Iniciaremos, a título de exemplo, com o anarquista Joaquim Monteiro94. Ele era português, estucador (tipo de gesseiro), natural de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto. Era casado e tinha 30 anos em 25 de junho de 1920, data da sua expulsão do Brasil. As declarações prestadas por ele no seu processo de expulsão nos permitem remontar o período em que esteve no Brasil até sua prisão e posterior expulsão. No seu depoimento Joaquim Monteiro disse:
Que veio para o Brazil em mil novecentos e onze a fim de trabalhar honestamente, tendo deixado em sua terra natal a família, composta de mulher [e] filhos; que chegado, com facilidade empregou-se como estucador em uma construcção naaldeia campista; em mil novecentos e doze partiu para São Paulo tendo ido trabalhar umas obras na avenida Tiradentes de propriedade do Barão de Itatuhy; que algum tempo depois foi para Santos; finalmente em mil novecentos e dezesseis veio a esta capital em visita a um seu irmão, chegado de Portugal e não regressando mais a Santos, por conselho de seu irmão foi trabalhar na ilha de Paquetá [grifo nosso]
A fala de Monteiro realça questões trabalhadas no primeiro capítulo deste trabalho.