| O coronel do mar Roberto Mac Douall (ver 19 de fevereiro de 1776), comandante da esquadra portuguesa do sul, estava fundeado entre as ilhas do Arvoredo e da Galé (costa de Santa Catarina) | | 17 de fevereiro de 1777, segunda-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
1777 — O coronel do mar Roberto Mac Douall (ver 19 de fevereirode 1776), comandante da esquadra portuguesa do sul, estava fundeadoentre as ilhas do Arvoredo e da Galé (costa de Santa Catarina), comos navios seguintes: naus Santo Antônio (depois Martim de Freitas e,ultimamente, Pedro I), Ajuda Prazeres (cada uma com 64 canhões)e Belém (50 canhões), fragatas Nazaré (40 canhões), Príncipe doBrasil (34 canhões), Pilar (26 canhões) e Graça Divina (22 canhões);duas sumacas e um iate. O bergantim Invencível (18 canhões), quecruzava, fez sinal de estar à vista a expedição espanhola, anunciadade Lisboa. Enviando lanchas com este aviso ao governador de Santa EFEMéRIDES BRASILEIRAS135Catarina, Mac Douall fez-se logo de vela: ao meio-dia avistou seteembarcações do inimigo e pelas 15h foi impossível contá-las (seu ofíciode 19 de fevereiro, no arquivo do Conselho Ultramarino). A expediçãoespanhola, saída de Cádiz a 13 de novembro, navegara para a ilha deTrinidad, e aí se detivera de 17 a 30 de janeiro. Compunha-se de seisnaus, um chambequin (hoje fragata), sete fragatas (hoje corvetas), doispaquebotes, duas bombardeiras, um bergantim e uma setia (20 naviosde guerra), com 674 canhões, 5.148 marinheiros e 1.308 soldados demarinha, além de 97 transportes. Estes e os navios de guerra conduziamum exército de 9.383 homens, que vinha vingar os reveses de 1o e 2 deabril de 1776, fazendo a conquista de Santa Catarina, do Rio Grandedo Sul e da Colônia do Sacramento. O referido exército compunhase de dois batalhões do regimento de Córdoba, outros tantos do deZamora e de um batalhão de cada um dos regimentos seguintes: Toledo,Sabóia, Guadalajara, Sevilha, Múrcia, Ibernia, Princesa e Catalunha;um regimento de dragões e um corpo de artilharia, com 29 peças desítio, oito morteiros, 30 peças de campanha e quatro obuses. No rio daPrata já estavam, além das tropas do país, um batalhão do regimento deGalícia, as naus Astuto (64 canhões) e Santo Domingo (70 canhões), duasfragatas (as duas com 40 canhões), três navios armados (60 canhões), obergantim Santiago (16 canhões) e a setia Misericórdia (14 canhões).Segundo um documento oficial espanhol (mss. do Museu Britânico,Addison 6.893, no 19, fol. 102), eram estes os navios de guerra saídosde Cádiz sob o comando do marquês de Casa Tilly (a relação publicadapelo visconde de São Leopoldo tem vários erros): naus Poderoso,Monarca, San-Josef, San-Dámaso (70 canhões cada uma), América eSeptentrión (estas de 64 canhões); chambequin Andaluz (32 canhões),fragatas Venus, Liebre (ambas de 28 canhões), Santa-Margarita, SantaTeresa, Clara (estas três de 26 canhões), Santa-Rosa e Júpiter (de 22 e 18canhões, respectivamente); paquebotes Guarnizo e Marte (16 canhõescada um); bombardeiras Santa Casilda e Santa Eulalia (cada uma comseis canhões e dois morteiros); bergantim El Hopp (10 canhões); e setiaSanta Ana (seis canhões). Dois brulotes acompanhavam a esquadra e umterceiro foi preparado em caminho. Durante a viagem, foram apresadastrês embarcações mercantes portuguesas. Quando a expedição chegou àvista de Santa Catarina, tinham-se separado da esquadra e do comboioo bergantim de guerra El Hopp, dois brulotes e 16 transportes; uma OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO136setia mercante tinha sido despachada para Montevidéu, de sorte quea frota constava então de 19 navios de guerra, um brulote e 82 naviosde comboio, ao todo 102 velas. Em março, incorporaram-se a essaesquadra, em Santa Catarina, as naus Santo Agustin e Sério (de 70canhões cada uma) e a fragata Magdalena (26 canhões). Foi este um dosmais poderosos armamentos mandados contra o Brasil durante o períodocolonial. Comandava as forças de terra e mar o general dom Pedro deCeballos (ver 26 de dezembro de 1778), primeiro vice-rei nomeado parao rio da Prata. Em carta de 24 de fevereiro, o general Antônio CarlosFurtado de Mendonça (comandante das forças portuguesas reunidasem Santa Catarina) dizia ao vice-rei do Brasil (documento em possedo Arquivo do Conselho Ultramarino): “O poder dos castelhanos ésem questão desproporcionado, pois trazendo eles 10 mil homens, quedefensa poderemos fazer com uma tropa que não chega a dois mil, emque entram auxiliares e ordenanças...?” Das fortificações que havia nailha, se dará conta em outro lugar (ver 20 de fevereiro de 1777). Emuma das presas, o general espanhol encontrou ofícios e cartas contendoinformações preciosas: “Por elas soubemos do número de tropas comque a ilha de Santa Catarina estava guarnecida; sua distribuição pelasdiversas fortalezas da ilha; fortificações existentes e as que haviam sidoacrescidas às antigas; escassez de uma espécie de víveres e abundância deoutros; soubemos, finalmente, a força e o destino de sua esquadra (notíciaindividual da expedição)”. De 17 a 19 de fevereiro, estiveram as duasesquadras à vista uma da outra. Neste último dia, refrescou o vento, e aespanhola seguiu para a ilha (ver 20 de fevereiro).
