Empresário que atuava com disque-droga é preso em Sorocaba
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Acusado fazia as entregas nos bairros nobres da cidade; com ele, foi encontrado 30 gramas de cocaínaJosé Maria Tomazela, de O Estado de S.Paulo16 de abril de 2008 | 16h38Médicos, dentistas, advogados e professores universitários eram os clientes preferenciais do empresário Marcos Cleo, de 44 anos, preso na tarde de terça-feira, 15, pela Polícia Civil de Sorocaba por tráfico de cocaína. Dono de uma loja de carros, ele recebia as encomendas pelo celular e a clientela usava uma linguagem codificada para pedir a droga. Para a entrega, Cleo marcava encontros em bairros nobres da cidade e se dirigia para o local num automóvel Audi preto. Durante cinco meses, com autorização judicial, a polícia gravou as conversas e fez imagens dos encontros - que comprometem integrantes da alta sociedade de Sorocaba, segundo a delegada Simona Ricci Scarpa, da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise). Nas imagens divulgadas pela polícia, Cleo é flagrado entregando a "encomenda" no bairro Campolim, principal reduto da classe A e ponto de encontro de jovens da cidade, inclusive próximo de escolas. Numa das gravações, o interlocutor pergunta se o empresário tem "a loira do uisquinho". Com a resposta positiva, ele pede: "Manda três pra nós." Em outra ligação, o cliente o convida para "tomar uma cerveja" no Campolim, "no lugar de sempre". As imagens mostram que a entrega ocorre num conhecido bar da região. Um dos fregueses assíduos, um professor universitário, usava como senha a pergunta: "Pode vir na aula hoje?" Cleo responde: "Posso, quando?" O professor: "A hora que quiser, mas da mesma qualidade." Outro cliente, um médico, preocupava-se com a pureza da droga. "Sem muito sódio, ouviu?" O empresário não fazia negócios em grande escala e recusava os clientes dos quais desconfiava. A cocaína era vendida em papelotes de 3 e 5 gramas a R$ 30 e R$ 50, respectivamente. Em alguns dias, ele fez mais de 20 entregas em bares, casas noturnas, postos de abastecimento e lojas de conveniência. A polícia suspeita que a loja de carros servia apenas como fachada para o tráfico. Cleo, que já tinha sido preso por tráfico em 2002, foi detido próximo do centro da cidade. Em seu carro, os policiais encontram 30 gramas de cocaína.
Essa parte inferior que era "coisa", porque escrava, ou que era tratada como bicho, como nós tratamos gente camponesa, a gente que está por baixo, a gente miserável, essa gente que estava por baixo, foi despossuída da capacidade de ver, de entender o mundo. Porque se criou uma cultura erudita dos sábios, e se passou a chamar cultura vulgar a cultura que há nessa massa de gente.
Data: 01/11/1977 Fonte: José Viana de Oliveira Paula entrevista Darcy Ribeiro (1922-1997)*