O que pode nos ajudar a compreender melhor esta questão dos laços de Benitezcom São Paulo é outro processo movido contra ele, só que dezesseis anos antes, em1615. Nele, Benitez aparece sendo preso pela acusação de facilitar a entrada deportugueses pelo caminho do “porto de São Paulo”, cujo trânsito naquela altura estavaproibido pela coroa espanhola. Os autos deste segundo processo, levados a cabo entre1615 e 1616, atingiram não só Benitez, e não ficaram somente em Villa Rica, maschegaram também a Ciudad Real de Guairá e foram finalizados em Assunção. Oobjetivo do processo era descobrir e mapear quem tinha utilizado e/ou facilitado autilização do caminho, mas igualmente quem havia entrado “sem licença” em BuenosAires e outras partes da América espanhola.No auto levado a cabo em Villa Rica do Espírito Santo a figura de FranciscoBenitez, já capitão naquela altura, se destacou. Segundo a acusação, o réu fora a SãoPaulo cerca de dez ou doze anos antes, com “vino y mercadoria”, e, na volta, trouxeratrês portugueses pelo caminho vedado, dois deles estabelecidos na vila desde então eum terceiro que fora morar em Assunção. Além dos três portugueses, as testemunhasfalam de outro português, que chegara sozinho pelo caminho e morara um tempo numacasa abandonada, e de um soldado castelhano que, junto de mais dois espanhóis e doisportugueses, também fizera o dito caminho.Em sua defesa, Benitez alegou que, naquele tempo (em 1603), o tenentegovernador D. António de Añasco empenhado em descobrir o caminho para São Paulohavia despachado quatro soldados por ele. O empreendimento teve sucesso, como já seatestou pelas atas da Câmara de São Paulo. No ano seguinte, em 1604, Alonso Benitez -pai de nosso acusado e tenente de Villa Rica -, teria enviado mais homens pelocaminho, inclusive o filho, para tratar, dentre outras coisas, de uma possível aliançamatrimonial entre os Benitez e os Camargo, de São Paulo. Pretendia-se costurar umcasamento entre Francisco e uma das filhas de Josepe de Camargo, castelhano jáestabelecido em São Paulo desde 1583. Tal casamento, como já demonstramos, deve tersido tratado nesta primeira viagemSegundo Francisco, ainda em seu testemunho, ele fora a São Paulo sem saber daproibição. Muito pelo contrário, dizia ele, pois acreditava que, naquele momento, adescoberta do caminho e o estabelecimento de relações comerciais entre as duas parteseram algo desejado. A preocupação de Benitez em sua defesa foi sempre alegar quedesconhecia qualquer proibição, que, na volta, não estimulou os portugueses aacompanhá-lo, mas simplesmente deixou-os vir junto, e que não havia recebido prata ouqualquer mercadoria para trazê-los. Afirmou que eram tão pobres e ainda teve dealimentá-los, e arrematou dizendo que os portugueses não pretendiam chegar a Potosí -o que seria um agravante importante no processo -, mas sim permanecer em Villa Rica,onde efetivamente se estabeleceram, casando-se e tornando-se “vecinos”. Por fim, numartifício retórico típico do contexto da União das coroas, justificou-se dizendo que “erantodos vassalos de su Magestade”
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