Supplemento aos apontamentos para o diccionario geographico do Brazil. Alfredo Moreira Pinto
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Apereatuba - Corruptela de apereá-tyba, préas em abundância; São Paulo (Dr. T. Sampaio).
Apoteribú - Corrupção de apitera-ibú, fonte ou manancial do meio; pode ser ainda potyra-ibú,hoje se pronuncia Potribú, arroio ou fonte das flores; São Paulo (Dr. Theodoro Sampaio).[Supplemento aos apontamentos para o diccionario geographico do Brazil, 1935. Alfredo Moreira Pinto. Página 23]
Itapucu - Barra de ferroCaucaia - Serra, entre os municípios de Cotia e de Una (Ibiúna); no estado de São Paulo, nas cabeceiras do Sorocá-Mirim, um dos afluentes do Rio Sorocaba.
Caucaia - Ribeirão do Estado de São Paulo, afluente do Rio Vargem Grande, tributário do Sorocá-mirim. (Página 96)[0]
Cachoeira Guaxingú no rio Sorocaba; no município de Tatuí. "Guaxingú", diz o Dr. J. M. de Almeida, corruptela de Gu-alí-ng-ii, atalho em resvaladouro. De "gu", recíproco, para exprimir de uma á outra margem; "alí", atalhar, rodear; "ng", intercalação nasal; "ii", resbalar. Alusivo a ser aí um dique com tão forte desnivelamento que, para muitos, é mais um salto do que uma cachoeira.
Lagoa Guaxingú em um campo, entre os municípios de Campo Largo e de Sorocaba. (página 149)
Hibapaára - Lugar á margem direita do rio Sarapuhy, no Estado de São Paulo, mencionado em um documento de 14 de julho de 1601 como tapera. "Hibapaára, diz o Dr. João Mendes de Almeida, corruptela de Ib-apá-á, ramo torcido e quebrado. De ib, árvore; apá, torcer, torcido; á, quebrar. Alusivo ao costume que os nativos tem de assinalar, por maio de ramos torcidos e quebrados, a rota que seguem nas matas, e mesmo nos campos, quando há árvores para isso; afim de que outros os possam seguir ou eles possam voltar ao mesmo lugar de onde saíram".
IBIRAPOERA. Aldeamento indígena no logar que é hoje villa de Santo Amaro; no Estado de S. Paulo. Foi fundado em 1560, pouco mais ou menos pelo padre José de Anchieta. "Ibirapoera, diz o Dr. J. M. de Almeida, corruptela de Ibirá-puêra, pau podre. De ibirá, arvore, pau. madeira; puêra, o mesmo que cucrá, partícula de pretérito. A traducção litteral é — o que foi arvore, o que foi pau, o que foi madeira. Allusivo a existir então nessa região muito pau podre, próprio para lenha". [Supplemento aos apontamentos para o diccionario geographico do Brazil, 1935. Alfredo Moreira Pinto. Página 153]
(morro plano). Morro em ramificação da Serra da Mantiqueira, no município de São Bento do Sapucahy-mirim, estado de São Paulo. Da planura desse moro avista-se todo o curso do rio Parahyba, desde a cidade de Jacarehy até a cidade da Bocaína.Rio Itapeva é afluente da margem esquerda do Rio Sorocaba, noi município desde nome. Faz barra logo abaixo do salto de Votorantim. Segundo o Dr. J. M. de Almeida, esta palavra significa "lugar de muitas pedras". (Página 171)
Itapucú - Composto de itá-pucú, pedra comprida, rocha extensa, penha longa; barra de ferro (Dr. Theodoro Sampaio). O Dr. J. M. de Almeida, que escreve que também Itapucú, diz, em relação a cachoeira do rio Paranapanema: "Ytá-pucú, pedra larga. De ytá, pedra; pucú, larga".
