História geral do Brazil antes da sua separação e independência de Portugal, 1877
1877 Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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“Chega o momento de cumprirmos a promessa que demos ao leitor de consagrarmos uma secção especial à história dos grandes progressos da mineração de ferro no Brazil, durante o reinado. Apesar da justificável impaciência que tínhamos em executar o promettido, não quizemos alterar a ordem natural dos successos, e aguardamos resignados que se nos apresentasse o turno, como effectivamente ora se nos apresenta”.VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. Historia Geral do Brazil antes da sua separação e independência dePortugal. Tomo segundo. 2ª ed. Rio de Janeiro: E&H Laemmert, 1877, p. 1153.
Por morte de Manuel Telles Barreto, recaiu o governo emmãos do bispo D. Antônio Barreiros, associado ao provedormor da Fazenda Christovam de Barros, que já, com o titulode capitão, governara o Rio de Janeiro, e era filho do primitivo donatário do Ceará, depois primeiro provedor mór daFazenda do Estado, o mallogrado Antônio Cardozo de Barros,morto ás mãos dos selvagens de Sergipe, em companhia doprimeiro bispo do Brazil D. Pedro Fernandes Sardinha.A estréa destes dois governadores interinos foi poucoafortunada. Acabava Christovam de Barros de assentar-seda cidade para o Reconcava, a fira de recolher esmolas para [p. 372]
Era chefe ou morubixaba principal em todo esse districtoum índio nos documentos antigos designado por Mbapeva outambém Baepeba. Passou este chefe a postar-se, com a todaa sua gente, que se calculou chegar a uns vinte mil frécheiros,na Várzea de Vazabarrís, perto do littoral, e ahi se fortificouem três cercas ou tranqueiras que se prestavam mutua defensa.Avançaram contra ellas os nossos, entrincheirando-se igualmente por sua parte, e tomando-lhes a água de que bebiam,/roue custou várias escaramuças, com perda de uma e outraparte. Seguiram-se dois ataques dos nossos á primeira e se-. gunda das cercas, que não deram mais resultado do que novasperdas de gente de ambos os lados, maior porém da dos contrários, que não tinham artilheria. A final, vendo Baepebaque o sitio continuava apertado, e falto de água, resolveu-se aemprehender um ataque, effectuando, a um tempo, uma arrancadade todas as suas três cercas. Para transmittir as ordens ásduas outras cercas, escolheu vários emissários, que se exposeram a atravessar o campo pelos nossos occupado, e dois dellesconseguiram chegar a seu destino.Saíram pois os das duas outras cercas, como retirando-se,e queriam os nossos perseguil-os; mas Christovam de Barrosnão lh´o consentiu e mandou apenas contra elles os de cavallo,que eram em número de sessenta. Deste modo se apertoumais o sitio contra a única cerca restante, na qual estavaBaepeba. Este, vendo-se mais apertado, resolveu a abrir-secaminho a ferro e fogo; e assim o poz por obra, na noite dodia de Anno Bom (I o de janeiro) de 1590. — Tomados deSurpreza, retiraram-se os nossos a principio; mas animadospela presença e instâncias de Christovam de Barros, obrigaramos inimigos a recolher-se de novo á cerca. E, entrando nellaapoz elles, mataram uns mil e seiscentos, e fizeram captivosuns quatros mil, fugindo ainda muitos para o sertão.p)esassombrado assim todo o districto de inimigos, passouistovam de Barros a cuidar no melhor modo de o asseJprar e povoar. Junto á foz do próprio rio de Sergipe, actual"ftóudiba, sobre o isthmo que perto de mar fôrma ahi o de-´Sague do Poxim, levantou um forte, que ainda annos depoiserajjreeonhecido com o nome de forte velho, e junto a elle fundou um verdadeiro arraial, a que ja deu o nome de cidade.De modo que da „fortaleza e cidade de S. Christovam do riode Sergipe" datou várias sesmarias, começando pela, antesdoação, que, em 9 de abril (de 1590), fez a seu filho AntônioCardozo de Barros (para não dizer a si próprio) „de todasas terras desde o mesmo rio até o de S. Francisco". — E,depois de haver distribuído outras terras, deixando ahi porcapitão a Thomé da Rocha ´, dos que o ajudaram na empreza,e incumbindo a Rodrigo Martins de perseguir o gentio, quese havia escapado para a banda do norte do mesmo rio deS. Francisco, se recolheu á Bahia.Os pastos de Sergipe eram de bastante boa qualidade, eos moradores começaram logo a metter gado nelles; e, comtanta fortuna, que dahi a poucos annos, esta nova capitaniaabastecia de bois os engenhos da Bahia e até os de Pernambuco.Os primeiros moradores não se deram entretanto muitobem no local escolhido pelo fundador da colônia, e preferirampassar-se a um outeiro na outra margem2, fazendo ahi novafortaleza, e levantando a igreja matriz, com a invocação também de S. Christovam, como a primeira, que, em honra dodito fundador, Christovam de Barros, deram igualmente ánova cidade.Como as terras ao norte do rio de S. Francisco eram dePernambuco, não tardaram em oppor-se a Rodrigo Martinsuns chefes de bandeira, que se diziam autorisados )elo donatário dessa capitania. Foi um delles Francisco Barboza daSilva, que, proseguindo nas emprezas em que andava contraos índios, e em que fora já uma vez desbaratado, veiu nellasa perder a vida. Succedeu-lhe Christovam da Rocha, que [p. 377, 378]
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