'um ofício do sr. dr. Calixto de Paula Sousa, então Coronel chefe das Forças Expedicionárias no Setor Sul contra os revoltosos de seis de setembro, ao Capitão Coutinho, do Exército legal, que ali comandava uma escolta, em perseguição ao ex- deputado constituinte, dr. Ferreira Braga 0 27/08/1933 Please click to see profile.
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   27 de agosto de 1933, domingo
um ofício do sr. dr. Calixto de Paula Sousa, então Coronel chefe das Forças Expedicionárias no Setor Sul contra os revoltosos de seis de setembro, ao Capitão Coutinho, do Exército legal, que ali comandava uma escolta, em perseguição ao ex- deputado constituinte, dr. Ferreira Braga
      Atualizado em 25/02/2025 04:45:40

•  Fontes (1)
  


um ofício do sr. dr. Calixto de Paula Sousa, então Coronel chefe das Forças Expedicionárias no Setor Sul contra os revoltosos de seis de setembro, ao Capitão Coutinho, do Exército legal, que ali comandava uma escolta, em perseguição ao ex- deputado constituinte, dr. Ferreira Braga

A solução do problema do "ovo de Colombo" continua sendo explorado por aqueles que, incapazes de tentativas mais nobres, se prevalecem da lei do menor esforço, plagiando as obras e os atos de outrem.

É para evitar futuros mal entendidos que aqui ficamos de atalaia.

O problema de um traçado de estrada de rodagem nesta região parecia quase impossível, não tanto pela formação geológica do nosso terreno, que, aliás não tinha sido estudada, mas pela má vontade dos poderes públicos que abandonaram-na completamente.

No entanto, essa aspiração provém dos mais remotos tempos, conforme temos repetido já muitas vezes; e disso temos provas indeléveis em vários lugares deste e dos municípios vizinhos de Una, Pilar e São Miguel Arcanjo, e ninguém havia conseguido traçar com precisão os rumos mais adequados para ligar os dois grandes centros de atividade humana - Iguape e Sorocaba.

A Cordilheira Paranapiacaba, que separa o nosso litoral do altiplano, tinha sido cortada em diferentes pontos pelos nossos sertanistas que procuravam uma vereda de comunicação, porém, só encontraram para picadões de cargueiros, isto é, para tropas de muares, e, isso mesmo, quase impraticáveis, seguindo ora pelas margens dos rios, sombreados pela exuberante vegetação que logo se transformavam em lodaçais intransitáveis, ora pelo dorso das serras e espigões em ziguezagues, para vencer os seus aclives, visto que um plano de cortes e de terraplenagem exigia avultadas somas de que não dispunham e, um traçado que correspondesse às necessidades de uma boa estrada com todos os detalhes técnicos, conjuntamente com a linha mais curta, dependia de estudos persistentes.

A ligação desses dois extremos não se resumia tão somente cálculos geométricos para os quais não faltam engenheiros competentes, desde que fossem autorizados os indispensáveis numerários. Acima de tudo, isso estava, como ainda está, o problema do povoamento do solo e do aproveitamento das riquezas naturais.

Os que mandaram abrir esses picadões não ignoravam a conveniência da união desses dois entrepostos comerciais, mas faltava-lhes o tino prático das observações, e na maioria delas, a ausência de qualquer noção sobre construção de rodovias.

A construção da estrada foi aprovada em 15 de outubro de 1923 e sua inauguração se deu em 1936. Mas, Celestino conta em artigo publicado no Cruzeiro do Sul, em 1º de setembro de 1933, que conheceu a região em 1893, com apenas 20 anos de idade, quando foi incumbido de levar uma correspondência do coronel-chefe das Forças Expedicionárias no Setor Sul, Calixto de Paula Sousa, durante a chamada Revolta de 6 de Setembro. O artigo foi publicado na íntegra pelo blog de Luíza Válio:

Desses picadões vamos rapidamente mencionar alguns.

Existe um que, partindo do município de Itapecerica, passando por Jequitiba, vai à Prainha, atravessando os rios Juquiá e São Lourenço, e a Serra da Lagoinha, que se acha em completo abandono; existe um de São Miguel Arcanjo ao Rio Assungui, que só tem sido utilizado por caçadores; existia um que descia pelo Rio Verde, aberto em 1880, que servia Piedade e Pilar, o qual foi reaberto pelo governo do Estado em 1892: entretanto, este, para servir a Piedade, fazia uma curva de mais de 10 quilômetros.