Itapuvú. Lugar á margem direita do rio Sorocaba, ao Norte do município. É o mesmo Itapebussú. "Itapuví, diz o Dr. J. M. de Almeida, corruptela de Ytá-pé-ibiy, morro plano, baixo. De ytá, pedra, penha; "pé", plano, chato, "ibiy", baixo. Alusivo a ser esse lugar um planalto pouco elevado, vide "Itavuvú". [“Supplemento aos apontamentos para o diccionario geographico do Brazil”, 1935. Alfredo Moreira Pinto. Página 173]
PARANAPI ACABA. Composto de paraná-apiacaba, vista do mar, donde se vê o mar, miramar; S. Paulo (Dr. T. Sampaio). O Dr. João Mendes de Almeida diz: “Paranapiacaba. Nome atribuído á serra marítima, Cubatão. E alguns o limitam á parte mais alta dessa serra”.
Os dois documentos que podiam nomear esta serra, eram os títulos de sesmaria de Pedro de Góes e de Ruy Pinto; aquele, de 10 de outubro de 1532, este, de 10 de fevereiro de 1533.
Qualquer destes títulos não menciona o nome Paranapiacaba; e o primeiro limita-se a referir-se á “serra que está sobre o mar” — som nomeá-la.
Só em 1674 o padre Lourenço Craveiro, reitor do colégio dos Jesuítas em S. Paulo, anotando o primeiro daqueles títulos, escreveu que aquela “serra que está sobre o mar” é a Paranapiacaba.
Mas, em nota do padre Lourenço Craveiro, não prova senão que já naquelle tempo, em 1674, o nome Paranapiacaba era attribuido á serra Cubatão.
Li as duas Informações do padre José de Anchieta, 1584 e 1586, e nelas não vi o nome Paranapiacaba. Na primeira ele escreveu: “Para o sertão, caminho do Noroeste, além de umas altíssimas serras que estão sobre o mar, tem a vila de Piratininga ou de S. Paulo, 14 ou 15 léguas da vila de S. Vicente...”
Na segunda, foi escrito: “A quarta vila da capitania de S. Vicente é Piratininga, que está 10 ou 12 léguas pelo sertão e terra a dentro. Vão lá por umas serras tão altas, que dificultosamente podem subir nenhuns animais, e os homens sobem com trabalho e ás vezes de gatinhas por não despenharem-se . . . ” (Vide o nome Cubatão).
A verdade é outra. O nome Paranapiacaha era disignativo do caminho entre Piratinin e o porto próximo á foz do rio Mogy. (Vide o nome Mogy e Piaçagoera). Paranapiacaha, corruptela de Pê-rá-nai-piá-quah-a, passagem do caminho do porto de mar. De pê, superfície; rá, encrespada, formando a palavra pê-rá, mar; nai, porto; piá, caminho; guab, passar, que com o accrescimo de a (breve), forma o infinitivo, o qual, não tendo caso, significa a acção do verbo em geral, passagem, segundo a licção do padre Luiz Figueira, em sua Arte de grammatica da lingua brasílica.
No titulo de sesmaria de Ruy Pinto, ha referencia ao porto próximo á fóz do rio Mogy, que foi denominado pelos portuguezes Porto das almadías e também Porto de Santa Cruz; e o nome tupi do porto era y-pia- çába, corrompido em Apiaçaba, logar do apartamento do caminho. De ?/, relativo; pia, apartar caminho; caba, verbal de participio, o mesmo que áha, para exprimir logar, modo, instrumento, causa, fira, intuito, fazendo çaha, segundo a regra ensinada pelo já citado padre Luiz Figueira. O porto permaneceu — porto das almadias — , conforme a denomi- nação dada no titulo de sesmaria de Ruy Pinto, ou — porto das canoas — conforme a denominação geral, até que, já neste século, foi feito o aterrado com as pontes necessárias. Também, nesse titulo de sesmaria, a serra de que se trata não teve menção por seu nome. Eis o que está escripto:
“E dahi (o porto referido) subirá direito para a serra por um lombo que faz, por uma agua branca, que cahe do alto, que chamam Ytutínga, e, para melhor se saber este lombo, entre a dita água branca por as ditas terras não se mette mais de um só valle, e assim irá pelo dito lombo acima, como dito é, até o cume do serro alto, que vae sobre o mar, e pelo dito cume irá pelos outeiros escalvados, que estão no caminho que vem de Piratinim”.
