'Os tupiniquins estavam em guerra contra os portugueses que conseguiram aliar-se aos tamoios da região de Bertioga, restou apenas uma opção os temiminós 0 01/01/1565 Wildcard SSL Certificates
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Os tupiniquins estavam em guerra contra os portugueses que conseguiram aliar-se aos tamoios da região de Bertioga, restou apenas uma opção os temiminós
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  


Como em 1565, os tupiniquins estavam em guerra contra os portugueses que conseguiram aliar-se aos tamoios da região de Bertioga, restou apenas uma opção os temiminós.

Mas que tribo era essa? Quais suas origens? Pouco se sabe sobre a trajetória dos temiminós antes de sua transferência para o Espírito Santo.

Suas origens são incertas, devido a falta de documentação anterior, talvez esta tribo possa ser uma divisão de uma das tribos tamoias da Guanabara, que no contato inter-étnico, criou-se ao terem de escolher de qual lado fixar uma aliança: do português ou do francês.

“...na possibilidade de estarmos diante de uma etnia que se construiu numa conjuntura de guerra, estimulada pelos interesses e motivações tanto dos portugueses quanto dos próprios índios.”

Sabemos apenas que após sua transferência, os padres começaram a sua catequese e consideravam-nos bons cristãos. “...que os padres da Companhia tem feito com o gentio: haa muitos cristãos e bem doutrinados...” e que estes defenderam o Espírito Santo dos franceses.

“Consultaram os da villa darem lá com elles e levaram Vasco Fernandes, aliás Gato, com sua gente, o qual adiantando-se dos Christãos, deram nos Francezes que estavam em terra que seriam alguns vinte, os quaes truoxeram, e duas chalupas e uma ferraria e muito resgate e roupas, de maneira que quase todos os Negros vinham vestidos.”

Mesmo tendo apenas certeza de seus feitos, sabemos de sua origem que em dado momento estes índios do Gato, que depois se tornariam os temiminós estavam em desvantagens com os tamoios na Guanabara e pediram apoio ao donatário do Espírito Santo, para se refugiarem em sua capitania.

