Organizou-se no colégio um grupo dramático, cujas representações atraíam entusiastas até de Sorocaba. Um dos espetáculos que marcou época foi levado ao palco em uma noite de São João, por ocasião do aniversário do colégio 0 01/01/1880
Organizou-se no colégio um grupo dramático, cujas representações atraíam entusiastas até de Sorocaba. Um dos espetáculos que marcou época foi levado ao palco em uma noite de São João, por ocasião do aniversário do colégio
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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O maestro Vicentinho tinha dois enteados que estudavam no Lageado.Um deles era Joaquim Isidoro Marins, nome muito lembrado nas lides doensino sorocabano, e o outro, José Pantaleão Marins. O primeiro,tinha acentuada vocação para a Arte Cênica, tanto que, porsua iniciativa, entre os anos 1880 e 1881, organizou-seno colégio um grupo dramático, cujas representações atraíam entusiastas até deSorocaba. Um dos espetáculos que marcouépoca foi levado ao palco em uma noite deSão João, por ocasião do aniversário do colégio. Como não havia uma sala suficientemente grande para comportar o palco e a platéia,armou-se aquele junto à parte externa de umaparede que dava para o pátio. Para o êxito doevento, o Corésca desdobrou-se, fazendo-se cenógrafo, decorador, maquinista etc.A festa foi maravilhosa. À noitinha, o pátio transbordava de gente com roupa nova, asmoças de vestidos ramados dando um alegre e vivo colorido ao espetáculo. Por todos os cantosobservava-se uma alegria contagiante, com um burburinho de ensurdecer. Soltaram-se fogos,rojões, bombinhas, traques, busca-pés, morteiros e até balões. A casa da música ficou totalmenteocupada de convidados de Sorocaba. Antes do espetáculo principal, houve números de dançaao som do piano e da orquestra. Não havia mais lugar para sentar-se, tamanha a multidão. Porfim, veio à cena a peça esperada, culminando com um casamento de caipiras, ainda hoje parteprincipal nas festas de São João da cidade.Por esse tempo, tanta era a prosperidade do Lageado, que até o fotógrafo, Ítalo de Angelis,aventurou-se a ali montar seu ateliê.
Essa parte inferior que era "coisa", porque escrava, ou que era tratada como bicho, como nós tratamos gente camponesa, a gente que está por baixo, a gente miserável, essa gente que estava por baixo, foi despossuída da capacidade de ver, de entender o mundo. Porque se criou uma cultura erudita dos sábios, e se passou a chamar cultura vulgar a cultura que há nessa massa de gente.
Data: 01/11/1977 Fonte: José Viana de Oliveira Paula entrevista Darcy Ribeiro (1922-1997)*