve depessoa tão distinta"(34), Afonso d´Escragnole Taunay o incluientre os "povoadores notáveis dos primeiros anos da mineraçãono território das Minas Gerais"(35).Como residência, mais de uma casa possuia o sargenbmor;a de São Paulo, localizada a frente da igreja dos Terceiros deNossa Senhora do Carmo, na rua deste nome, era de taipa depilão como as boas construções da época, de dois lanços(36),
36 - Náo é possível aceitar, para documentos de séoulos passados, a palavra lanço como seções internas de uma casa, separadas por um corredor. São frequentes em velhos inventários, as casas com doislanços, sendo um assobradado, o que quer dizer que um tinha seupiso de assoalho acima do solo, e outro de terra pilada. É encontradiço o imóvel de dois lanços, como reproduzimos no texto, nsendo um de sobrado com duas camarinhasr, o que quer dizer que o primeirocorpo da casa tinha assoalho e, como andar superior, duas câmaras;além deste corpo ou lanço, o segundo lanço ou corpo com os cômodos de serviço. O inventário de bens de Bartolomeu de Quadros,de 1649, mostra a descrição de imóvel confirmando nossa interpretaçáo: casa de Parnaíba com dois lanços, e «seus corredoresa (noplural); aumas casas de sobrado de dois lanços e seus corredorese mais um lanço de casa terreiraa (Arquivo do Estado), e a casa detrês lanços no inventário de Cornélio de Arzão, falecido em 1638.Aluísio de Almeida usa, dentro de nosso modo de entender, o vocábulo lanço, quando se refere a um puxado, nestas palavras: *foramderrubados o lanço da cozinha e o muro do poente* (História deSorocaban 240). Conclui-se que a palavra lanço, quando designa qualidade de uma construção, aposta em muitíssimos inventários quetemos tido em mãos, só pode significar extensão diferenciada poralgum característico: primitivamente as casas se constituiam de um só corpo (casa do Bandeirante), exigindo apenas um telhado de duasou quatro águas; eram de um só lanço e não dispunham de cozinha,mas de uma varanda aberta, ou alpendrada, ou alpendre. Posteriormente, passou-se a construir um adicional (no século vinte chamado puxado) com menor pédireito, com telhado próprio e com parede emcontinuação. constituindo o segundo lanço. Esta interpretaçáo estáem dicionário arcáico de Frei Domingos Vieira, em dicionários modernos também, como a,aparte de uma escada compreendida entre dois patamares*. comoentendemos significar a palavra lanço em velhos documentos. A U1-tima ediçâo do dicionário de Antenor Nascentes, edição de Bloch,registra o significado moderno, mas contraditoriamente acrescenta:aa palavra 6 de verbal (regressivo de um verbo) de lançar. E, dize.mos, se é de verbal de lançar, dois lanços significam dois atos delançar, dois movimentos, duas realizações, como significava em séculospassados. [p. 132]
de mil setecentos e cinco, cinqüenta anos antes de se destruir,pelo terremoto, o cartório da Nobreza.A segunda carta de brasão de Amaral, foi outorgada em1760, a Francisco Carvalho da Cunha e Amaral(75), cavaleiroda Ordem de Cristo. capitão-mor da vila de Parati, nascido nacidade do Rio de Janeiro. Quatro anos depois, foi concedida aterceira carta, a José Viana do Amaral Rocha(76), natural damesma cidade, cavaleiro professo da Ordem de Cristo: e, em1769, a quarta carta, a Francisco do Amaral Gurge1(77), senhordo engenho de Santo Antônio do Rio Fundo, o primeiro ArnaralGurgel a obter em Portugal o brasão de Gurgel, concessão queperpetuou em erro estas armas, igualando-as a outras já existentes, como forma simplista de fugir a investigações mais profundas. Depois destas, João da Costa Barros Rocha do Amara!