“...porque depois que eu tornei a arribar a esta Capitania, chegou aqui um principal,que chamam Maracaiaguaçu, que quer dizer Gato Grande, que é mui conhecido doscristãos e mui temido entre os gentios e o mais aparentado entre eles. Este vivia no Rio deJaneiro e há muitos anos que tem guerra com os Tamóios, e, tendo dantes muitas vitóriasdeles, por derradeiro vieram-no pôr em tanto aperto, com cercas que puseram sobre a suaAldeia e dos seus, que foi constrangido a mandar um filho seu, a esta Capitania, a pedir quelhe mandassem embarcação pera se vir pelo aperto grande em que estava, porque ele esua mulher e seus filhos e os mais dos seus se queriam fazer cristãos. (...) Tirou VascoFernandes Coutinho sobre isso testemunhas e mandou 4 navios, pera que fossem segurosdos Franceses, que sempre há naquele Rio, e que lhe dessem todo favor, com artilharia emantimento que levaram, mas que não os trouxessem se não estivessem em extremanecessidade. Chegando lá os navios, estando já com as casas de fato queimado, dentro emdia e maio se embarcaram com tanta pressa, que havia pais que deixavam na praia seusfilhos, e dois que ficavam na praia pera expirar, já de fome, baptizaram logo, e no-losderam.”O interessante deste relato é notar em que estado estavam os temiminós nachegada dos portugueses, muitos mortos e capturados, casas queimadas, o desespero aoponto dos pais abandonarem seus filhos. Este cenário demonstra o grau de humilhação que estes nativos sofreram dos tamoios.Contudo, parece que esta não foi a última tribo de temiminós na Guanabara, umpouco depois deste resgate outro ataque aconteceu, desta vez presenciado pelos franceses.“Para lá se dirigiam à noite, apanhando a pobre gente desprevenida, e tal carnificinafizeram que causava dó ouvir clamarem as vítimas. Avisados, já quase à meia-noite, algunsfranceses bem armados embarcaram às pressas para a dita aldeia que distava quatro oucinco léguas do nosso fortim. Antes de chegarem, porém já tudo se consumara. Enfurecidose encarniçados os nossos selvagens já haviam incendiado as chocas para desalojar osmoradores e a muitos já haviam morto. Segundo me foi dito só se viam homens e mulheresespostejados nos moquéns e até crianças de peito assadas inteiras.”É esta violência dos tamoios contra os temiminós, enquanto estes ainda habitavam aGuanabara que os leva ao principal fator de sua aliança na conquista do Rio de Janeiro: aobrigação da vingança ancestral. “Pressões psicológicas: a crença na necessidade da‘vingança’ transformava a participação das atividades guerreiras uma obrigação moral.”Este fator é agravado, pois os ataques dos tamoios quase dizimaram aquela unidade nativa. “A noção de vingança retinha como leit-motiv a intenção de satisfazer a necessidadede relação sacrificial de um parente morto, de um antepassado memorável ou de umancestral mítico. Todavia, parece que essa necessidade aparecia quando a integridade dacoletividade se via ameaçada em sua subsistência: nos momentos em que determinadascircunstâncias expunham o grupo ao risco de sofrer uma mutilação social.”No discurso e na prática dos acontecimentos pode-se repara no papel da vingançaancestral no combate, primeiro pelo discurso jesuítico proclamado aos nativos antes docombate.“Aos índios nossos confederados praticavam em sua língua própria; (...) os insultos,que não obstante elas lhes fizeram, cativando, matando, e comendo as mulheres, e filhos demuitos deles...”Segundo, pelo resultado deste discurso: dois massacres, sendo que no primeironenhum tamoio saiu com vida, enquanto que no segundo muitos deles foram mortos. “...foientrada, e vencida, com estrago lastimoso, porque dos Tamoios, não ficou um com vida.”“foi necessário conduzir artilharia, e bater-lhe em cercas, que eram dobradas efortíssimas: mas em breve tempo foram postas por terra com todas as suas casas, e mortosquantidade dos bárbaros.”Em ambos os ataques a vingança temiminó foi cumprida, não mais com rituaisantropofágicos, mas de uma maneira cristã, com a morte dos infiéis, aqueles que serebelaram não só com Portugal, mas com a cristandade ao aliarem-se a protestantes.Mas não bastavam apenas nativos para vencer a guerra, também eram necessáriospara povoar o local e Mem de Sá não iria cometer o mesmo erro que cometeu na tomada deColigny. Os poucos tupiniquins que tinham vindo de São Vicente voltaram para as suasterras. “Os Índios, que vieram de Piratininga à guerra do Rio de Janeiro, voltaram quásitodos para suas terras.” Era então necessário que os temiminós de Araribóia ficassem, oestranho é notar que aparentemente isso não aconteceria, senão pela interferência de Memde Sá. “... e porque estava muito dispeso, e gastado pedio licença a V. S.ª para sahir comsua gente a repousar dos trabalhos passados, por haver quatro annos que andava n’estaconquista, e por V. S.ª lhe foi pedido ao supplicante que folgasse de ficar na terra com suagente para a favorecer e ajudar a povoar, por ser el-rei nosso senhor a quem muito faziaserviço, e porque elle suplicante desejava fazê-lo por lhe mandar, quer trazer sua mulher emuita gente que tem.”O que causa estranheza neste discurso, que se Araribóia tivesse negado, Mem deSá não teria como empreender a colonização. Não acredito que o Governador Geral searriscaria a tal possibilidade. Ao se pensar neste discurso pode-se perceber que se o convitefoi feito por Mem de Sá, e é graças a ele que Araribóia resolveu ficar no Rio de Janeiro. Emsuma, as glórias pela viabilização da colonização do Rio de Janeiro seriam dele.Por outro lado, pensando na agressividade da saída dos temiminós do Rio deJaneiro para o Espírito Santo a retomada das terras, depois de quase quinze anos deconvivência cristã naquela capitania, poderia ser encarada como parte da vingança. Essemovimento migratório surge “...em conseqüência de perturbações ocorridas nas suascondições normais de vida.”Outro fator a se pensar, é porque apenas os temiminós de Araribóia vieram ao Riode Janeiro, e não os da Aldeia da Conceição? Esta última aldeia tinha sido instalada desdea chegada destes nativos ao Espírito Santo, enquanto a real fundação da aldeia de SãoJoão, a de Araribóia, é de 1564, um ano antes do início dos combates na Guanabara.



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O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.

Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?



Quantos ou quais eventos são necessários para uma História?
Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.


Mary Del Priori, historiadora:

Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.

Lia Calabre, historiadora:

A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]

Quantos registros?

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:

- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).

- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.

- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.

- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.

- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.

- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.

Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.

Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.

Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.


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