Paulo Ferreira Nobre, foi entrevistado por um dos maiores colabores da história de Sorocaba, Adolfo Frioli
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Segundo o relato de Silvia Pitcher, sua avó conheceu a família do menino José de Paula Neto. Era lindo, loiro, cheiro de vida e sonhos. Ele adorava passarinhos e o funcionário mal intencionado o convidou para caçar, lá pelos lados do antigo Morro Pelado.O garoto estava indo para escola quando o assassino o interceptou no caminho e o convenceu a ir caças passarinho, uma de suas paixões.Então após andar por horas atrás dos tais passarinhos, o menino passou pelas piores atrocidades nas mãos de um assassino frio e calculista que premeditou tudo, achando que ninguém descobriria.Depois de assassina-ló jogou o corpo debaixo de uma árvore, numa fenda profunda. Foi um acontecimento muito triste e causou uma grande comoção no bairro da “Água Vermelha” eles moravam bem próximo a Capelinha de João de Camargo, e foi o próprio que ajudou a achar.O assassino era o funcionário da pensão da família que cruelmente assassinou e ajudava a procurar o menino sempre levando os que procuravam para longe do Morro Pelado, mas felizmente João de Camargo com toda a sua luz indicou onde estaria o corpo. Ele foi preso por muitos anos. Ele foi sepultado dia 20 de agosto de 1931, no jazigo 177 da quadra 21 do cemitério da Saudade.Um dos "pequenos dectetives" que identificou o assassino no menino, morto no "Morro Pelado", Paulo Ferreira Nobre, foi entrevistado por um dos maiores colabores da história de Sorocaba, Adolfo Frioli, no dia 1 de janeiro de 1968, após o almoço com sua família.Ao mudar-se de Sorocaba, vinha como era o hábito e costume dos velhos Sorocabanos, passar o final de ano com a Família e ir de "encontro" com a Aparecidinha na primeira manhã do ano.Na conversa, ele contou-nos detalhes daquele dia fatídico, quando pegavam lenha, viram o assassino passar com o menino e quando o corpo foi encontrado, ele e seu irmão - João - contaram para o pai, que por sua vez contou para a Polícia e a partir daí, passaram a "rodar junto com os secretas" pela cidade e ao passarem em frente a pensão do avô do pequeno Zezinho, reconheceram o assassino e os "secretas" prenderam o suspeito, que na Delegacia confessou o crime.Paulo Ferreira Nobre e seu irmão foram as testemunhas que levou o "secreta" ao autor do homicídio do "Morro Pelado", onde hoje está o conjunto do Sesc.Foto de Adolfo Frioli em 1 de janeiro de 1968 e matéria na "Folha Popular", também de minha autoria, na edição especial de 15 de agosto de 1968.Com a abertura da rua, a tradição mudou à esquina acima e para a construção do Sesc, mudou-se à avenida de cima, enchendo-se de cruzes, até que com a diminuição desse espaço, tudo, segundo Frioli "soro Acabou".
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.