(78), obteve a quinta carta, esquartelando as armas dos Amarais com as de outras ascendências, em 1802.A documentos, juntamos aqui a história de pequenas peçzsarmoriadas. Concluindo quanto a origem dos Gurgéis, especi.11-mente estudada pelos dois autores que se dedicaram a tal pesquisa, nosso estudo da iconografia heráldica da familia apontnuma nova origem que nos parece de melhor fundamento. A collcessão pelo Império do Brasil, de brasão nitidamente privativodos d.e Gourgues, só se justifica por uma comum origem paraesta e aquela estirpe. Não encontramos outra explicação paraa aceitação pelo nosso Rei de Armas, de brasão idêntico a existente em França, para membros de uma familia de origem frailcesa, sem que os próprios requerentes não tivessem apresenta. do exemplar antigo que herdaram, oferecendo para registro emcartório da nova pátria. Na falta de provas de sucessão, foramconcedidas como mercê nova acompanhadas dos signos de nobreza antiga, significados no elmo de prata aberto guarnecido de ouro. E as mobílias de Bento do Amaral da Silva, vêm emnosso favor para dizermos que Gurgéis, em França, eram deGourgues. [p. 149]
O OUVIDOR E HERDEIROS DA MOBILIA
Nasceu o ouvidor Bento do Amaral da Silva no Rio de Janeiro, em cuja Se foi batizado aos 3 de abril de 1647. Neto deToussaint Gurgel e de Domingas de Aráo do Amaral, pertenciaa nobre família que se notabilizou pela posição, pelos cargos >ocupados e pela fortuna. Passou as minas buscando ouro e perlustrando suas terras e filóes, até juntar grandes haveres. Rico,fixou-se em São Paulo onde viveu pacificamente em seu meio,até aos setenta e dois anos de idade, quando faleceu aos 2 dejunho de 1719.Não temos dúvida em aceitar Parnaiba, Estado de SãoPaulo, como a terra onde se casou(79) pelos anos de 1694, poisem 1692, ainda era solteiro. Na mesma vila nasceu sua esposa,assim como o primeiro filho do casal em 1695; havia estrlbele.cido sua residência na cidade de São Paulo onde se mante-,,eem grande estado, onde ocupou altos cargos e onde faleceu(80)deixando a família na abastança. Sua esposa, Escolástica drGodói, era filha de Antônio de Godói Moreira, sertanista quepor prestar grandes serviços a Coroa em descobertas de minas(81), teve a honra de receber carta de agradecimento firmada pelo próprio punho de1 rei Dom Pedro 11, em 1698.Os Godóis eram fidalgos com brasão de armas, descendentes de nobre castelhano que passou a São Paulo no domínio deCastela, constituindo família ilustre pelos seus feitos de homenspúblicos, bandeirantes e ocupados em muitos campos de atividade. A mãe de Escolástica de Godói, Ana de Lima e Morais,maior número de fidalgos contava entre seus avós, pois era filha*do capitão Guilherme Pompeu de Almeida, capitão-mor da vilade Parnaiba, fundador da capela de Nossa Senhora da Concei-$50 do Voturuna, que dotou com ricos ornamentos e vultosopatrimônio, cuja administração instituiu para o seu filho padre,o creso paulista e seu homônimo, com sucessor em seu genro Antõnio de Godói Moreira.Escolástica de Godói, viúva, conservou em sua meação agrande fazenda do Emboaçava para continuar no fausto da vidacom o primeiro marido. Fez o seu testamento com longas declarações de fé e recomendação de bens de alma; declarou tersido casada em primeiras núpcias com o sargento-mor Bentodo Amara1 da Silva de quem teve onze filhos, "seis machos ecinco fêmeas"(82). Não poderia, porém, viúva tão rica se terlivrado de novos candidatos e, assim, deixou-se agradar por umfidalgo vindo para estas terras de mãos vazias, e o desposui~,tomando-se a senhora do sargento-mor José Pinto de Meesquitae Castro, hábil no gastar e que, falecida Escolástica de Godóiaos 6 de novembro de 1736, já sofria no ano seguinte um mandado de penhora de seus bens. Deste casal ficou um filho. [p. 150]
