'Introdução à História das bandeiras - XXII. Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960), Jornal A Manhã 0 18/01/1948 Wildcard SSL Certificates
font-size:75;' color=#ffffff
1948 - 1949 - 69 - 1948 - 1950 - 94 - 1948 - 1951 - 67 - 1948 - 1952 - 74 -
1944
1945
1946
1947
1948
1949
1950
1951
1952
Registros (64)Cidades (26)Pessoas (60)Temas (93)


   18 de janeiro de 1948, domingo
Introdução à História das bandeiras - XXII. Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960), Jornal A Manhã
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

•  Imagens (1)
  
  
  


Assim se explica que certos fatos da geografia americana, cuja, revelação deveria caber aos espanhóis, foram primeiramente conhecidos pelos bandeirantes de São Paulo e do Belém do Pará.

Caso típico é o do Rio Grande ou Guapaí que, junto ao Mamoré, engrossa, com o Guaporé, o Madeira, afluente por sua vez, do Amazonas. Durante o século XVI, os espanhóis consideraram o Guapaí como terminação do Maranhão (Mearim). Assim figura na carta de Gutierrez (1562) a que nos referimos. Nas várias relações quinhentistas de Santa Cruz de La Sierra e governação respectiva, publicadas por Jimenez de la Espada, continua a identificar-se o Guapaí com o Maranhão português.

Para melhor se compreender o significado deste erro, convém relembrar que Santa Cruz de la Sierra, tendo embora mudado de posição, quedou sempre situada cercas das margens daquele rio e no começo do larguíssimo trecho em que é navegável até às quedas do Madeira.

Mais tarde, em 1612, Rui Dias de Gusman, em sua "Argentina", continua a sustentar a mesma opinião. Finalmente, nas vésperas de 1650, em que Raposo Tavares e os seus companheiros desciam o rio toda a sua extensão, e depois de baixar a escadaria de ciclopes do Madeira, desembocaram no rio-mar, a cartografia dos jesuítas espanhóis fazia desaguar o Guapaí no Paraguai!

Aliás, até à viagem memorável do grande bandeirante domina entre os portuguese a falsa opinião de que Potosí e as demais cidades do Peru estavam muito próximas do Brasil. Para isso contribuiu grave erro de Lisboa na cartografia da América do Sul. Desviando muito para o leste o curso do Prata-Paraguai, para abranger na soberania portuguesa todo ou quase todo o vale platino, resultava que o Tocantins-Araguaia ocupava nas cartas da primeira metade do século XVII o lugar que na realidade pertencia ao Tapajoz e ao Madeira-Guaporé. No atlas de 1630, de João Teixeira Albernaz, que se guarda na Biblioteca de Washington, o curso geral e as fontes do Araguaia figuram a oeste do Paraguai!

Não espanta assim que os mitos geográficos e geográfico-humanos pululassem e tivessem resistido até ao século XVIII na pena dos cronistas mais conspícuos, como o Padre Lozano. Já nos referimos ao mito essencial da Ilha Brasil, ao qual veio agregar-se o da Lagoa Dourada, mito secundário. Ao lado desses, outros mitos, como o da Serra resplandecente, das Amazonas, o dos gigantes e pigmeus, esmaltaram a geografia e a cartografia dos primeiros séculos.

Servindo-se de todos esses dados míticos, um explorador, a cuja pena devem vários relatos verídicos e reais, não hesitou em misturar à narrativa das suas aventuras aquilo a que podemos chamar uma bandeira mítica. Esse relato, a que vamos referir-nos com alguma demora, posto que puramente fantasioso, não deixa de ter interesse. Faz-nos entrar no ambiente psicológico da época. Dá-nos a medida da importância dos mitos e de sua eficácia como possível incentivo da ação. Mostra-nos igualmente quanto as fraudes cartográficas acabavam por influir na mentalidade dos contemporâneos.

