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   26 de junho de 1968, quarta-feira
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      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

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No dia 26 de Junho de 1968, o Rio de Janeiro parou. No início do auge da repressão durante o Regime Militar, uma multidão composta por estudantes e artistas protestou contra a ditadura e os abusos de poder do Estado: o ato ficou conhecido como A Passeata dos Cem Mil, parte fundamental do ano de 1968 no Brasil.

Cenário

O Brasil vivia anos de repressão policial e autoritarismo político. Desde 1964, quando uma Junta Militar derrubou um presidente eleito e assumiu o governo, diversos setores revoltados da sociedade sofriam com prisões e arbitrariedades. Um dos setores mais atacados eram os Movimentos Estudantis, que se mobilizavam por suas demandas e eram recebidos com bombas, tiros e ordens de prisão.

Um desses casos foi o estopim para as lutas tomarem as ruas, algo que marcaria os anos seguintes. Os estudantes protestavam no Restaurante Central dos Estudantes, conhecido como Calabouço, na antiga sede da UNE no Aterro do Flamengo, pelo aumento do preço da refeição.

A polícia, para reprimir o movimento, invadiu o prédio com armas. O comandante da tropa da PM, Aloísio Raposo, atacou o estudante secundarista de 18 anos, Edson Luís de Lima Souto, e o matou com um tiro a queima-roupa.

Depois do estopim

Um velório público para o jovem foi feito e ocupou diversas regiões do RJ, onde o confronto com policiais continuou acontecendo.

Uma missa, por exemplo, que foi feita na Catedral da Candelária foi interrompida pela cavalaria da PM, que agrediu estudantes, padres e trabalhadores que rezavam lá. Numa outra manifestação, dias depois, resultou na prisão do líder estudantil fluminense Jean Marc von der Weid. No dia seguinte, mais 300 estudantes foram presos.

Os estudantes mantiveram a posição de ocupar as ruas denunciando os abusos do Governo Costa e Silva. No dia 21 de junho, ainda sentidos com os abusos contra Edson Luís, foi marcada uma manifestação de estudantes em frente ao Jornal do Brasil. Gás lacrimogêneo, balas, cassetetes e um saldo de três mortos e mais de mil prisões sumárias. O Rio de Janeiro passara por sua Sexta-Feira Sangrenta.

Como resposta, os estudantes marcaram mais um ato para o dia 26 de junho, que foi aprovada pelos militares pelas pressões que o governo sofreu. Foram dispostos 10 mil policiais militares para realizar qualquer operação necessária nessa manifestação.

Na manhã desse dia, as ruas da Cinelândia já estavam tomadas por estudantes, artistas, políticos, ativistas e alguns trabalhadores. Às 14h, começa a andar uma das maiores manifestações civis da História da República brasileira.

A Passeata dos Cem Mil

Em menos de uma hora de passeata, já havia 100 mil membros na manifestação. Em meio à passeata, as pessoas pararam e se iniciou um famoso discurso de Vladimir Palmeira, líder estudantil, que lembrou o atentado contra Edson Luís e o protesto do Calabouço, cobrando o fim da Ditadura Militar e a retomada da Democracia.

Os cartazes de Abaixo à Repressão, Abaixo à Ditadura, O Povo no Poder, Fora militares deixavam clara a posição do ato: era o povo contra o governo. E por três horas, os cariocas andaram até a Assembleia Legislativa, sem conflito com a polícia.

A reação

A Passeata dos Cem Mil gerou grande tumulto na sociedade. Contra ou a favor, era impossível desviar do assunto na época. Muitas fotos do jornalista Evandro Teixeira monumentalizaram esse dia e receberam grandes homenagens de partidários do movimento, como Carlos Drummond de Andrade:

“Das lutas de rua no Rio
Em 1968, que nos resta
Mais positivo, mais queimante
Do que as fotos acusadoras,
Tão vivas hoje como estão,
A lembrar como a exorcizar?”

Outra famosa obra que nasceu do clima da Passeata foi a música Pra Não Dizer que Não Falei das Flores, de Geraldo Vandré.

Nela, uma somatória entre homenagem e crítica nos lembra da necessidade de mobilização, grupal e individual, para assumirmos o poder sobre a própria vida e a termos a liberdade da ação.

Vandré nos lembra que "esperar não é saber", apontando os problemas dos "indecisos cordões que ainda fazem da flor seu mais forte refrão e acredita nas flores vencendo o canhão".

Ao mesmo tempo, críticas bem mais enfáticas foram colocadas ao movimento. Claro, a oposição aos militares era divisora de opiniões. Porém, mais que isso, uma crítica feita por Nelson Rodrigues foi cirúrgica e incômoda:

“E outra observação que me deu o que pensar: - os Cem mil tinham uma saúde dentária de anúncio dentifrício. (...) E a marcha de 100 mil sujeitos sem uma cárie, sem um desdentado, assumia a forma de um pesadelo dentário (...) “E o povo? Onde está o povo?” O povo era ausência total. Não havia uma cara de povo, um paletó de povo, uma calça de povo, um sapato de povo.”

Portanto, por mais justas que fossem as demandas da Passeata, era claro um perfil dos participantes, que é o de classe média, performativo, privilegiado e revoltado.


O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.

Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?



Quantos ou quais eventos são necessários para uma História?
Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.


Mary Del Priori, historiadora:

Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.

Lia Calabre, historiadora:

A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]

Quantos registros? Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:

- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).

- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.

- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.

- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.

- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.

- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.

Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.

Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.

Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.


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