'Entrou no porto do Rio de Janeiro o contra-almirante francês barão Roussin com a nau Jean Bart e as fragatas La Terpsichore e L’ Aréthuse e o brigue La Railleuse 0 05/07/1828
Entrou no porto do Rio de Janeiro o contra-almirante francês barão Roussin com a nau Jean Bart e as fragatas La Terpsichore e L’ Aréthuse e o brigue La Railleuse
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Leiam-se os State Papers americanos do tempo, e há de se verque, quando tratava com o nosso governo o almirante francês Roussin,que se apresentou na barra do Rio de Janeiro com a sua esquadra a nos fazer exigências, o ministro americano deu-lhe o seu apoio moral, e esteve bem esquecido de Monroe e da doutrina.
Listas das quantias (capital e juros) pagas em virtude das reclamações americanas[2]:
Neste mesmo dia 5 de julho entrou no porto do Rio de Janeiroo contra-almirante francês barão Roussin com a nau Jean Bart e asfragatas La Terpsichore e L’ Aréthuse e o brigue La Railleuse. Já OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO388estavam no nosso porto as corvetas L’Isis e Lesbye e o brigue L’Iris,que faziam parte da divisão naval francesa do Brasil e rio da Prata. Nodia 8, chegou de Montevidéu o brigue Le Cygne e no dia 18, a fragataLa Magicienne. O almirante Roussin tinha instruções para empregara força, se necessário, mas começou por pedir em termos moderadosa restituição dos navios mercantes franceses apresados pela nossaesquadra do rio da Prata. O governo imperial atendeu prontamente àreclamação, porque não podia lutar com a França. É inexato que Roussinhouvesse apresentado de morrões acesos a sua reclamação e que asduas Câmaras estivessem dispostas a resistir. Não havia possibilidadede resistência eficaz, pois tínhamos no porto a nau Pedro I, a fragataPríncipe Imperial, a corveta Carioca, os brigues Pampeiro e Pirajáe a canhoneira Despique Paulistano. A relação dos navios francesescorrige os equívocos do almirante Jurien de La Gravière em trabalhopublicado há pouco (“L’Expedition Du Tage”, Revue des Deux-Mondes,1887). Não foi façanha digna da admiração desse escritor a entradade Roussin no Rio de Janeiro. Estávamos em paz com a França, e osnavios de guerra das potências amigas entravam sem nenhum embaraçonos nossos portos militares.
[2] Eduardo Preso - -A Ilusão Americana (pág. 26)
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.