Como já vimos, o sargento-mor ouvidor Bento do Amaralda Silva possuia duas mobílias, de doze cadeiras cada uma. Amais nova feita na Bahia, com pregadura e maçanetas douradas da qual identificamos uma de propriedade do Museu deArte Sacra de São Paulo, mobilia que Bento do Amaral deixou.em uso na capital, permanecendo em poder da viúva Escolástica até sua morte em 1736, quando em processamento de inventário de seus bens(831, foi arrematada pelo herdeiro licenciado Manuel Bezerra Cavalcante, casado com Mécia Gurgel doAmaral(84). A mobília mais velha, já com "algum uso" no falecimento do proprietário, "feita na terra", coube ao filho pri-.mogênito capitáo José do Amaral Gurgel, e do seiscentismo aproximidade de nossos dias, teve descendentes que por ela zelassem até ser dividida por volta de 1869, como vai historiadoa vista de inventários e outros documentos que confirmam atradição.O capitão José do Amaral Gurgel, primogênito do ouvidor,nasceu em Parnaíba onde foi batizado em 1695; depois de residir em São Paulo com os pais, ainda solteiro mudou-se paraItu a cuidar de sua sesmaria e ser senhor de engenho(85). paralá transportando a mobília paulistana herdada do pai. Em Itii,.aos 23 de maio de 1730, casou-se na matriz de Nossa Senhorada Candelária(861, com Escolástica de Arruda Leite Ferraz,filha do capitão Pedro Dias Leite, dos Lemes antigos da capitania, e de Antônia de Arruda, dos Arrudas, Botelhos e SãoPaios(87), famílias das mais distintas de São Paulo. Foi o casamento testemunhado pelo então sargento-mor João de Mello doRego e pelo capitão-mor Manuel de São Paio Pacheco, ambosda mais alta nobreza da terra e todos, nubentes e testemunhas,fidalgos de brasão de armas. Foram seus filhos:1. José de Arruda Gurgel, casado duas vezes, a primeiraem Itu no ano de 1758, e a segunda em Sorocaba noano de 1768.2. Rita de Arruda Gurgel, casada em Itu em 1761.3. Vicente Férrer do Amaral, que continua.4. Antônio do Amaral Gurgel, casado em Itu em 1761.5. Maria do Amaral, falecida solteira.
6. Ana do Amaral, casada em Itu em 1752, com José Paisde Campos.7. Antônia de Arruda, casada em Itu em 1761, com BentoLeme César.8. Teresa de Jesus Amaral, casada em Itu em 1767, comAntônio Rodrigues Leite de São Paio; são os avós paternos do Visconde de Indaiatuba.9. Joaquim do Amaral Gurgel,José do Amaral Gurgel foi o primeiro juiz ordinário deItu(88) onde passou sua vida e onde faleceu com mais de setenta anos de idade, legando a mobília, que recebera do pai,.a seu filho Vicente Férrer do Amaral. E para bem assegurnr aidentificação do móvel iconográfico que alicerça nossas conc!usóes, continuaremos nas gerações que o possuiram.Nasceu Vicente Férrer do Amaral em Itu, mas foi batizadona Sé de São Paulo a 9 de julho de 1735, tendo por padrinilosr. sua avó paterna Escolástica de Godói e o seu tio paterno Guilherme do Amaral Gurgel. Sempre residiu em Itu, em cuja matriz de Nossa Senhora da Candelária casou-se as 17,30 horas de11 de dezembro de 1769, com Brígida Soares de Camargo, rascida e batizada na vila de Cotia, aos 3 de março de 1754, fi!hade Inácio Soares de Barros e de Marta Maria de Camargo Lima,por quem trouxe o sangue dos célebres Camargos da capitania.Vicente Férrer, como o pai, foi senhor de engenho, homemde posses, tinha várias propriedades agrícolas, animais, escravatura e "uma morada de casas no pákio da Matriz", de doislanços(89), de taipa de pilão, confinando com casas do capitãoInácio Xavier Pais de Campos e de Agostinha Rodrigues Bueno.Na sala principal desta casa, usava a mobília brasonada (fig. 2)que pertencera a seu avô paterno. Do seu casamento teve osfilhos:1. Ana do Arnaral Gurgel (1771) casada em Itu em 1797com o tenente João Manuel Gil Ferreira, de quem foisegunda mulher. [p. 151, 152]