Efemérides Brasileiras, José Maria da Silva Paranhos Jr. (1845-1912) 1777 — O coronel do mar Roberto Mac Douall (ver 19 de fevereiro de 1776), comandante da esquadra portuguesa do sul, estava fundeado entre as ilhas do Arvoredo e da Galé (costa de Santa Catarina), com os navios seguintes: naus Santo Antônio (depois Martim de Freitas e,ultimamente, Pedro I), Ajuda Prazeres (cada uma com 64 canhões)e Belém (50 canhões), fragatas Nazaré (40 canhões), Príncipe do Brasil (34 canhões), Pilar (26 canhões) e Graça Divina (22 canhões);duas sumacas e um iate.
O bergantim Invencível (18 canhões), que cruzava, fez sinal de estar à vista a expedição espanhola, anunciada de Lisboa. Enviando lanchas com este aviso ao governador de Santa Catarina, Mac Douall fez-se logo de vela: ao meio-dia avistou sete embarcações do inimigo e pelas 15h foi impossível contá-las (seu ofício de 19 de fevereiro, no arquivo do Conselho Ultramarino).
A expedição espanhola, saída de Cádiz a 13 de novembro, navegara para a ilha de Trinidad, e aí se detivera de 17 a 30 de janeiro. Compunha-se de seis naus, um chambequin (hoje fragata), sete fragatas (hoje corvetas), dois paquebotes, duas bombardeiras, um bergantim e uma setia (20 navios de guerra), com 674 canhões, 5.148 marinheiros e 1.308 soldados de marinha, além de 97 transportes. Estes e os navios de guerra conduziam um exército de 9.383 homens, que vinha vingar os reveses de 1o e 2 de abril de 1776, fazendo a conquista de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e da Colônia do Sacramento.
O referido exército compunha se de dois batalhões do regimento de Córdoba, outros tantos do de Zamora e de um batalhão de cada um dos regimentos seguintes: Toledo, Sabóia, Guadalajara, Sevilha, Múrcia, Ibernia, Princesa e Catalunha;um regimento de dragões e um corpo de artilharia, com 29 peças de sítio, oito morteiros, 30 peças de campanha e quatro obuses.
No rio da Prata já estavam, além das tropas do país, um batalhão do regimento de Galícia, as naus Astuto (64 canhões) e Santo Domingo (70 canhões), duas fragatas (as duas com 40 canhões), três navios armados (60 canhões), o bergantim Santiago (16 canhões) e a setia Misericórdia (14 canhões).Segundo um documento oficial espanhol (mss. do Museu Britânico, Addison 6.893, no 19, fol. 102), eram estes os navios de guerra saídos de Cádiz sob o comando do marquês de Casa Tilly (a relação publicada pelo visconde de São Leopoldo tem vários erros): naus Poderoso,Monarca, San-Josef, San-Dámaso (70 canhões cada uma), América e Septentrión (estas de 64 canhões); chambequin Andaluz (32 canhões),fragatas Venus, Liebre (ambas de 28 canhões), Santa-Margarita, Santa Teresa, Clara (estas três de 26 canhões), Santa-Rosa e Júpiter (de 22 e 18 canhões, respectivamente); paquebotes Guarnizo e Marte (16 canhões cada um); bombardeiras Santa Casilda e Santa Eulalia (cada uma com seis canhões e dois morteiros); bergantim El Hopp (10 canhões); e seti a Santa Ana (seis canhões).
Dois brulotes acompanhavam a esquadra e um terceiro foi preparado em caminho. Durante a viagem, foram apresadas três embarcações mercantes portuguesas. Quando a expedição chegou à vista de Santa Catarina, tinham-se separado da esquadra e do comboio o bergantim de guerra El Hopp, dois brulotes e 16 transportes; uma seti a mercante tinha sido despachada para Montevidéu, de sorte que a frota constava então de 19 navios de guerra, um brulote e 82 navios de comboio, ao todo 102 velas. Em março, incorporaram-se a essa esquadra, em Santa Catarina, as naus Santo Agustin e Sério (de 70 canhões cada uma) e a fragata Magdalena (26 canhões). Foi este um dos mais poderosos armamentos mandados contra o Brasil durante o período colonial. Comandava as forças de terra e mar o general dom Pedro de Ceballos (ver 26 de dezembro de 1778), primeiro vice-rei nomeado para o rio da Prata.
Em carta de 24 de fevereiro, o general Antônio Carlos Furtado de Mendonça (comandante das forças portuguesas reunidas em Santa Catarina) dizia ao vice-rei do Brasil (documento em posse do Arquivo do Conselho Ultramarino): “O poder dos castelhanos é sem questão desproporcionado, pois trazendo eles 10 mil homens, que defensa poderemos fazer com uma tropa que não chega a dois mil, em que entram auxiliares e ordenanças...?” Das fortificações que havia na ilha, se dará conta em outro lugar (ver 20 de fevereiro de 1777). Em uma das presas, o general espanhol encontrou ofícios e cartas contendo informações preciosas:
“Por elas soubemos do número de tropas com que a ilha de Santa Catarina estava guarnecida; sua distribuição pelas diversas fortalezas da ilha; fortificações existentes e as que haviam sido acrescidas às antigas; escassez de uma espécie de víveres e abundância de outros; soubemos, finalmente, a força e o destino de sua esquadra (notícia individual da expedição)”. De 17 a 19 de fevereiro, estiveram as duas esquadras à vista uma da outra. Neste último dia, refrescou o vento, e a espanhola seguiu para a ilha (ver 20 de fevereiro). [28106]
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