Portanto, o nome Paranapiacaba ficou com a serra, por ter sido abandonado o caminho. Este caminho foi exactamente o escolhido para o traçado da estrada de ferro de Cubatão á cidade de S. Paulo >. Frei Gaspar da Madre de Deus diz que este nome significa — sitio donde se vê o mar. (Página 233)
PARNAHYBA. Não se trata de Paranahyba; nem com este nome ha affluente algum do rio Tietê no mun. do Parnahyba, como o pretendeu Azevedo Marques, em seus Apontamentos Históricos, Geographicos, Biographicos, Estatísticos e Noticiosos da Promncia de S. Paulo, á força de querer explicar o nome Parnahyba.
Ao principio suppuz que fosse corruptela de Piâ-nát-bo, logar do porto do caminho: de piâ, caminho; fiái, porto; bo (breve), para exprimir logar.
Com effeito, defronte da banda do rio Juquery, como reza um documento antigo, em que Melchior da Costa pediu uma sesmaria de terras para suas duas filhas, quando já casado com Suzana Dias, devia existir um porto: e alli era estabele- cida com fazenda a dita Suzana Dias, ao passo que o pedido de Melchior da Costa, em 1610, foi para o logar da actual villa.
Sem duvida era ahi o logar da passagem do rio Tietê, de uma para outra margem. Mas, o nome Parnahyba tem outra verdadeira explicação.
É corruptela de Páu-n-eii-bo, logar de muitas ilhas. De "páu", ilha; “n”, por ser nasal a palavra anterior; "eii", muitos; "bo" (breve), para exprimir logar. Alusivo a uma cachoeira, extensa e estrondosa, acima da vila, no rio Tietê, semeada de ilhotas cobertas de matas. É mesmo vizinha da vila essa cachoeira. Entre as ilhotas ha vários canais, e alguns de difícil pratica.
Como que para moderar a impetuosidade das águas, a natureza colocou, mais abaixo da cachoeira, uma pedra chata, ou ilha granítica, de certa extensão e largura, conhecida por “Itapeya” ou “Ytá-pé-bae”.
De encontro a essa pedra ou ilha granítica, as águas, que descem em catadupas, quebram-se espumantes. Tal ê a origem do nome corrupto Parnahyba. A cachoeira é a hoje conhecida por “Cachoeira do Inferno”. (Dr. João Mendes de Almeida). Vide Paranahyba. (Página 235)
Supplemento aos apontamentos para o diccionario geographico do Brazil Data: 01/01/1935 Créditos/Fonte: Alfredo Moreira Pinto Página 1
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Supplemento aos apontamentos para o diccionario geographico do Brazil Data: 01/01/1935 Créditos/Fonte: Alfredo Moreira Pinto Página 235
• Temas (16): Bairro Itavuvu; Botocudos; Cayacangas; Geografia e Mapas; Goayaó; Ilha Brasil; Ilha de Barnabé; Juru-Mirim; Metalurgia e siderurgia; Pela primeira vez; Rio dos Dragos; Rio dos patos / Terras dos patos; Rio Itapocú; Rio Paranapanema; Rio Palmital; Caminho do Peabiru
• Pessoas (4): Bacharel de Cananéa ; Martim Afonso de Sousa (33 anos); Piqueroby (53 anos); Ruy Pinto (f.1549)
