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A História de Cananea - Caminhos do Sertão
25 de maio de 2012, sexta-feira. Há 12 anos
MarataiamaA HISTÓRIA DE CANANÉIA(adaptado de Idolo de Carvalho-A saga do Bacharel)MarataiamaA HISTÓRIA DE CANANÉIA(adaptado de Idolo de Carvalho-A saga do Bacharel)

Em tupi-guarani mara = mar e taiama = terra, isto é, “lugar onde a terra encontra o mar”.

Habitavam o lugar os índios Carió (Carichó ou Carijó) da nação guarani. Eles jamais haviam visto um navio tão grande, cheio de velas brancas, homens brancos vestidos, de fala macia e cabelos de fogo, ficaram deslumbrados e se referiam ao fato como mutupapaba, isto é, “coisa maravilhosa”.

“Caraíba quer dizer coisa santa ou sobrenatural e, por esta causa puseram esse nome nos portugueses, logo que vieram, considerando-os uma coisa grande, do outro mundo, por terem vindo de tão longe sobre as águas”.

Cosme Fernandes, português, judeu convertido (cristão novo), por conveniência religiosa e política desterrado e deixado em Cananéia, tornou-se o primeiro europeu a se estabelecer no Brasil, alcunhado por Bacharel de Cananéia pode ter sido trazido numa viagem secreta feita por Bartolomeu Dias em 1499 porém, se aceita que a sentença tenha sido cumprida pela expedição comandada por Gonçalo Coelho, tendo como cartógrafo o florentino Amerigo Vespucci (Américo Vespúcio). Essa expedição saiu de Portugal em 1501 e chegou aqui em 24 de janeiro de 1502, visando reivindicar e demarcar as terras recém descobertas para a coroa portuguesa. Acredita-se que tenham chegado até a ilha do Cardoso, onde, por conta do seu tamanho e extensão, provavelmente pensaram estar em terras continentais onde desembarcaram o Bacharel e chantaram, no lado nordeste da ilha, junto à barra, na ponta do Itacuruçá, um marco de pedra com as quinas portuguesas em alto relevo, encimadas pela cruz de Cristo, juntamente com 2 tenentes, paralelepípedos sem função específica, espécie de escoltas do marco principal.Feito prisioneiro, de alguma forma o Bacharel conquistou a confiança dos nativos vindo a unir-se com a filha do cacique Ariró. Fato, freqüente na época do descobrimento, resultava da associação pelos nativos da figura do homem branco com os deuses ou chamãs. Segundo padre José de Anchieta:

Entre o inverno de 1526 e 15 de janeiro de 1528, seis homens (conhecedores das narrativas sobre os tesouros do “rei branco”) de um grupo de 32 desertores da expedição de Don Rodrigo de Acuña, após uma jornada de cerca de 300 km vindos de Porto dos Patos (relativo à tribo dos índios Patos, da nação guarani) no litoral de Santa Catarina, chegaram a Cananéia e juntaram-se ao Bacharel ajudando a povoar a terra. Desses desertores, provavelmente Gonçalo da Costa e Francisco de Chavez, casaram-se com filhas do Bacharel. Francisco de Chavez era o único homem branco vivo que já estivera no império inca. Com a expedição de Aleixo Garcia até os domínios do El Dorado.

Em 15 de janeiro de 1528, Diego Garcia, passando por Cananéia relata ter encontrado o “Bacharel de Cananéia” uma espécie de “rei branco” vivendo entre os índios com 6 mulheres, mais de 200 escravos e mais de mil guerreiros dispostos a lutar por ele, “... que vive ali faz bem 30 anos e tem muitos genros”.

Este foi o quadro que em 1531 a expedição colonizadora de Martin Afonso de Souza encontrou na comunidade de Marataiama, como era chamada a antiga Cananéia, segundo consta no Diário de Navegação da Armada de Pêro Lopes, irmão de Martin Afonso e que durou cerca de 80 anos. O crescimento da comunidade, escassez de água potável e terras agricultáveis, obrigou a vila mudar-se para o lugar onde está atualmente.

Durante as três primeiras décadas após o descobrimento do Brasil, devido às notícias que corriam na Europa, houve uma corrida desenfreada em busca dos domínios do rei branco, El Dorado e da fantástica Potosi, que na língua quíchua quer dizer “montanha que troveja”, feita inteiramente de prata e de onde saíram cerca de 6.000 m3 do metal.Cananéia torna-se, então, a partir de 1502, um importante ponto de passagem de armadas, expedições, exploradores, aventureiros, piratas e corsários.Para isso contribuíram a geografia em forma de abrigo natural para os navegadores, cujo melhor exemplo é a ilha do Bom Abrigo, as dádivas da natureza exuberante do lagamar: água doce, pesca, caça frutas e lenha e a presença e liderança do misterioso Bacharel de Cananéia, Cosme Fernandes que sabia negociar os produtos da terra, o pau-brasil, informações e escravos.

A divulgação ao mundo da existência do rei branco e do seu povo resplandecente em ouro custou muito caro aos incas. Essa notícia chegou ao litoral do Atlântico através do Peabiru.

O Peabiru, um caminho fantástico estabelecido pelas migrações indígenas e depois percorrido pelos europeus, era uma impressionante “estrada transcontinental” com 8 palmos de largura (mais ou menos 1,60 m) forrada de gramíneas, que se estendia por cerca de 3.000 km, ligando o Pacífico ao Atlântico através do Peru, Bolívia, Paraguai e Brasil. No Brasil a entrada localizava-se em São Vicente. Existiam ainda mais dois outros caminhos indígenas que levavam ao Peabiru: um em Cananéia e outro no Porto dos Patos, em São Francisco do Sul, SC. O caminho do Peabiru podia também ser atingido pelo interior do Cone Sul através dos rios da Prata, Paraná e Paraguai, passando por Buenos Aires, na Argentina, até atingir Assunção, no Paraguai. Os topônimos Argentina, derivado de argento (prata) e rio da Prata, foram tirados dos relatos de aventureiros, como Aleixo Garcia, que conseguiu trazer ouro e prata por esse caminho.

Por esse caminho penetrou também, saindo de Cananéia, a malfadada expedição de Pero Lobo Pinheiro, um dos capitães de Martin Afonso de Sousa, cujos componentes foram mortos pelos índios.O impacto dessa fortuna cruzando os mares em galeões, nem sempre bem armados ou escoltados, despertou a sanha e a cobiça de incontáveis flibusteiros e bucaneiros à espreita de alguma presa, tornando-se comum sua presença nas costas do Brasil, especialmente em Cananéia, pela natureza do lugar.

Tais provas indiscutivelmente colocam Cananéia como o primeiro povoado surgido no Brasil, quiçá antes mesmo de sua descoberta oficial, um verdadeiro entreposto e parada para reabastecimento. Foi assim que incontáveis expedições e aventureiros aqui aportaram.

A constatação do fato está gravada pelos portugueses no mármore do monumento existente em Lisboa, Portugal, às margens do rio Tejo, chamado de Padrão dos Descobrimentos, junto à Torre de Belém. Lá existe uma rosa-dos-ventos contendo no centro um mapa mundi, conforme normas cartográficas da época. O contorno da costa do Brasil assinala datas e pontos: 1500 – Porto Seguro, 1502 – Cananea e 1514 – Rio da Prata.

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