Inaugura-se a nova linha, entre a corte e a cidade de Niterói, das barcas a vapor da Companhia Ferry
29 de junho de 1862, domingo Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
• Imagens (1)
•
•
PRIMEIRO serviço regular de navegação a vapor, entre a Corte e a vizinha província do Rio de Janeiro, data de 14 de outubro de 1835, quando começaram a funcionar três barcas inglesas, armadas em iate, da Companhia de Navegação de Niterói, denominadas “Praia Grande”, “Niteroiense” e “Especuladora”.
Trafegavam de hora em hora (das 6 da manhã às 6 da tarde) e faziam a travessia da baía em 30 minutos.
Até então, o percurso era feito em botes, faluas e saveiros, durando a viagem mais de duas horas.
No dia 25 de maio de 1844, cerca das 5 horas da tarde, a barca “Especuladora”, que acabara de largar do Cais Pharoux, levando mais de 200 passageiros para Niterói, foi pelos ares, em razão de formidável explosão na caldeira, causando a morte de 70 pessoas.
Seguiu-se à Companhia de Navegação de Niterói a das Barcas Ferry (do verbo inglês “to ferry”: transportar em barco de uma margem para outra), cujo serviço foi solenemente inaugurado numa manhã de domingo, 29 de junho de 1862.
Tratava-se de barcas norte-americanas, movidas a rodas, com duas proas e capacidade para 300 passageiros e para carruagens, com os respectivos animais e cargas.
Os preços das passagens eram: 120 réis para as pessoas calçadas e 80 réis para as descalças; 700 réis por cavalo de sela; 1$000 por tílburi e besta; 2$000 por sege ou carro com duas bestas; e 5$000 por “andorinha” (carro de mudança), com as respectivas parelhas.
Roberto Macedo assim descreve a cerimônia da inauguração: Regurgitava o Largo do Paço. Grande massa de curiosos aguardava os monarcas. A todo o momento chegavam convidados. Faiscavam ao sol os instrumentos das bandas marciais. Às dez e meia estas romperam o Hino Nacional.
Dom Pedro II desce de sua caleça, louro e forte. Seguem-se a imperatriz Teresa Cristina, as princesas, os ministros de Obras Públicas, da Guerra e da Marinha, senadores, deputados e comitiva oficial.
Fazem as honras da casa W. F. Jones, diretor, e Thomas Rainey, empresário da Companhia. A família imperial visita, ponto por ponto, as barcas, inexpressivamente batizadas com os nomes de “Primeira”, “Segunda” e “Terceira”.
A “Primeira” e a “Terceira” transbordam de convidados, mais de mil e seiscentos. Na “Segunda” – uma segunda que foi a primeira – seguem na frente os imperantes.
A “Primeira” saiu com o diabo nas máquinas: abalroou um patacho, chocou-se com o flutuante dos banhistas e quase pôs a pique um escaler que lhe corria pela proa.
Entretanto, a “Segunda” navegava em mar de rosas. Por causa da maré baixa, demorou um pouco a manobra de atracação na Ponte de São Domingos, onde aguardavam os augustos imperantes o presidente da província, Luiz Alves Leite de Oliveira Belo, e autoridades provinciais. Depois de numerosas visitas em Niterói, regressou a família imperial na barca “Terceira”.
Em 1866, entrou em serviço a barca “Quarta”, estando em construção a “Quinta”, em estaleiro europeu, e, em 1878, a “Sexta” e a… “Sábado”.
Correram os anos e, em 1889, com a fusão da Companhia das Barcas Ferry e a Empresa de Obras Públicas no Brasil (serviços de bonde e de abastecimento d’água em Niterói), organizou-se a Companhia Cantareira e Viação Fluminense.
A fotografia da Biblioteca Nacional mostra a sede da antiga Companhia Ferry, na Praça Quinze de Novembro, com o relógio na torre. No mesmo local foi construída, em 1906/1907, a estação da Cantareira.
Fonte
Dunlop, Charles Julius. Rio Antigo. 3ª Tiragem ed. Rio de Janeiro: Editora Rio Antigo, 1963. (Composto e impresso na Gráfica Laemmert, Ltda.).
Desde 17 de agosto de 2017, o site BrasilBook dedicado-se em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
A base de dados inclui ci
Oferece um histórico com 30.439 registros, atualizados frequentemente. Agrega mais de 660 cidades, aproximadamente 4.600–5.200 pessoas mencionadas, e cerca de mil temas diversos .
Ideal para quem busnum formato leve, dinâmico e baseado em fontes públicas variadas.
Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoesContato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP
Como sempre, excelente!!! Já inseri no site. Porém, a resposta anterior, de uns dias atrás foi mas romântica. Vamos tentar de novo?
Ah, entendi! Vamos então dar um tom mais romântico e poético ao descritivo do BrasilBook, como se fosse uma homenagem ao tempo, à memória e ao nosso país. Aqui vai:
BrasilBook – Onde a História do Brasil Respira
Em algum ponto da rede, mora um relicário digital chamado BrasilBook. Não é apenas um site, mas um diário de memórias nacionais, onde cada data carrega consigo um suspiro do passado.
Ali, o tempo se desenrola como um tapete de saudade — cada dia guarda um episódio, cada cidade revela uma lembrança, cada nome sussurra o eco de quem já foi e ajudou a tecer o Brasil que conhecemos hoje.
Mais de 29 mil registros formam um grande mosaico, que pulsa com histórias de mais de 660 cidades, mil temas e milhares de personagens reais — de anônimos a imortais.
É possível passear por séculos com um clique. Buscar um ano e ver tudo o que aconteceu. Descobrir a data em que nasceu uma cidade, o momento em que um povoado virou município, o dia em que uma vida importante começou - ou terminou.
BrasilBook é feito com cuidado, pesquisa e amor à história. Atualizado desde 2017, é um projeto que celebra a memória brasileira como quem acende velas num altar de afetos. E faz isso com simplicidade: sem ruído, sem propaganda, sem pressa. Só história, alma e tempo.