Estarrecedora denúncia dem de ser confirmada com a prisão efetuada ontem, do indivíduo João Torquato Aires, vulgo "João Toureiro", acusado pela amante Luzia Frizone, de sangrá-la para beber-lhe i sangue, culminando por tirar-lhe um "naco" de carne das nádegas para comer.
A denúncia foi levada às autoridades policiais por uma amiga da vítima, Ivone Gomes de Oliveira, estando Luzia internada e sob cuidados médicos, enquanto rigoroso inquérido foi aberto para apurar outros crimes de João Torquato, sobre quem pesa, ahora, a suspeita de ser o "vampiro", autor de inúmeros assaltos a mulheres, de Sorocaba e Botucatu, onde residia.
QUERIA SANGUE
João Torquato Aires, mais conhecido por "João Toureiro", de 29 anos e residente no bairro Nova Manchestes, em Sorocaba, São Paulo, segundo sua amante Luzia Frizoni, desde os primeiros dias em que passaram a viver maritalmente, começou a revelar o seu hosto pelo sangue.
Luzia cortou o dedo na cozinha, casualmente, e "João Toureiro", a pretexto de curar o corte, passou a sugá-lo ávidamente com a boca, de maneira estranha. O fato passou desapercebido, mas o "Vampiro" saía, às vezes, à noite, regressando muito tarde, e quase sempre surgiam notícias, no dia seguinte, de que uma mulher tinha sido atacada por um anormal que lhe cortava o braço para chupar-lhe o sangue, fato que repetiu-se, por várias vezes, em Sorocaba.
A REVELAÇÃO
Intensificado o policiamente na cidade, "João Toureiro" ficou mais reservado em casa, mas mosntrava visível inquietação. Recentemente, o monstro, não resistindo mais aos seus impulsos anormais, amarrou a companheira numa cadeira e, com a ponta da faca, fez-lhe vários pequenos cortes na região lombar, passando a beber-lhe o sangue qual um morcego hematófago.
Saciada sua estanha sede, colocou ataduras no lugar ferido de Luzia e fez-lhe a terrível ameaça de morte, caso contasse o fato a alguém. A cena repetiu-se várias vezes, durante semanas, com poucos dias de intervalo, e o anormal já não fazia os curativos, ultimamente, o que forçou Luzia a procurar ajuda de uma amiga, Maria José da Rosa, de 32 anos, casada e residente à Rua A, 144, Vila Santana, em Sorocaba.
QUERIA MAIS
Vendo que sua amante definhava, receiou matá-lo e ter sua vida devassada pela Polícia, e passou a beber o sangue das hemorraguas mensais de Luzia, fato que esta narrou a outra amiga, Ivone Gomes de Oliveira, de 29 anos, casada e residente à Rua General Geles, 1893, que desconfiou dos inúmeros curativos nas costas da vítima.
O "Vampiro" sentiu, então, que os vizinhos passvam a olhá-lho com desconfiança e hostilidade, e resolveu mudar-se para Botucatu, onde outras vítimas surgiram, de um estranho homem que "só queria beber o sangue". Todavia, as torturas de Luzia não cessaram.
ANTROPÓFAGO
Anteontem,porém, torturado pela terrível anomalia, "João Toureiro" resolveu beber sangue em maior quantidad, "e queria bem quente". Amarrou novamente sua companheira na cadeira e produziu-lhe novas picadas, a ponta de faca nas costas.Eram cortes superficiais, que "não estavam dando para saciá-lo", conforme dizia em meio a estridentes gargalhadas.
Mais furioso, rasgou as vestes da amásia e cortou-lhe um pedaço das nádegas, sugando-lhe o sangue que saía do corte e culminando por comer o "naco" de carne humana. Depois de uma série de medidas para estancas o sangue de Luzia, temendo que ela tivesse algum desmaio e chamasse a atenção da vizinhança.
Conseguiu fazer com que o ferimento deixasse de sangrar e saiu, à noite, despererado. Em sua ausência, a vítima resolve libertar-se e procurou outra vez Ivone, que levou o caso às autoridades policiais. O anormal foi preso em Botucatu,e Luzia, que conta 25 anos e é solteira, foi levada imediatamente para um hospital naquela cidade, onde está sendo assistida pelos médicos Celso Cartola e Aleixo Delmanto. O monstro será remetido hoje, para Sorocaba, onde terá de defrontar-se com outras vítimas, que já foram chamadas para reconhecê-lo.
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.