Passagem do cometa Halley em 1910 gerou pânico no mundo. Por Carmen Lúcia - Brasília, em agenciabrasil.ebc.com.br
18 de maio de 2015, segunda-feira. Há 9 anos
Na madrugada do dia 18 para 19 de maio de 1910, o cometa Halley visitou mais uma vez a Terra. No ano, notícias divulgadas pela imprensa sobre um gás letal e venenoso presente na cauda do cometa, criaram um clima de pânico no mundo.
A descoberta científica sobre a composição química dos cometas motivou uma série de superstições, especulações e até exploração comercial sobre o cometa Halley. Mesmo com as tentativas para explicar que a passagem do cometa não poderia envenenar, houve quem se aproveitou da situação para vender máscaras para escapar dos gases; comprimidos que prometiam combater o veneno e até guarda-chuva como proteção. Mas, o Halley passou e continuou sua órbita sem causar danos aos habitantes da Terra, que aproveitaram para fotografá-lo pela primeira vez. A partir daí o cometa ganhou fama mundial mesmo passando pela Terra a 70 quilômetros por segundo, de acordo com a Nasa. Se no passado, as pessoas sentiam medo e tinham superstições, hoje, têm uma enorme curiosidade. O Halley é um cometa grande e brilhante e ganhou o nome do astrônomo, Edmundo Halley, quando foi reconhecido como periódico em 1705. Antes do astrônomo Halley, foi observado por Pietrus Apianus, em 1531, e por Johannes Kepler, em 1607. O cometa é visto a olho nu, a cada 75-76 anos, quando atinge o ponto mais próximo do Sol. É o chamado periélio. O primeiro registro da passagem pelo Sistema Solar data de 240 anos antes de Cristo. Segundo a Agência Espacial Européia, a cauda do cometa Halley se estende por milhões de quilômetros pelo espaço e seu núcleo é relativamente pequeno: possui 15 quilômetros de comprimento, 8 quilômetros de largura e altura. Somente 4% da luz que o cometa recebe são refletidos e, mesmo parecendo muito brilhante e branco, o cometa é preto. A cor branca que vemos da terra deve-se ao desprendimento de vapor do núcleo do cometa. O vapor é formado de 80% de água, 17% de monóxido de carbono, 3 % de dióxido de carbono e vestígios de hidrocarbonetos. Quando o cometa se aproxima do Sol, são emitidas toneladas de gás por segundo. Em 1986, cercado de expectativas, o Halley ofereceu um espetáculo bem menor do que em 1910. Além da poluição luminosa, que prejudicou sua observação, a interação dele com a radiação solar deixou-o menos brilhante e visível que o esperado. Segundo a Nasa, o cometa Halley segue se afastando do Sol e deve atingir o ponto mais distante - o chamado afélio - no final de 2023, quando, então, começará seu caminho de volta. A próxima passagem pela Terra será daqui a 46 anos, quando ele atingirá o ponto mais perto do sol. A data certa da visita ainda não se sabe mas a Nasa estima que será no mês de junho de 2061.