Relatório do Mosteiro de São Bento da Villa de Sorocaba
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Obediente ao mandado de Vossa Reverendíssima res- pondo : Tem esta casa ao presente 2 Religiosos Sacerdo- tes, a saber, o Presidente e seu Companheiro. Para a sua sustentação possue quasi uma légua de terra e meia de largo com pouca differença, de mais ou menos, por doação que com alguns moveis lhe íez um devoto no anno de 1667 para uma fundação com o Real beneplácito de El Rei Nosso Senhor, e obrigação de 13 missas annuaes. Destas terras e mattas colhem os fructos que o Se- nhor é servido dar-nos mediante o trabalho de 3 escravos 164 REVISTA TRIMENSAL DO INSTITUTO HISTÓRICO velhos, e de alguns poucos homens livres, que por sua bon- dade se conservam na administração em que foram crea- dos, e se vão creando alguas famílias dos que são casados, cujos fructos de milho e feijão se despende no preciso gasto desta casa. Recebe de alguns foreiros situados nas extremidades das referidas mattas uns annos mais, outros menos, segundo maior ou menor numero destes foreiros, ao presente onze mil setecentos e vinte reis. Recebe juros de trezentos mil réis que herdou do de- funto Frei João Baptista, 20$000 que com o rendimento dos foros faz a quantia de 26$720 réis (sic). Tem mais em distancia de 6 léguas, em commum sentir uma légua em quadra, que se pediu e se concedeu por sesmaria em o anuo de 1694, em cujos campos se acham 57 cabeças de gado entre grandes e pequenos, e 2 éguas com uma cria, duas ovelhas, um carneiro e uma cria para o preciso gasto desta casa. Deve hoje 164$045 réis, para cujo empenho, alem de alguas obras precisas concorreram continuadas doenças ou quasi epidemias, e por consequência faltas de manti- mento. Mosteiro de São Bento da Villa de Sorocaba em 22 de Setembro de 1764 (assignado) Frei Diogo do Desterro, Presidente .
Revista Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro Data: 01/01/1902 01/01/1902
ID: 12995
Revista Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro Data: 01/01/1902 01/01/1902
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.