' O Rio Grande de São Pedro sob o olhar de um português: Domingos José Marques Fernandes (1804) Rio Grande de São Pedro through the look of a Portuguese: Domingos José Marques Fernandes (1804) Véra Lucia Maciel Barroso* - 01/11/2012 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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O Rio Grande de São Pedro sob o olhar de um português: Domingos José Marques Fernandes (1804) Rio Grande de São Pedro through the look of a Portuguese: Domingos José Marques Fernandes (1804) Véra Lucia Maciel Barroso*
1 de novembro de 2012, quinta-feira. Há 12 anos
prometem aumentar a mesma Capitania com excesso e vantagema qualquer das outras do Brasil, pela facilidade que temos expostodo seu comércio por aqueles cinco rios para muitas terras e muidistantes [...] (Fernandes, 1961, p. 37).Interessante é o apanhado que faz do número de habitantes,indicando inclusive as principais povoações existentes. Diz ele:Haverá nesta Capitania cinquenta mil almas, distribuídas em vintee uma freguesias, cujas igrejas paroquiais são quatorze matrizes esete filiais; e subordinadas, quanto à religião, a cinco vigários devara, postos pelo Excelentíssimo Bispo do Rio de Janeiro, que é oOrdinário do lugar, em cinco comarcas eclesiásticas, denominadasde S. Pedro do Sul, Porto Alegre, Rio Pardo, Triunfo e da Conceiçãodo Arroio. [...]A maior parte desta gente está reduzida a povoações; destas são trêsas principais, a saber: S. Pedro do Sul, Rio Pardo e Porto Alegre(Fernandes, 1961, p. 33).Em sequência, vem o capítulo intitulado “Mostra-se qual equanta seja a Capitania do Rio Grande de São Pedro do Sul, pela suaopulência e forças.” É aqui que ele aborda as origens da extrema áreameridional brasileira, desde as demarcações e lutas nas Missões, frenteaos espanhóis, até a conquista do oeste, em 1801, liderada por PatrícioCorreia da Câmara, Manoel dos Santos Pedroso e Borges do Canto.Nessa descrição, chega a minúcias.No último capítulo “Mostra-se qual e quanta pode vir a ser a mesmaCapitania.” Trata-se de uma antevisão do futuro do Rio Grande do Sul.Eis uma de suas passagens:As melhores terras da Capitania do Rio Grande de S. Pedro doSul para a agricultura infeliz e lastimosamente se acham incultase perdidas; as mesmas que podem fazer a felicidade de muitasfamílias, a defesa e a segurança da mesma Capitania na Coroade Portugal e um considerável aumento de dízimos e direitos damesma Coroa, existem como abandonadas, infrutíferas e inúteis(Fernandes, 1961, p. 82).E segue o cronista apontando o potencial alvissareiro do nordestedo Rio Grande de São Pedro frente ao centro e nordeste brasileiro -áreas não privilegiadas na sua análise -, diante das da Capitania quedescrevia:

[...] as terras da Serra Geral são as mais excelentes que há: começa esta no Rio das Torres, que, como também se disse divide esta Capitania da de Santa Catarina e corre por espaço de oitenta léguas, até à guarda dos ferreiros, ou boca do Monte, com largura de oito léguas e mais.Podemos dizer que elas são as melhores terras, não só da Capitania do Rio Grande, mas de toda a América; porque segundo a experiência, que há de algumas, que se têm provado, não sóproduzem toda a espécie de legumes, mas também de cana-deaçúcar, com vantagem a todas as outras terras do Brasil na produção deste gênero, e com excesso de trinta a quarenta por cento: o que se vê em alguns engenhos, que ali se acham já estabelecidos; para isto concorrem duas grandes adições: muita madeira e boa; rios navegáveis para o transporte: de maneira que não haverá lavrador distante da navegação, pela qual possa exportar os efeitos da sua fazenda mais de seis léguas, fáceis a carros. E é tal a fertilidade das mesmas terras, que um quarto de légua em quadro é bastante para o estabelecimento de um engenho de açúcar do lote de cem escravos:quando nas outras Capitanias um engenho de açúcar deste mesmo lote pede meia légua quadrada (Fernandes, 1961, p. 82-83).

E ousa mais, ao dizer:Em toda a América não há sítios mais próprios para fábricas deaçúcar como nas mencionadas terras incultas daquela Capitania,pela experiência das que lhe são próximas, já reduzidas à cultura,como fica dito, porque quase todas têm águas altas, que podem fazertrabalhar os engenhos, o que lhes dá valor de mais uma quarta parte.Todos os alimentos e bestas necessárias se acham mais baratos naCapitania de que falamos, do que em qualquer outra; e o gasto deum engenho nela, ainda de menor labutação, será menor que emoutra, três ou quatro mil cruzados, pelas comodidades ponderadas(Fernandes, 1961, p. 85).É de considerar-se o que diz Marques Fernandes. Entretanto,nos estudos sobre a produção açucareira do Brasil, ele é um ilustredesconhecido. [Páginas 8 e 9 do pdf]

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