CPI dos Bingos ouve envolvidos no assassinato de Celso Daniel
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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A acareação foi organizada pela sub-relactoria da CPI, com os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Magno Malta (PL-ES) e Romeu Tuma (PFL-SP).
Participaram da acareação sete presos acusados de terem participação no seqüestro e assassinato do prefeito. Entre as pessoas ouvidas estava também o empresário Sérgio Gomes da Silva, mais conhecido como o "Sombra".
Os presos negaram a participação de Sérgio Gomes da Silva no crime, contudo esta versão foi contestada pelo depoimento de uma nova testemunha ouvida pela CPI momentos antes da acareação.
O nome dela não foi revelado por questões de segurança. Desde que a morte do prefeito passou a ser investigada, pelo menos sete pessoas que tinham alguma informação sobre o caso morreram misteriosamente.
Em entrevista para a imprensa o o promotor do Ministério Público de São Paulo Roberto Wider Filho informou:
"A testemunha disse que Sérgio Gomes da Silva recebeu dinheiro de um traficante de drogas na campanha eleitoral de 2000, no valor de R$ 1,5 milhão, sob a promessa de que Celso regularizaria o transporte de lotações em Santo André, caso fosse eleito prefeito.
Celso desconheceria a promessa e teria sido morto ao ter reconhecido um dos seus seqüestradores como amigo de Sérgio Gomes da Silva."
A nova testemunha reforça a tese de crime encomendado, disse o relator da subcomissão, senador Magno Malta: "O depoimento é contundente e significativo.
Ele apresenta uma vertente extremamente forte e informações ainda desconhecidas e que eram apenas alvos de suposições sobre o assassinato de Celso Daniel."
Malta também disse: "Não acho que tenha sentido dizer que o partido a ou b teve envolvimento. Houve o envolvimento de pessoas avarentas por necessidade de poder, por necessidade de tirar lucro fácil e que fizeram alianças com o crime que ceifou a vida de Celso".
Nós temos a pretensão que temos artistas, porque temos Portinari, porque temos Vila- Lobos, ou temos Beethoven. Então isso nos da aparência, o orgulho de que nós temos arte. Nós não temos arte porra nenhuma. Porque tanto Picasso quanto Beethoven pertencem a grupos muito pequenos. Bom, até que agora 1977) os instrumentos de massa estão permitindo que mais outras pessoas se comuniquem com isso. Mas é tudo um código complicado para que um popular chegue a entender isso. Na maior parte das vezes não chega. Ninguém chega a entender.
Data: 01/11/1977 Fonte: José Viana de Oliveira Paula entrevista Darcy Ribeiro (1922-1997)*