Quando da abertura da estrada de ligação entre Araranguá e Curitiba, pelointerior (1728), o Sargento-Mor Souza Faria, encarregado dessa empresa, ao alcançar aaltura da Ilha de Santa Catarina, encaminhou-se para o norte à procura do morro Tayó;mas debalde. Passava esse cêrro – escreve o mestre Taunay – por abundantíssimo emprata. Em sua informação, disse Faria: - „Bons desejos tive de os socorrer, mas a fome ea miséria em que nos aviamos todos, nos obrigou, não só deixar o morro, mas ainda amesma Serra do mar". Explicava êle que de um rio chamado Santa Luzia, seguiu viagempara os campos e passando neles algumas restingas de matos deu em outro campo maisalto e alísio, de onde avistou „um morro, que pelo roteiro que levava dos sertanistasantigos julgou ser o rico e sempre procurado morro do Tayó e ao mesmo pareceu ao seuPiloto".
Da Serra Negra (Ibituruna, Buturuna, Vuturuna), descreve Faria, „corre umribeirão que vai buscar as cabeceiras do dito morro Tayó, o qual morro é baixo, redondoe agudo com sua campina ao pé e tem este feitio. Tem tambem sua campina da banda donorte e da banda do sul, mato carrasquenho; pelo pé deste morro podem buscar ouro; equando se queira alongar para as matas do mar, não seja pela parte do sul, seja pelaparte do norte, que dali emanam as cabeceiras todas do Tajay-merim, que não poderãodeixar de acharem ouro.
II – Em o Mapa castelhano de J. C. Cano y Olmedilla, 1775, já figura o monteTayó. O governador de Santa Catarina, coronel Gama Freitas, oficiava a 2 de maio de1776 ao Vice-rei, marquês do Lavradio a respeito da jurisdição de sua Capitania sôbre a [Itajaí: uma cidade em busca de seu fundador, textos compilados. Página 105]
Fontes (3)
• 1°
Interpretação da Campanha do Contestado Data: 1960 No POENTE, entretanto, a história foi outra. A Serra do Mar continuou a ser, por longo tempo, o limite do homem litorâneo. Limite dos seus horizontes e das suas conquistas, barreira, sem dúvida, vencida pelos caminhos abertos pelo seu arrôjo, mas não subjugado pela fôrça conquistadora da sua audácia. Os homens que habitavam além da barreira natural eram diferentes. Tinham outra origem, outros costumes, outra índole, outra cultura, outra história.
Os primeiros que atravessaram o planalto, de sul a norte, os tropeiros que subiram pelo morro dos Conventos, vencendo a Serra do Mar rumo a Sorocaba, foram os homens do sul. Mas apenas o atravessaram, marcando com os pousos de emergência as etapas da travessia. Não se fixaram ali.
• 2°
Tropas e Tropeiros na Formação do Brasil. José Alípio Goulart Data: 1961 Saindo de Laguna marchei com toda a tropa pela praia a buscar o rio Araraguá, e nele o sítio a que chamam os Conventos, distantes da Laguna, e ao sul dela pouco mais de 15 léguas. Neste sítio, e em 11 de fevereiro de 1728 dei principio ao cominho rompendo matos fechados, e dando a pouco mais duma légua com pântano, que teria meia légua de largo, em que foi possível fazer-lhe uma boa estiva para o podermos passar; passado ele, dei quase meia légua com um grande ribeirão que desaguá no Araranguá, se chama Cangicaçu, e como não dava vau lhe diz uma boa ponte de 12 braças e meio de comprido, e braça e meia de largo.
• 3°
Itajaí: uma cidade em busca de seu fundador, textos compilados Data: 2018 Quando da abertura da estrada de ligação entre Araranguá e Curitiba, pelo interior (1728), o Sargento-Mor Souza Faria, encarregado dessa empresa, ao alcançar a altura da Ilha de Santa Catarina, encaminhou-se para o norte à procura do morro Tayó; mas debalde. Passava esse cêrro – escreve o mestre Taunay – por abundantíssimo em prata. Em sua informação, disse Faria:
"Bons desejos tive de os socorrer, mas a fome e a miséria em que nos aviamos todos, nos obrigou, não só deixar o morro, mas ainda a mesma Serra do mar". Explicava êle que de um rio chamado Santa Luzia, seguiu viagem para os campos e passando neles algumas restingas de matos deu em outro campo mais alto e alísio, de onde avistou "um morro, que pelo roteiro que levava dos sertanistas antigos julgou ser o rico e sempre procurado morro do Tayó e ao mesmo pareceu ao seu Piloto".
Da Serra Negra (Ibituruna, Buturuna, Vuturuna), descreve Faria, "corre um ribeirão que vai buscar as cabeceiras do dito morro Tayó, o qual morro é baixo, redondo e agudo com sua campina ao pé e tem este feitio. Tem tambem sua campina da banda do norte e da banda do sul, mato carrasquenho; pelo pé deste morro podem buscar ouro; e quando se queira alongar para as matas do mar, não seja pela parte do sul, seja pela parte do norte, que dali emanam as cabeceiras todas do Tajay-merim, que não poderão deixar de acharem ouro".
II – Em o Mapa castelhano de J. C. Cano y Olmedilla, 1775, já figura o monte Tayó. O governador de Santa Catarina, coronel Gama Freitas, oficiava a 2 de maio de 1776 ao Vice-rei, marquês do Lavradio a respeito da jurisdição de sua Capitania sôbre a [Página 105]
[2717] Interpretação da Campanha do Contestado 01/01/1960 [25030] Tropas e Tropeiros na Formação do Brasil. José Alípio Goulart 01/01/1961 [27527] Itajaí: uma cidade em busca de seu fundador, textos compilados 01/01/2018
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.