Tomada da fundição de Balthazar Fernandes e sua possível chegada a Sorocaba
1645 Atualizado em 07/07/2025 05:37:31
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Analisei tal documentação em artigo do "Jornal do Comér-cio", a 16 de outubro de 1949, resumindo os termos de uma informação sobre as minas de São Paulo, de autoria de Eleodoro Ebano, e enviada em 1650 por êste personagem "general das canoas de guerra de toda a Costa e mar do Sul" a Duarte Correia Vasqueanes, tio e sucessor de Salvador Correia no govêrno do Rio de Janeiro e da Repartição do Sul.
Denunciava mano que:
a) ao cabo de seis anos de existên-cia a Casa da Moeda de São Paulo não correspondia, de‘ todo, ao rjue dela se esperava;
b) o proveclor atual, Pascoal Afonso Gaia, mostrava-se incapaz e desidiosíssimo;
c) convinha a transferên-cia do estabelecimento para Paranaguá onde havia faísqueiras auríferas mais ricas de que as das vizinhanças de São Paulo.
Contestando-o declarou-lhe Duarte Correia a contemporizar que:
a) a respeito da oficina, paulistana, já oficiara a D. João IV e declarara: "Não era ela de nenhum efeito ao bem da real coroa";
b) permitia que a quintagem do ouro de Paranaguá fosse feita nesta vila e não em São Paulo;
c) tal quiiltagem se justiii-cava pela maior segurança dos reais quintos sem que, contudo, houvesse deliberado prophsito de se prejudicar a Casa da Moeda de São Paulo, pois sempre a da e a seus oficiais se avia de re-correr para se aver de fazer moeda". Que mais "ajuntar à carta?"
Recebo agora novo reforço de docutilei~tação, excelente, pro-vindo sempre do Arqiiivo HistOrico Colonial de L;shoa e papéis constantes de um maço cuja rubrica é Açores, wp&s avulsos, 1650.
Ainda desta vez devi tal contribuição ao Dr. J. P. Leite Cor-deiro, que recebeu as peças por iiitc-rniéc!!o do Dr. Mendes I Gouveia. Constituem uns autos de justificação de serviços requerida por Francisco da Fonseca Falcão, Capitão-mor da Capitania de São Vicente, de 1642 a 1648. Era êste Falcão açoriano, de São Miguel e servira no Nor-deste como Tenente da Companhi? do Capitão Miguel de Abreu Soares. Bravamente pelejara com os batavos durante cinco anos ; assistira em 1633 i tomada da vila de Alagoa do Sul (hoje Ala-goas), incendiiada pelos flamengos e depois com êles se batera em Alagoa do Norte (hoje Santa Luzia do Norte)[Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. LI, p. 236]
Fôra dos que, sob o coinaildo do Capitão Antônio Lopes Fil-gueiras. repeliram a tentativa de desembarque do "inimigo bel-ga", causaildo-lhe cem baisas.
AIaiiciara-o depois o Goveriiaclor Geral a Capitania de Sãs Viceilte orgai~izar um coniboio de uns tantos navios carregados de iilailiinieiltos para socorro da Bahia. Chegando a São Paulo, em 1638, soubera-se que unia armada liolaiidesa de treze nau, aportara a São Sebastiáo, ameaçando Santas. Kesta ocas150 guarnecera êle, a testa de sua Compaiihia, a Vila de Brás Cul~as. toda ela então entrincheirada. Mas os holandeses não se haviam animado a atacar o principal pôrto paulista.
Nomeara-o pouco depois o Vice-Rei, Marquês de Moiltalvão, Capitão de Iniantaria espanhola, registrando Antônio Raposo Ta-vares, Mestre de Campo, sua patente em Santos, a 10 de março de 1641. O sucessor de Montalvão, Antônio Teles da Silva, no-meara-o então Capitão-nior da Capitania de São Vicente e iilcutil-bira-o de armar dois barcos transportadores de mantimentos, arbilhados cada qual com oito canhões. Preferira êle porém constriiir uma fragata jogando com doze bôcas de fogo. Despachara-a para o Norte escoltando duas em-barcações carregadas de provisões, farinhas e carnes. Zarpando para a Bahia, tôdas três ali chegaram a salvo.
