A primeira presa política do Brasil e a República que durou apenas 8 dias
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Proclamação da República no Crato (Ceará) por Joséde Alencar, seu irmão Tristão Gonçalves Pereira de Alencar (depois Alencar Araripe), frei Francisco de Santa Ana Pessoa e Inácio Tavares Gondim.
Foi no dia 11 restaurada a autoridade do rei nesta vila pelo capitão-mor José Pereira Figueiras.
Ao lado da mãe Bárbara de Alencar e dos irmãos Tristão Gonçalves e Carlos José dos Santos, tomou parte da revolução de 1817.
Bárbara Pereira de Alencar nasceu em Exu, Pernambuco, em 11 de fevereiro de 1760. Foi uma comerciante e ativista política brasileira. Primeira presa política do Brasil, é considerada uma heroína da Revolução Pernambucana e da Confederação do Equador.
Pertencente à família Alencar, ela se mudou ainda adolescente para a Vila do Crato, no Ceará, onde casou-se com o comerciante português José Gonçalves dos Santos. Com ele, teve quatro filhos. Um deles, José Martiniano de Alencar, é o pai do escritor José de Alencar.
De família rica, Bárbara e seus filhos abraçaram com fervor a Revolução Pernambucana de 1817. Eles defendiam a independência em relação a Portugal e a instituição de um sistema republicano de governo.
O Governo de Pernambuco era obrigado a enviar para o Rio de Janeiro grandes somas de dinheiro para custear salários, comida, roupas e festas da Corte, o que dificultava o enfrentamento de problemas locais, como a seca ocorrida em 1816, e ocasionava o atraso no pagamento dos soldados, gerando grande descontentamento no povo pernambucano e brasileiro.
A revolução começada em Pernambuco logo foi para o Ceará, onde surgiu a República do Crato. Bárbara e seus filhos estavam à frente do movimento. A República do Crato durou apenas 8 dias e Bárbara e seus filhos foram presos. Chegaram a ser tratados de forma cruel enquanto prisioneiros.
No fim de 1820, Bárbara de Alencar foi perdoada pela Corte e voltou para casa, já sem os seus bens, que haviam sido confiscados.
Mesmo após anos de prisão, ela continuou se envolvendo, ao lados dos filhos, em outros movimentos republicanos, dos quais o principal foi a Confederação do Equador, que começou em 1824 em Pernambuco e conquistou rapidamente as outras províncias da região, como Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Os soldados oficiais venceram os confederados e dois filhos de Bárbara foram executados. Ela morreu alguns anos depois, em 1832.
Em dezembro de 2014, o nome de Bárbara Pereira de Alencar foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria.
Bárbara não temeu a opressão que as mulheres de sua época viviam e lutou por um país melhor. Morreu como uma heroína.
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.