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   3 de outubro de 1967, terça-feira
Manifestação de Estudantes
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

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A Batalha da Maria AntôniaA Universidade do Mackenzie, em São Paulo, sempre abrigou a elite conservadora paulistana em suas salas de aula. Enquanto a maioria do movimento estudantil era composta por militantes de esquerda com tendências claramente comunistas, os estudantes do Mackenzie declaravam-se direitistas e defensores do golpe militar de 1964. Na época do golpe, o CCC, composto por estudantes vindos daquela universidade, foram os que perseguiram tenazmente os líderes da UNE. No Rio de Janeiro, membros do CCC teriam incendiado a sede da UNE em 1964. Em 1968 os integrantes do CCC iniciaram uma verdadeira perseguição aos atores e representantes da cultura que parcamente, avaliavam como subversivos e ofensivos aos costumes e à moral vigente. Um dos atos mais radicais que membros do CCC praticaram foi o espancamento dos atores da peça “Roda Viva”.Em 1968 o prédio da Universidade do Mackenzie era vizinho da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, que ficava na Rua Maria Antônia, no centro de São Paulo. Se o Mackenzie era reduto do CCC, da FAC (Frente Anticomunista) e do MAC (Movimento Anticomunista), e de outros estudantes de direita, a Filosofia da USP era reduto da esquerda, abrigando a sede da clandestina União Estadual de Estudantes (UEE) e a proscrita UNE.No dia 2 de outubro os estudantes da Filosofia promovem um pedágio na Rua Maria Antônia para angariar fundos para o Congresso da UNE, a realizar-se clandestinamente dentro de alguns dias. Ao assistirem o ato, os estudantes do Mackenzie, em tom provocatório, começou a atirar ovos nos colegas da Filosofia. Iniciou-se um tumulto e ofensas de ambas as partes, com grupos defrontando-se de forma ameaçadora. Para pôr fim ao tumulto, a reitora do Mackenzie Esther Figueiredo Ferraz, chama uma tropa de choque, alegando que pretendia proteger o prédio da universidade de uma possível depredação.

No dia seguinte, 3 de outubro, a animosidade entre os estudantes vizinhos continuou. Faixas da Filosofia foram arrancadas pelos estudantes do Mackenzie. Começam a explodir rojões, vidraças são quebradas. Uma batalha armada de pedras, paus e tijolos é iniciada, prosseguindo com bombas e tiros. Armados de metralhadoras, um esquema de guardas protege o Mackenzie. À frente dos estudantes da Filosofia estão o presidente e vice-presidente da UNE, Luís Travassos e Edson Soares respectivamente, e o presidente da UEE de São Paulo, José Dirceu.No meio do tumulto, centenas de pessoas aglomeram-se na Rua Maria Antônia, um policial tenta conter a agitação, disparando tiros para o ar, enquanto que um aluno da Filosofia tenta tomar-lhe a arma. Trocas de coquetéis Molotov voam entre os estudantes rivais, incendiando as paredes da Filosofia. Um estudante do Mackenzie é ferido por um rojão, ele é socorrido por uma ambulância. Os confrontos tornam-se acirrados. Bombeiros são chamados para combater focos de incêndio. O estudante secundarista José Carlos Guimarães, que ao ir a uma livraria da região resolvera ajudar os estudantes da USP, é baleado na cabeça, segundo algumas testemunhas, pelo atirador Osni Ricardo, membro do CCC e informante da polícia. José Carlos é carregado pelos colegas, mas morre a caminho do hospital.Após a morte de José Carlos, José Dirceu faz um discurso relâmpago, incitando os colegas a uma passeata de protesto pelas ruas de São Paulo. 800 pessoas saem em passeata. Pelo caminho incendeiam carros da polícia. São dispersos pelos soldados na Praça das Bandeiras.Ao fim do confronto, que passou para a história como a “Batalha da Maria Antônia”, o saldo era desolador e trágico: um morto, três estudantes baleados e dezenas ficaram feridos. À noite o teto do prédio da Filosofia ruiu. A faculdade passaria a funcionar em barracões do campus. O incidente precipitou a transferência da faculdade para o atual campus Armando de Salles Oliveira, no Butantã. O prédio incendiado foi restaurado, nos tempos atuais abriga o Centro Universitário Maria Antônia, um espaço cultural.domingo, 11 de maio de 2008Os movimentos divididos e as ilusões mescladasJosé Carlos Guimarães morto com um tiro na cabeça na rua Maria Antônia em 1968


Relacionamentos

José Dirceu (n.1946)
São Paulo/SP
  Registros (3931)

O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.

Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?



Quantos ou quais eventos são necessários para uma História?
Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.


Mary Del Priori, historiadora:

Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.

Lia Calabre, historiadora:

A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]

Quantos registros?

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:

- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).

- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.

- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.

- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.

- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.

- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.

Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.

Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.

Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.


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