É o caso de Anthony Knivet quando, em 1597, resolve abandonar a bandeira de Martim de Sá, por alturas do Sapucaí ou do Rio Verde, isto é, no extremo ocidental da bacia do Paraná, para se internar para oeste. O aventureiro inglês e seus doze companheiros lusos de aventura resolvem, no dizer do primeiro, seguir para o Mar do Sul, quer dizer, para o Pacífico e o Peru. Passada uma semana, os aventureiros encontraram, além de pedras verdes, objetos de ouro em mãos dos nativos. "Ao deparar com tais pedações de ouro, e aquelas pedras, escreve Knivet, rendemo-nos conta de que estavamos muito perto ode Potesí". Mais adiante e quando narra a mesma aventura, acrescenta: "Sabíamos que não estavamos distantes do Peru e Cursco".

O aventureiro inglês limitava-se a reproduzir as opiniões correntes entre portugueses, às quais mistura as lendas, colhidas da boca dos nativos.

"Arribamos á seguir a uma vasta região divisando à nossa frente imensa e resplandescente montanha, dez dias antes de poder atingi-la, pois quando chegamos à região plana, fora das serras, com o sol em seu auge, não era suportável avançar na direção deste monte, em razão de seu brilho, que nos ofuscava os olhos".

O bom inglês dava como real o mito da Serra Resplandescente, que já Filipe Guilhem, nos meados do século, recolhera da boca dos nativos em Porto Seguro.



Jornal A Manhã
Data: 18/01/1948
Página 8


ID: 12956


1522ID: 27889
Portugueses (com a expedição de Aleixo Garcia) e espanhóis passam a...
Atualizado em 25/02/2025 04:46:56
•  Fontes (5)
  
  
  

1526ID: 23969
Segundo as noções geográficas de então, a região de São Vicente loc...
Atualizado em 25/02/2025 04:46:46
•  Fontes (2)
  
  

20 de julho de 1553, segunda-feiraID: 22499
Carta escrita por João de Salazar ao Conselho das Índias
Atualizado em 25/02/2025 04:39:01
•  Imagens (3)
•  Fontes (22)
  
  
  

1562ID: 22138
Mapa de Diego Gutiérrez
Atualizado em 25/02/2025 04:39:06
•  Imagens (1)
•  Fontes (2)
  
  

11 de fevereiro de 1584, sábadoID: 26980
Pedro Sarmiento de Gamboa funda a Ciudad Real de Felipe
Atualizado em 25/02/2025 04:46:36
•  Fontes (8)
  
  

14 de outubro de 1597, terça-feiraID: 20090
D. Francisco enviou Martim de Sá no rastro de Gabriel Soares e Diog...
Atualizado em 25/02/2025 04:41:32
•  Imagens (6)
•  Fontes (15)
  
  
  

15 de maio de 1648, sexta-feiraID: 5214
Expedição liderada por Raposo Tavares partiu do porto de Pirapitingui
Atualizado em 25/02/2025 04:39:07
•  Imagens (1)
•  Fontes (13)
  
  
  

15 de fevereiro de 1929, sexta-feiraID: 28297
Estrada Real, Koboyama
Atualizado em 25/02/2025 04:47:11
•  Fontes (10)
  
  
  

16 de fevereiro de 2023, quinta-feiraID: 28322
Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente?
Atualizado em 25/02/2025 04:47:10
•  Fontes (17)
  


• Registros (69)
• Cidades (26)
• Pessoas (60)
• Temas (93)

  César Augusto Gaviria Trujillo
n.1947

Nunca celebrarei a morte de um ser humano, primeiramente pela mãe dele, e pelos filhos dele, segundo, como presidente da Colômbia, queria ele preso.



Data:
Fonte: titulo



Brasilbook.com.br
Desde 27/08/2017
29951 registros, 15,659% de 191.260 (meta mínima)
664 cidades
5146 pessoas
temas

Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoes
Contato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP