“Assim me parece”, conclui, “nao haver inconveniente para que estes índios vão ao descobrimento dasminas. Vossa Majestade mandará o que for servido.”* 0 01/07/1793
“Assim me parece”, conclui, “nao haver inconveniente para que estes índios vão ao descobrimento dasminas. Vossa Majestade mandará o que for servido.”*
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Em julho de 1693, antes, por conseguinte, da expedição de Bartolo- meu Bueno e Manuel de Camargo, o mesmo governador trata de defen- der, perante el-rei, os moradores de São Paulo, acusados de se valerem dos índios das aldeias de Sua Majestade para os seus descobrimentos de ouro. Tinham alegado os acusadores que, nesses descobrimentos, metiam-se os índios nas águas dos rios “por cuja causa lhes morrem muitos”, de sorte que os paulistas preferiam poupar os seus próprios, socorrendo-se do gen- tio aldeado, “e desta maneira os vão destruindo e livrando os seus do tra- balho”. A Câmara Coutinho não parecia mau que assim o fizessem, uma vez que davam aos mesmos índios o estipêndio devido, coisa que nao ia contra as ordens de Sua Majestade. “Assim me parece”, conclui, “nao haver inconveniente para que estes índios vão ao descobrimento das minas. Vossa Majestade mandará o que for servido.” Deveria soar como estranha novidade essa defesa da gente de São Paulo, justamente por parte de quem, como Câmara Coutinho, lhes fora constantemente antipático. Essa animadversão, inspirada desde cedo pelas “insolências e tiranias” atribuídas a régulos paulistas que corriam o ser- tão, ainda mais se atiça depois do gesto da Câmara de São Paulo, que se recusa a dar cumprimento às ordens régias sobre a baixa da moeda, e nem se digna responder às cartas do governador nesse sentido. A Camara Coutinho parece-lhe essa, expressamente, uma atitude de “maus vassa- los”, que pretendem saber “mais daquilo que convém aos Povos do que El-rei, que é o Senhor deles”.
Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária colonial brasileira Séculos XVI - XVII Data: 01/01/2013 Créditos/Fonte: SCHUNK, Rafael Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária colonial brasileira Séculos XVI - XVII. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2013. (Coleção PROPG Digital - UNESP). ISBN 9788579834301 página 181
A não ser que eu esteja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão clara pois não confio nem no papa ou em concílios por si sós, pois é bem sabido que eles frequentemente erraram e se contradisseram) sou obrigado pelas Escrituras que citei e minha consciência é prisioneira da palavra de Deus. Não posso e não irei renegar nada, pois não é nem seguro e nem correto agir contra a consciência. Que Deus me ajude. Amém.