O passado da periferia no presente da metrópole. Cláudia Regina Plens
2016 Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Por meio da Arqueologia do Movimento,no que se refere à interpretação dos caminhoscomo objetos e lugares de importância cultural,conseguimos avançar na compreensão do quefoi o primeiro núcleo colonial de Guarulhos,sendo esse um vasto território desde SãoMiguel Paulista, passando pelos atuais bairrosdos Pimentas e Bonsucesso e, provavelmente,seguindo para os bairros mais ao norte, que sededicavam à mineração de ouro.Esse vasto território, marcado por diversoscaminhos que apontam para uma rede integradapela qual a população local precisava se deslocarrecorrentemente em busca de venda, comprae troca, como apontado por Plens e Porto, ecorroborado por dados históricos, que enxergaperíodos de crise extrema em que a produção local não era capaz de abastecimento da populaçãolocal, como indicado por Vilardaga. Mais do queisto, Miranda (Relatório PIPAG, 2015; Anexos 5do Relatório PIPAG1) e Plens e Porto enxergamuma continuidade desse problema de abastecimento da população nos séculos seguintes demodo intensificado, até os oitocentos, por meiode problemas de intempéries que não possibilitava que a população local transitasse pelas viaspúblicas, fazendo sucessivas súplicas aos gestorespela manutenção dos caminhos.Embora não possamos nos embasar fielmente nos termos históricos adotados ao longodos séculos para designar áreas de aldeamentos,terras e etnias indígenas, pois são descritosao longo da história de múltiplas e variadasmaneiras, notamos que dados históricos levantados por Vilardaga corroboram a importânciaidentificada pela arqueologia, no texto de Plense Porto, quanto ao elemento religioso como umelo de reciprocidade entre moradores de regiõesdistantes, quando traz à tona que Luiz Fernandes Folgado, no outro extremo dos termos davila de São Paulo, em Santo Amaro, solicitava,ainda no século XVII, uma romaria a “NossaSenhora da Conceição dos Maromemis”. Se setrata dos primórdios da romaria para a Festa doBonsucesso, mesmo que se na região de centralde Guarulhos, em outra igreja, não sabemos, [O passado da periferia no presente da metrópole, 2016. Cláudia Regina Plens. Página 164]
mas a prática de procurar estabelecer vínculos com a comunidade local vem ocorrendo demodo contínuo desde o período inicial da mineração até os dias atuais.
Pela Arqueologia do Movimento, notamos três clusters de antigas estradas e caminhos. Oprimeiro, mais imbricado por diversas estradas que percorrem longos trajetos, o da sesmaria de Ururaí, desde São Miguel Paulista até os bairros ao norte dedicados à mineração em Guarulhos.
O segundo, na região central, com menor número de caminhos, que levam à região leste de Guarulhos, a área mineradora e, por fim, o terceiro cluster, constituído por diversos caminhos na região noroeste do município, região do Cabuçu.
Em meio à crise do século XVII em território paulista, levantado pela primeira vez por John Manuel Monteiro, notamos conjuntamente pelos dados históricos, por meio dos caminhos e toponímias, um deslocamento de assentamentos das famílias mais abastadas de Guarulhos. Se no início as famílias que lidavam com a mineração assentavam suas terras na primeira área de colonização, na parte setentrional da sesmaria de Ururaí, como atestado pelo testamento de Méssia Rodrigues que descrevia terras na “paragem serro das minas de Geraldo Correa até Juquery-mirim”, e outra em Urubuapira, que corria pelo “serro arriba para o sertão”, além de sua fazenda, concedida por sesmaria em 1619, que chegava até o rio Baquirivú, um outro testamento, de 1670, mostra que “no sítio que era de Estácia”, as famílias mais abastadas tinham dirigido suas propriedades para Caucaia, “no bairro de Nossa Senhora da Conceição”, na parte central do atual território de Guarulhos.
Nota-se, portanto, uma tentativa dasfamílias de melhores condições financeiras desair de terras menos produtivas, mais suscetíveisàs chuvas e alagamentos, para a região central,com terras menos íngremes e, portanto, maisprodutivas.Dessa forma, os dados levantados peloPIPAG possibilitam o entendimento da ocupação territorial em período colonial em trêsnúcleos distintos. De um lado, temos, na área da Sesmaria de Ururaí, a primeira ocupação [O passado da periferia no presente da metrópole, 2016. Cláudia Regina Plens. Página 165]
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