Quatro anos - e isto é o clue nÒs interessa - servira conio Capitão-mor da Capitania de São Viceiite. Fôra nesta qualidade clue a êle se dirigira Dom João IV, ordenando-lhe a instalação da Casa da Moeda de São Paulo. Ouçamo-lo a representar ao Rei pedindo-lhe a remuneração dos serviços de guerra e paz:
"Por hua carta assinada pela mão Real de V. Magde. de 8 de Junho de 1644, que vay a £01. 20, consta mandar lhe V. Magde. encarregar que desse toda a ajuda e favor para se entabolar casa de moeda de ouro (sic) em a villa de S. Paulo a qual se entabolou."
Pela certidão de fol. 21 de Francisco Garcez Barreto. Prove-dor das minas de São Paulo consta fazer cõ effeito que se enta- \ bolasse a ditta caza de mo& em virtude de ordem que teve de S. Magde.
A certidão de Barreto, datada de São Paulo e de 26 de Junho de 1645 é absolutamente insofismável:
"franmco. garcez Bareto provedor das minas e casa da moeda da vila de São Paulo, capitania de S. Vicente E nela sargento mór por sua magestade, etc.
Certifico que vindo a esta capitania de São Vicente carta de Sua Magde. que Deos guarde, ao Capptan. mór, que autualmente está servindo, franco. de fonca. falcluão, pera com efeito se entabolar caza de moeda em a vila & Sam Paulo a pôs Ele dito Capptan. loguo Em Efeito wmo sua Magde. Em carta lhe mandou fazer muitas deligências sobre as minas de ouro como fez, vyndo a vila de Pernaiba onde eu fuy com Ele a fazer as ditas diligências fazendo Ensaios E toda a diligência necessária mostrando Ele dito ~Capptan. mór mto zelo E desejo de se acrescentar& ditas minas E Rendim.tos a Real Coroa de siia Magestade fazendo Este serviqo a sua custa E com seus oficiaes pelo que o tenho por merecedor de toda a omra E merce que sua magestadt for servido fazer-lhe."
Portanto já em meados de 1645 estava Falcão, acompanhado de seus oficiais, iuncioiiários da Casa da Moeda de São Paulo, a fazer ensaios docimásicos sobre as amostras de minérios que lhe eram apreselitados, como os que realizou em Parnaíba.
Assim temos novidades de maior vulto a apresentar: Orde-nou D. João IV, em 1644, taxativamente a Falcão que estabele-cesse uma casa de moeda em São Paulo, destinada à cunhagem do ouro conforme êle próprio recordou ao Rei. Em 1645, a 26 de Junho já estava instalado o primeiro estabelecimento régio, de tal gênero que no Brasil existiu.
RECAPITULAÇAO DIOS DCHCüMENTO1S, ATÉ AGORA DESCOBERTOlS E COlMPROBATóRIOS DA EXISTBNCIA DA PRIMEIRA CASA DA MOEDA, RÉGIA DO BRASIL (1645) Primeiras referências impressas : Simão de Vasconcelos em suas biografias de João de Al-meida (1658) e de Josepb de Anchieta (1672) denunciou a exis-tência de moedas de ouro cunhadas lia capitania de São Vicente e por isto chamadas Sarnvicentas do nome da região de seu fabrico: Artigo 14 do Regimento de minas e mercê feito por Sua Ma-jestade ao GeneraJ Salvador Correia de Sá e Benevides. E para que os ditos meus vassalos e ~rincipalmente os mo-radores das ditas capitanias (de S. Vicente e S. Paulo) e os [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. LI, p. 237, 238]
André, Balthazar e Domingos Fernandes. Ao primeiro deve-se a fundação de Parnahyba, elevada a vila em 1625; lançou o segundo, em 1645, os alicerces da capela de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba,em torno da qual repontou a arraial de Sorocaba, que foi feito em vila em 1661; e o terceiro, finalmente, com seu genro Cristovam Dinís, deu origem á igreja de Nossa Senhora da Candelária de Utú-guassú, junto á qual surgiu o núcleo de população em 1657 se erigiu á categoria de vila, com o nome de Ytú. [Páginas 117, 118 e 119]
Lemos num articulista sorocabano de há uns 30 anos que ele haveria lido em papéis antigos de cartório a referência a São Felipe. Em 1661, a 3 de março, levantou-se novo pelourinho no lugar da atual Sorocaba, a légua e meia do antigo São Felipe e a três do Ipanema: era a vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba, formada com os restos da gente de Dom Francisco de Sousa e os novos povoadores vindos de Parnaíba desde 1645 com Balthazar Fernandes de Abreu.