Essa curva, o signatário destas linhas já notara em 1893, quando por ali fizera a sua primeira travessia numa missão espinhosa, apesar de só contar vinte anos de idade; tinha sido portador de um ofício do sr. dr. Calixto de Paula Sousa, então Coronel chefe das Forças Expedicionárias no Setor Sul contra os revoltosos de seis de setembro, ao Capitão Coutinho, do Exército legal, que ali comandava uma escolta, em perseguição ao ex- deputado constituinte, dr. Ferreira Braga, fato este que muitos sorocabanos ainda devem se lembrar.

Apesar de naquela ocasião só contar 20 anos, eu já notara essa curva e também a possibilidade de navegação a vapor do Rio Juquiá, que só não era praticada por falta de mercadorias a serem transportadas.

E desde então, jamais eu me esqueci daquela zona e, na primeira oportunidade que se me oferecera, organizei uma caravana de exploração daquelas novas matas e, dos conhecimentos obtidos e de outras impressões recebidas, os fui concatenando por estas colunas do Cruzeiro do Sul, certo de que mais cedo ou mais tarde teriam que ser utilizados.

Depois de várias avançadas em diferentes sentidos, em 1900, eu consegui, com os meus recursos financeiros particulares, abrir um picadão desde Piedade até a confluência dos Rios Juquiá e Assungui, no município de Iguape, objetivando a maior facilidade de comunicação e o seu encurtamento e, procedendo a sua quilometragem, certifiquei-me de que realmente era por esta última direção a linha mais curta e a mais apropriada sob todos os pontos de vista que vimos demonstrando.

Esse mesmo picadão foi consertado por mim em 1911, ainda por mim reconsertado, com algumas modificações de seus rumos em 1922 e, apesar de ser aberto com os mesmos defeitos dos outros, por falta de verbas, era ele, contudo, muito melhor do que os demais; tanto assim que aqueles desapareceram no emaranhado das matas dos quais em muitos trechos nem há vestígios.

E o meu picadão que já se tornou histórico, é o único que subsiste; ele jamais poderá ser esquecido, mormente agora, pois é por ele que vai sendo locada a grande Rodovia para Juquiá e Ribeira. Faço esta divagação em abono do meu primeiro período acima, como antecedente protesto a qualquer suposta paternidade que possa surgir sobre essa tentativa.

Agora vamos dizer algo sobre os panoramas deslumbrativos que prometemos em nosso artigo anterior.

A 5 quilômetros de Piedade, o grande tronco rodoviário bifurca-se; apesar disso, as duas estradas, a de Capão Bonito e a de Juquiá, no Km 10 de uma e de outra, transpõe o alto do Caetezal, ponto culminante deste município, com cerca de 1.100 metros sobre o nível do mar, e donde se avistam nada menos de partes dos territórios de 15 localidades, notadamente os 3 picos de Bofete, a Serra de Botucatu e Serra dos Cristais, a da Cantareira e a silhueta gigantesca da Serra do Mar, que desse alto está a 8 quilômetros.

Dali, as nossas vistas se prolongam pelo horizonte longínquo do planalto, até que ele se confunde com o majestoso zimbório celeste; mais perto, imitando a copa de um chapéu, se destaca a Serra do Ipanema, e, por cima da Serra de São Francisco, avistamos a superfície plana e ligeiramente ondulante do lago da São Paulo Electric Company.

É um panorama de múltiplas tonalidades que só os estetas o podem apreciar devidamente. Logo depois, a estrada do Juquiá atravessa o Rio Sarapuí, último tributário da Bacia do Tietê, e, subindo suavemente, ganha a vertente do Rio Turvo, tributário já do Paranapanema, e pelo divisor dos ribeirões Bonito e Batea. Deste divisor, no km 23, o "turista" recebe já as primeiras impressões da floresta próxima e sente-se envolvido numa paisagem atraente e inteiramente nova.

É verdade que os vales desses dois ribeirões não oferecem outras novidades, se não os da presença de nossos principais tipos de culturas: milho, feijão e batata; ao poente, se destacam algumas partes dos municípios de Pilar, Sarapuí e Sorocaba. Mas no quadrante sueste, as nossas retinas se deliciam com a ventura encantadora da variegada mataria que ainda reveste a cordilheira marítima, para além da qual erguem-se os picos azulinos da Cordilheira dos Itatins, alguns deles a 1.350 metros sobre o nível do mar, e numa extensão aproximada de duzentos quilômetros, desde a foz do Ribeira até a do Rio Peruibe.

