Uma carta expedida do Palacio de Nossa Senhora da Ajuda pelo Ministro Martinho de Mello e Castro, dirigida ao Vice-Rei e Capitão General de Mar e Terra do Estado do Brasil 0 14/02/1788
Uma carta expedida do Palacio de Nossa Senhora da Ajuda pelo Ministro Martinho de Mello e Castro, dirigida ao Vice-Rei e Capitão General de Mar e Terra do Estado do Brasil
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Na América colonial, até o século XIX, nunca foi assaz conjurado o perigo de novos confrontos entre os dois impérios ibéricos Umacarta expedida do Palacio de Nossa Senhora da Ajuda, em 14/211788,pelo Ministro Martinho de Mello e Castro, dirigida ao Vice-Rei e Capitão General de Mar e Terra do Estado do Brasil, D. Luiz de Vasconcelos e Souza, dava conta de provável intercorrência belicosa no LesteEuropeu. O risco de novo desequilíbrio despertava cuidados com o Suldo Brasil, deilando imediato alerta sobre a odiosa prática do recrutamento que a Capitania de São Paulo e a gente paulista tanto abominavam. A espada continuava pendente. O Ministro não escondia a preocupação diante de um novo eperigoso desequilibrio dos blocos europeus, ao ser informado que napróxima primavera (1788) Áustria e Rússia. desejosas de se expandirna peninsula Balcânica e no mar Negro, preparavam uma campanhacontra o Império Turco. O fato despertava o interesse das outras potências imperialistas, a França, a Inglaterra, a Holanda e podia fazerromper os Tratados, quebrando a paz na Europa e dellando imediatasrepercussões na América portuguesa. A Martinho de Mello e Castrocabia pouco mais do que recomendar ao Vice-Rei (D. Luiz de Vasconcelos e Souza) aquelas medidas cautelares adotadas na defesa doEstado do Brasil, tais como expressa vigilância e organização sobre asTropas Pagas e Auxiliares, em terra, mar e fortatezas. A informaçãodevia ser repassada aos Capilães Generais, incluindo São Paulo, emsigilo para não despertarreação ""Jazendo por agora sem maiorruidoas mais próprias e melhor combinadas disposições,,:".Os grandes esforços de Carlos 111 (Espanha), objetivando recuperar as suas possessões no Mediterrâneo e na América frente ãGrã-Bretanha, a grande vitoriosa da Guerra dos 7 Anos, bem comopara inibir a expansão desla na América Portuguesa com correspondente reação do Estado do Brasil, pareciam os estertores de Casteladiante do inevitável, a crise fatal do sistema colonial ibérico e o esfacelamento do império l1ispano-americano ~ue induziriam ao aparecimento das primeiras nações sul-americanas. Naquele final do século XVIII,um novo conceito de mercado e as disputas do capitalismo internacional se faziam acompanhar de doutrinas filosóficas e modelosimpaclantes de organização política que melilor se adequavam às jovens nações da América, ínclusive o Brasil.
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.