Desde então era uma vez São Felipe! Se o povo ficou chamando Itavuvu, inventou ainda outro nome: é o bairro dos Quartéis, por causa de umas ruínas até hoje existentes. Era de fato aquele povoado o mais próximo, então dos castelhanos e dos imensos povos de nativos contra quem era mister previdência, tal como Piratininga foi também fortificada.
A capela de Nossa Senhora ou igreja é a mesma dedicada a Santa Ana e popularmente chamada de São Bento, e a doação dela aos padres de São Bento, postulava a construção de celas junto à mesma. Até agora o convento nunca foi reconstruído e a linha da sua fachada é a mesma da igreja. Esta andou em obras muito tempo, mas as paredes, a madeira, a estrutura, tudo leva a crer que o arcabouço se conservou.
Domingos fundava a capela de Nossa Senhora da Candelária de Itú, cerca de 1645 (...) Em, 1645, ele, os genros e os filhos se transportaram para o lugar chamado Sorocaba, a légua e meia do Itavovú ou São Felipe, para onde em 1611 D. Francisco de Sousa permitira se transportasse o pelourinho que em 1600 erguera no Araçoiaba.
Balthazar Fernandes, o fundador de Sorocaba, passou por ai antes de mudar-se de Parnaíba e recebeu em sesmaria. O Livro do Tombo de Sorocaba assinala a era de 1646, para a chegada dos primeiros povoadores parnaibanos. É exato, posto que Luís Gonzaga da Silva Leme (1852-1919) preferisse a data de 1645.
Em 23 de setembro de 1619, André Fernandes que em 1580, ao lado de seu pai e de sua mãe, participou da fundação de Santa Ana de Parnaíba, obteve do Capitão-Mór de São Vicente, Gonçalo Correia de Sá, uma sesmaria de terras com minas em Ibituruna. Nessa ocasião seu irmão Balthazar Fernandes também obteve sesmaria no Porto das Canoas, vizinha da de André, e levantou em Parnaíba um forno para fundição de ferro que, em 1645, foi sequestrado e desmontado em consequência de denúncia e representação de Francisco Jorge ao Juiz Ordinário Paulo do Amaral. Foi mais um dos Fernandes e talvez o último, que viu seu pendor de ferreiro e fundidor embaraçado pela autoridade oficial. [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página 15]
Tornando-se extremamente rico, de acordo com seu inventário, foi proprietário de doze sesmarias em terras do então município de Parnaíba, ao qual pertenciam as terras que formariam posteriormente os municípios de Itu e Sorocaba. Com grandes plantações de algodão e trigo, tinha a seu serviço, mais de quatrocentos nativos. Em Parnaíba também se dedicou à fundição de ferro, onde tinha um engenho que foi sequestrado em 1645.
Até o século XIX, eram feitos nas igrejas e foi Baltazar Fernandes, fundador de Sorocaba, quem erigiu a primeira igreja, dedicada a Nossa Senhora da Ponte - atual Igreja de Sant´Anna, junto ao Mosteiro de São Bento, com a finalidade de servir de amparo espiritual, abrigo e sepultura dos primeiros habitantes.
A história de Sorocaba é cheia de encontros e desencontros, que chega a ser folclórico. O Morro do Ipanema, não é de Ipanema, e sim de Araçoiaba; A igreja de São Bento não é de São Bento, é de Santa Ana; a casa da Marquesa de Santos (Quinzinho de Barros) não é da Marquesa; Brigadeiro Tobias, marido traído, nunca foi traído; o animal do tropeiro era mula, mas no monumento está o cavalo; a casa do Balthazar parece que não é... e assim por diante.
Índio fazendo ferro Data: 20/04/2024 20/04/2024
ID: 13833
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