Falecimento de Nereu de Oliveira Ramos, 20° presidente do Brasil
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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16 de junho: Nereu de Oliveira Ramos, 20° presidente do Brasil (n. 3 de setembro de 1888).Referênciasdores e interventores do estado de Santa Catarina.Nereu estudou no internato Nossa Senhora Conceição e, em 1905, matriculou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Foi redator da revista do Centro Acadêmico XI de Agosto. Bacharelou-se em 1909, e retornou à cidade natal no ano seguinte, passando a atuar com advogado. Em 1911, mudou-se para Florianópolis, onde trabalhou como jornalista e político, tendo sido eleito deputado estadual. Renunciou ao mandato para participar como delegado brasileiro das conferências internacionais de Direito Marítimo e Letras de Câmbio, que ocorreram na Bélgica e na Holanda. Atuou, mais tarde, como oficial de gabinete de seu pai, que era presidente de Santa Catarina. Fundou o jornal A República em 1921 e defendeu o movimento da “Reação Republicana” que havia lançado Nilo Peçanha como candidato contra Artur Bernardes. Foi opositor dos governos estaduais de Antônio Pereira da Silva (1924-1926) e Adolfo Konder (1926-1930).Em 1927, Nereu ajudou a afundar o Partido Liberal Catarinense, que se alinhou à Aliança Liberal, força oposicionista que lançou Getúlio Vargas como candidato contra o conservador Júlio Prestes. Foi eleito deputado federal em 1930, mas com a chamada “revolução de trinta” teve o mandato encerrado com o fechamento do congresso. Em 1932, ajudou a fundar a Faculdade de Direito de Santa Catarina. Foi deputado da constituinte reunida em 1933 e um dos 26 deputados integrantes da Comissão Constitucional responsável pela análise do anteprojeto de Constituição apresentado pelo governo provisório.Durante a o governo Vargas, Nereu Ramos foi governador e interventor do estado de Santa Catarina. Nessa função, foi responsável pela renovação das estradas e rodovias do estado, pela criação de postos de saúde e pela construção do edifício do Departamento de Saúde Pública. Também foi responsável pelo combate ao crescente movimento nazista nesse estado, vinculado aos imigrantes alemães.Em 19 de setembro de 1946, Nereu foi eleito vice-presidente da república na chapa de Eurico Gaspar Dutra por meio de voto indireto. Tornou-se, pouco tempo depois, presidente do PSD e deputado federal. Entre 1951 e 1955, Nereu Ramos foi presidente da Câmara dos Deputados. Foi eleito senador em outubro de 1954 e, um ano depois, foi escolhido para ser presidente do Senado.No dia 11 de novembro de 1955, um movimento militar aliado ao Congresso conseguiu depor o presidente Carlos Luz, que havia substituído Café filho na chefia da república. Segundo os militares e alguns parlamentares, Carlos Luz e Café Filho estariam vinculados à articulação de um movimento golpista contra a posse legal do presidente Kubitschek. Nereu assumiu a presidência no dia 11 de novembro e foi confirmado presidente da república pelo Congresso no dia 22, quando foi votado o impedimento do presidente Café Filho, que estava afastado por questões de saúde. Em seu governo, preocupou-se em assegurar a transmissão legítima do poder a seu sucessor eleito, Juscelino Kubitschek, o que realizou em 1956.No mesmo ano, foi nomeado ministro da Justiça e dos Negócios Interiores, cargo do qual se exonerou um ano depois. Então, reassumiu sua cadeira no Senado, tendo falecido num acidente aéreo ocorrido no dia 16 de junho de 1958.
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.