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   3 de dezembro de 1964, quinta-feira
Iberia 991: o voo incompleto do avião negro
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

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Perón queria voltar a Buenos Aires. No aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, teve ordem para não desembarcar.

“Operación Retorno”: operação, talvez; organização, nenhuma. Juan Domingo Perón tentava regressar a casa depois de quase dez anos de exílio.

Contava com a benevolência do recém-eleito Presidente da Argentina, Arturo Umberto Illia, vencedor de um sufrágio que deixara de fora o Partido Peronista. Enganou-se.

“El fracaso de la Operación Retorno no fue solo del peronismo sino de toda la sociedad argentina”, escreveu mais tarde o historiador Ariel Hendler.

Toda a primeira classe do avião da Iberia foi reservada pelo milionário Jorge Antonio, amigo pessoal de Perón.

Ao aterrissar no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, o general e a sua comitiva receberam a notícia desagradável: estavam proibidos de desembarcar.

Além disso, o voo, que deveria seguir via Montevideu, fora recusado pelas autoridades uruguaias. As horas passaram.

A mesma aeronave que transportara Perón de Madrid ao Rio regressou à capital espanhola nessa madrugada de 2 para 3 de dezembro de 1964.

Chamaram-lhe o avião negro. Seriam precisos mais nove anos para que pudesse voltar a Buenos Aires.Puerta de Hierro O refúgio de Juan Domingo em Madrid situava-se num edifício da Puerta de Hierro.

Os jornalistas e simples curiosos juntavam-se em grupos à frente da porta na tentativa de saberem algo sobre o ditador exilado.

Debalde. Perón mantinha-se invisível e em silêncio absoluto. Ao mesmo tempo, o Governo espanhol debatia-se internamente com o problema de permitir que o general se exilasse dentro das suas fronteiras.

Miguel Ángel Zavala Ortiz, ministro argentino dos Negócios Estrangeiros, fez questão de publicar um agradecimento às autoridades brasileiras por terem impedido Perón de prosseguir viagem.

Mas, no dia 3, mais de 400 operários de uma empresa dos subúrbios de Buenos Aires promoveram um cortejo até ao centro da cidade, reclamando contra as medidas tomadas para manter Perón longe da pátria.

Não esqueciam a política aplicada no seu primeiro mandato: aumento do salário mínimo, 13.o mês, folgas semanais, redução da semana de trabalho, reforma, férias remuneradas, seguro de saúde e cobertura para os acidentes de trabalho. Muita da sua popularidade mantinha-se intocável.

No dia 11 de março de 1973, o general Alejandro Lanusse, que ocupava a Presidência argentina, convocou eleições e restabeleceu a vida do Partido Peronista, que viria a ganhar a votação com 49,59%.

Héctor José Cámpora assumiu o cargo. Era um títere de Perón que, entretanto, ganhou asas para poder voltar finalmente a casa.

Dia 20 de junho de 1973. A Argentina caiu-lhe nos braços e Cámpora dobrou a espinha, tal como estava previsto. No dia 13 de julho, abdicou.

As novas eleições deram ao Partido Peronista, agora com o pai outra vez à cabeça, 62% dos votos. Juan Domingo, o Presidente, nomeou Cámpora embaixador no México. Com todas as regalias.


Relacionamentos

Aviação
  Registros (189)
Rio de Janeiro/RJ
  Registros (2415)

O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.

Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?



Quantos ou quais eventos são necessários para uma História?
Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.


Mary Del Priori, historiadora:

Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.

Lia Calabre, historiadora:

A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]

Quantos registros?

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:

- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).

- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.

- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.

- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.

- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.

- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.

Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.

Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.

Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.


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