Esses picos constituem uma das mais belas maravilhas da natureza; e para o vulgo, eles parecem ser encantados, porquanto são raros os dias em que os podemos ver em sua plenitude, às vezes os descobrimos por cima das nuvens ou das cerrações oceânicas e também dos rios e lagos de suas baixadas; a maior parte do tempo, eles permanecem encobertos pela densidade atmosférica. Logo adiante, o excursionista, depois do Rio Turvo, transpõe o "divortium acquarium" das vertentes do litoral, deixando as do Paraná, sobre o qual se estende a nossa estrada quase em nível numa distância de cerca de 8 quilômetros pelas bacias dos ribeirões Claro, Onças, Juquisinho e Corujas, todos da vertente sul e ainda em pleno sertão completamente despovoado.

Chegando ao Km 41, o viajor acha-se frente a um cenário inteiramente sugestivo onde a nossa imaginação se transfigura no mais empolgante dos sonhos, tal é a imponência com que se apresentam ali os mais diversos fenômenos terráqueos; ao longe, rendilhando com o mesmo matiz as bordas do manto do firmamento, destacam-se de novo os cumes altaneiros dos "Itatins", também conhecidos por "Botucururá", do tupi-guarani.

O primeiro quer dizer "pedra branca" e o segundo "cavalo das nuvens". Essas montanhas mostram as suas escarpas brilhantes de rochas nuas, pelas quais se deslizam as neblinas. Desse lugar, o observador ouve os murmúrios doces dos regatos cristalinos e também os frêmitos das grandes catadupas do Rio Juquiá, potencial latente que vem desafiando o arrojo e a sabedoria dos homens.

Concomitantemente, o espectador ali sente-se atraído por outros encantos: são os guinchos agudos dos quadrúmanos que saltitam e se balanceiam nos galhos e na ramaria entrelaçados das árvores seculares; são os pipilares dos jacutingas, dos macucos e dos urus; são as revoadas das maritacas, dos tucanos e dos periquitos que fogem espavoridos dos "gaviões condorius", rapinas possantes de plumagem branca que dominam a amplidão daquelas matas com seus voos majestáticos, dando de quando em quando assobios significativos, como se fossem os únicos soberanos daqueles sertões esquecidos; mais de perto, ouvimos o cantar alegre de outros pássaros, o zunir das abelhas ao néctar das tranças floridas, as danças irrequietas dos tangarás; e, nas clareiras por entre parasitas e orquídeas, surgem beija-flores no seu volitar rapidíssimo, nas suas cores cambiantes que mais perecem pedras preciosas do que animais vivos!

O picanço negro de topete vermelho, subindo pelos troncos, dá fortes bicadas neles, que se ouvem, de longe; na encosta da serra, pousada na copa de alguma árvore, a araponga com o canto metálico e vibrante, parece ritmar aquela orquestra silvática enriquecida com as modulações do sabiá-una que em nossas matas tem a faculdade de imitar os cânticos das outras aves.

No meio do conjunto dessas maravilhas da criação que se reúnem naquele pinturesco recanto da nossa pátria, o ser humano sente-se pequenino e ao mesmo tempo transportado para um outro mundo onde talvez não existam as malícias, as mentiras, os amigos ursos, os que dizem e os que se desdizem na mesma ocasião e tantas outras monstruosidades dessa decantada super - civilização que intoxicam os organismos sociais.


No próximo artigo, diremos ainda alguma coisa das belezas naturais daquele nosso "front". Piedade, 27 de agosto de 1933. Celestino Américo.



Croqui do Peabiru na América do Sul
Data: 01/01/2012
Créditos/Fonte: Andressa Celli
Baseado em: Bond, 2011(mapa


ID: 6202


Registros mencionados

1 de setembro de 1893, sexta-feira
Segunda Revolta da Armada
Atualizado em 25/02/2025 04:45:40

• Fontes (2)

• Pessoas (4): Antônio José Ferreira Braga (48 anos); Calixto de Paula Souza (32 anos); Celestino Américo ; Floriano Vieira Peixoto (54 anos)

• Temas (2): Assunguy; Estradas antigas

• Cidades (2): Rio de Janeiro/RJ; Sorocaba/SP

O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.

Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?



Quantos ou quais eventos são necessários para uma História?
Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.


Mary Del Priori, historiadora:

Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.

Lia Calabre, historiadora:

A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]

Quantos registros? Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:

- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).

- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.

- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.

- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.

- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.

- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.

Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.

Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.

Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.


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