Cenografia e ethos discursivo em o Artigo do Mestre Masaharu Taniguchi
2013. Há 11 anos
Taniguchi (2007c) explica que recorre aos ensinamentos de várias religiões,pois todas são vistas como luzes de salvação irradiadas de um único Deus. Assim,na Judéia, irradiou-se há dois mil anos a luz da salvação, nascendo Jesus; e na Índia irradiou-se essa mesma luz há três mil anos, nascendo Sakyamuni(TANIGUCHI, op.cit., p. 17).
Tendo como característica, essa aceitação religiosa, são comuns, nas obras,em palestras e em cerimônias referências à Kojiki (mitologia japonesa), à Bíblia, àsescrituras budistas, aos ensinamentos e as práticas de seitas japonesas como Shin,Zen, Shingon. Conforme Taniguchi (2008, p. 21), devido a esse “acolhimento”, nãose deve falar mal delas, pois a SNI se funde com a essência de todas as religiões.Como exemplo dessa identidade religiosa, foi publicado, em 1960, o livroPreleções sobre a interpretação do Evangelho segundo João: à luz do ensinamentoda Seicho-No-Ie. Nesse livro, há a transcrição de várias preleções, sobre oEvangelho de João (Novo Testamento), feitas na Academia de TreinamentoEspiritual em Akasaka, Tóquio.No prefácio dessa obra, o autor afirma que o Evangelho segundo João deveser lido dezenas e centenas vezes, para que se compreenda os ensinamentos e apersonalidade espiritual de Cristo. Além disso, ele comenta que apesar de nãopertencer a nenhuma igreja cristã, ele leu a bíblia, sob inspiração divina, eapreendeu sobre a Vida de Cristo, e complementa, afirmando que as pessoas quepertencem às igrejas tradicionais, talvez, não estejam conseguindo apreender a Vidade Jesus.
Consequentemente, conforme Taniguchi (2009) argumenta, muitas religiõescristãs ocultam o valor da Vida de Jesus e, por isso, movimentos, como a SNI,pregam o valor intrínseco de Cristo, ou seja, pregam a Verdade comum a todas asreligiões. Além disso, ele adverte que a SNI não deve ser considerada umamiscelânia de religiões, já que:a sua doutrina se baseia em interpretações inéditas quese manifestaram em forma de revelações divinas e que [Página 33]
cego ao se lembrar de que quando era criança tinha acertado, com uma pedra, aestátua de Cristo, conforme vemos no recorte abaixo:
Deus, que é amor, jamais iria castigar um homem e torná-lo cego só porque uma pedra acertou casualmente a estátua de Cristo quando ele, na infância, simplesmente, brincava de jogar pedras. O fato de ele ter ficado cego não se deve auma punição de Deus; deve-se à sua própria convicção de pecador e à sua ideia depunição segundo a qual o pecador deve pagar os seus pecados através desofrimento e infelicidades.
Essa história remete o co-enunciador à expressão religiosa ‘jogar pedra cruz’que, popularmente, é usada quando a situação não está boa ou como sendo acausa/o motivo pelo qual surgem problemas na vida de uma pessoa e ao discursobíblico, presente em João, capítulo 8, versículo 8, que narra a história de umamulher que adulterou e foi levada, pelos fariseus e pelos mestres da lei, para serapedrejada. Jesus Cristo, ao ser consultado pela multidão sobre a lei de Moisés, diz“quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nela”.Diante dessa circunstância, o enunciador acessa, na memória do coenunciador, o sentido do ato de jogar pedra (ser pecador), e, por conseguinte, aconsequência desse ato (ser punido, castigado). Assim, há a interação entre oenunciador (aquele que ensina) e co-enunciador (aquele que aprende) e surge aoportunidade de serem apresentados os ensinamentos da SNI.Vemos essa ideia de castigo, de punição, nos seguintes recortes de Opensamento iluminador e as ciências naturais:Há casos em que o fogo destrói casas, o Sol mata as pessoas com seu calorabrasador [...]. Isso ocorre quando o ser humano contraria as Leis da Natureza. [Página 107]