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   24 de novembro de 1910, quinta-feira
Marius Praire
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

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Continuam as investigações da polícia sobre o sensacional caso da menor que ocultava os eu sexo com trajes masculinos.

Logo ás primeiras horas da manhã, o dr. Cantinho Filho, primeiro delegado, ouviu no posto policial da rua de São Caetano o sr. J. Barbosa, proprietário da Alfaiataria Barbosa, á rua do Rosário, n. 20, e o sr. Francisco Armando, proprietário da casa "A la Ville de Paris", e que foi gerente da casa "Au Bon Diable", ao tempo que Marius Praire esteve empregado.

Ambos reconheceram pelo retrario, afirmando não terem suspeitado do singular "travesti", si bem que lhes não passassem despercebidos os modos afeminados de Marius, a sua voz acentuada de adolescente e o seu andar amaneirado.

O sr. Baborsa acrescentu ás suas informações que Marius foi por duas vezes seu empregado, vencendo ordenados de 60$000 mensais. Da primeira vez deixou a alfaiataria para matricular-se na Escola de Pomologia.

No dia 12 de agosto ultimo, tendo declarado já não pertencer á Escola, foi readimitido com empregado da casa, da qual foi despedido no dia 13 do corrente.Marius, incumbido na véspera de procurar um colete em casa de uma das costureiras da alfaiataria, deixou de desempenhar-se dessa incumbência, não dando satisfações ao patrão.O sr. Francisco Armando pouco adiantou, referendo ter suspeitado dos ares misteriosos do menor quando trabalhou no "Bon Diable".Muitas vezes vira entrar naquele estabelecmento uma velha "detraqué", conhecida pelo nome de Eudoxia Prado, a qual conversava confidencialmente com Marius, com ele exaltando-se algumas vezes.O que mais verificou a polícia é que a curiosa rapariga a 10 do corrente desaveiu-se na pensão de F. Rodrigues, á rua Florência Abreu, dia 25, dali se retirando.Sem emprego e sem um teto que o abrigasse, Marius Praire esteve na tarde de 14 com uma rapazola da sua idade, a quem ofereceu á venda o seu relógio.Como o menor não quisesse compra-lo Marius pediu-lhe 1$000 por empréstimo, alegando que não tinha dinheiro siquer para o bonde.É provável que o suicídio se tenha dado no dia 15, pouco antes das 7 horas da manhã ou da tarde, pois o relógio deixou de funcionar á essa hora.De tudo que se vai apurando, chega-se á conclusão que Marius Praire não exprimiu a verdade quando escrever na página em branco de um dos seus livros - "Marius Praire da Silva Prado, nascido em Paris a 31 de maio de 1893, filho de José Praire Worms (francês) e Odete da Silva Prado (brasileira).

O que se nos afigura mais provável, e a polícia trata de averiguar, é que Marius seja a menor Maria, filha de Eudoxia Prado, uma infeliz desquilibrada que se presume achar-se no hospício de alienados de Juquery.Segundo pessoas que residiram nas vizinhanças da casa de Eudoxia, esta senhora tinha uma filhinha de nome Maria, que era vista constantemente vestida de homem, mas com uma longa cabeleira caída nas costas.D. Eudoxia a muitas pessoas afirmava que a criança era homem e que, viúva como era, ela lhe seria o único arrimo no futuro.

A polícia trata de descobrir o paradeiro de Eudoxia, afim de obter melhores esclarecimentos sobre o estranho caso. Hoje prosseguirão as pesquisas, devendo ser ouvidas duas raparigas que, sendo namoradas do falso Marius, com ele se correspondiam.


Relacionamentos

São Paulo/SP
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O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.

Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?



Quantos ou quais eventos são necessários para uma História?
Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.


Mary Del Priori, historiadora:

Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.

Lia Calabre, historiadora:

A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]

Quantos registros?

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:

- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).

- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.

- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.

- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.

- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.

- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.

Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.

Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.

Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.


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