Falece no palácio de Alcântara o rei dom Pedro II, de Portugal
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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1706 — Falece no palácio de Alcântara o rei dom Pedro II, de Portugal,nascido a 26 de abril de 1648. Governou, como regente do reino, de 22 denovembro de 1667 a 12 de setembro de 1683, e daí em diante com o títulode rei. Durante o seu governo, foi assinada a paz com a Espanha, ficandoreconhecida a independência de Portugal (1668); cresceu notavelmentea emigração portuguesa para o Brasil; povoou-se em grande parte onosso interior, com os descobrimentos de minas de ouro; deram-se osprimeiros conflitos com os franceses da Guiana; e foi fundada a Colôniado Sacramento, no rio da Prata. O rei dom Pedro II criou a primeira casada Moeda no Brasil, a princípio provisória, funcionando sucessivamente(1694-1703) na Bahia, no Rio de Janeiro e em Recife (ver 2 de dezembrode 1858), depois estabelecida definitivamente no Rio de Janeiro (1703).Nas Cortes de 1668, reunidas em Lisboa, o procurador do Estado do Brasilrequereu que “nos postos de milícias que vagassem nos ofícios de justiça efazenda, nas igrejas, conesias e dignidades”, fossem somente providos osmoradores do Brasil, “pois é justo [acrescentou] que, despendendo seuspais e seus avós as fazendas, derramando seu sangue, e perdendo muitosa vida, sejam os postos, cargos e honras do dito estado concebidos a estessujeitos, em quem concorrem as partes e qualidades necessárias”. DomPedro, então regente, respondeu: “Ao Conselho Ultramarino e à Mesade Consciência mandarei advertir o que me pedis que me parece justo”,e lançou mais este despacho: “Veja se na Mesa da Consciência e Ordensesta cópia de um capítulo, que, entre outros, me ofereceu em Cortes oprocurador do Estado do Brasil, para que, tendo-se notícia da resposta,que a margem dele lhe mandei dar, tenha lembrança a Mesa do que merepresenta aquele estado. Lisboa, 3 de agosto de 1668 (Rubrica).” Outracópia foi remetida ao Conselho Ultramarino. Este príncipe começou agovernar por um golpe de Estado, que depôs seu irmão dom Afonso VI,que o declarou incapaz de sustentar a posição de rei e de marido, e que OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO698lhe tomou o trono e a mulher. O infeliz prisioneiro dizia, em carta de12 de agosto de 1668, ao papa: “Que dois irmãos não cabiam em umsó império, não é novo, porque os primeiros que houve no mundo nãocouberam nele, quando este estava vazio; no entanto, que a mesmamulher esteja casada com ambos, sendo ambos vivos, é exemplo alheioda Igreja Católica, e nem Herodes o chegou a dar.”
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.