• Temas (28): A Santa Cruz; Apiassava das canoas; Cachoeiras; Caminho de Cubatão; Caminho de Piratininga; Caminho do Mar; Caminho do Peabiru; Cruzes; Engenho São Jorge dos Erasmos; Estradas antigas; Itapeva (Serra de São Francisco); Léguas; Nheengatu; Nossa Senhora da Escada; Ordem de Cristo; Otinga; Pela primeira vez; Porto das Almadias; Portos; Rio Cubatão (Nhundiaquara); Rio Cubatão em Cubatão; Rio Cubatão; Rio Ururay; Santa Ana das Cruzes; São Paulo de Piratininga; Serra de Cubatão ; Ururay; Ytutinga
• Cidades (5): Cubatão/SP; Itu/SP; São Paulo/SP; Sorocaba/SP; Votorantim/SP
• Pessoas (4): Alvaro Nuñez Cabeza de Vaca (41 anos); Cacique Tayaobá (1546-1629); João Sanches "Bisacinho" ; Juan Diaz de Solís
• Temas (11): Aldeia de Tabaobi; Apoteroby (Pirajibú); Assunguy; Caminho do Peabiru; Estradas antigas; Rio Itapocú; Rio São Francisco; Portos; Rio Latipagiha; Caminho de Curitiba; Cavalos
• Pessoas (4): Brás Cubas (53 anos); Jorge Moreira (n.1525); Manuel Fernandes Ramos (35 anos); Suzana Dias (20 anos)
• Temas (9): Avecuia, “terra que cai”; Cachoeira do Inferno; Cachoeiras; Capela de Santa Ana; Ermidas, capelas e igrejas; Itapeva (Serra de São Francisco); Piqueri; Santo Antônio (Sorocaba); Santo Antônio do Piqueri
• Cidades (2): Santana de Parnaíba/SP; Sorocaba/SP
• Pessoas (3): Apóstolo Tomé Judas Dídimo ; José de Anchieta (50 anos); Ulrico Schmidl (1510-1579)
• Temas (23): Algodão; Bilreiros de Cuaracyberá; Caminho do Mar; Canibalismo; Carijós/Guaranis; Cariós; Cavalos; Escravizados; Estradas antigas; Gados; Gentios; Graus; Jesuítas; Léguas; Nheengatu; Peru; Porto dos Patos; Rio dos patos / Terras dos patos; Sertão dos Patos; Tapuias; Trópico de Capricórnio; Tupi-Guarani; Tupis
• Pessoas (4): Gaspar Gomes Moalho ; Martim Correia de Sá (24 anos); Pedro Sarmiento de Gamboa (1532-1592); Salvador Correia de Sá e Benevides (5 anos)
• Temas (15): Grunstein (pedra verde); Guaianase de Piratininga; Japão/Japoneses; Montanha Sagrada DO Araçoiaba; Ouro; Prata; Rio Anhemby / Tietê; Rio dos patos / Terras dos patos; Rio Itapocú; Rio Sapucaí; Rio Sarapuy; Rio Verde; Rio Waivaicari, Vaivary, Verde; Sabarabuçu; Sarapuy / Sapucay
• Cidades (5): Ibiúna/SP; Itu/SP; Salto de Itu/SP; São Paulo/SP; Sorocaba/SP
• Pessoas (7): Beatriz Dinis ; Belchior da Costa (43 anos); Gaspar Gonçalves Conqueiro ; Lopo de Souza (f.1610); Simão Borges Cerqueira (56 anos); Suzana Dias (70 anos); Vicência da Costa
• Temas (8): Apiassava das canoas; Capela de Santa Ana; Ermidas, capelas e igrejas; Estradas antigas; Goayaó; Portos; Rio Anhemby / Tietê; Rio Juquiri
• Cidades (2): Santana de Parnaíba/SP; Sorocaba/SP
• Pessoas (3): Anthony Knivet (65 anos); Isabel de Aragão ou Santa Isabel (1271-1336); Pedro Sarmiento de Gamboa (1532-1592)
• Temas (17): Bairro Itavuvu; Caminho do Peabiru; Caucaya de Itupararanga; Colinas; Japão/Japoneses; Montanha Sagrada DO Araçoiaba; Montanhas; Ouro; Peru; Represa de Itupararanga; Rio Anhemby / Tietê; Rio Itararé; Rio Jaguari; Sabarabuçu; Serra da Mantiqueira; Serra de Araçoiaba; Serra de Jaraguá
• Cidades (6): Araçoiaba da Serra/SP; Itu/SP; Potosí/BOL; São Paulo/SP; Sorocaba/SP; Votorantim/SP
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.