'Anais da Biblioteca Nacional volume 76 0 01/01/1956 Please click to see profile.
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Anais da Biblioteca Nacional volume 76
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  
  


A quarta expedição embarcou no Porto de Nossa Senhora da Conceição do Rio do Registro em 28 de agosto de 1769. Comandante dela Bruno da Costa Filgueiras, da Vila de Curitiba, com 24 camaradas, gente da mesma vila, mateiros e caçadores.

Embarcando em três canoas, navegou pelo Rio de Registro de Curitiba abaixo, e na distância de trinta léguas, que está a barra do Rio Petinga, deixando ali a maior parte do trem, e mentimentos, subiu por ele acima até dar em um rio da parte esquerda, a que deu o nome Rio Verde, enquanto foi navegável, a ver se se descobriu os Campos de Gorapuava, como Sua Majestade havia ordenado.

Para continuar a diligência de que estava encarregado, deixando ali as canoas, marchou por terra, levando os camaradas, as armas, e os mantimentos, que puderam, às costas. Andando quarenta dias pelos sertões adentro, foi ter o mesmo Rio do Registro, ao Porto de Nossa Senhora da Victória, aonde tinha chegado a primeira expedição comandada pelo tenente Domingos Lopes Cascais, parecendo-lhe que estava muito abaixo dos saltos grandes do mesmo rio, julgando estar perto dos Campos de Putrebu, ou Missões. Por estar entre o mato figurando-se-lhe os urros das onças, e tigres, que era gado, que andava em campo, voltou a dar parte do que tinha aparecido, e prover-se de mantimentos por se terem acabado, e passar só com a caça do mato; com três dias de volta encontrou a Bernardino da Costa, e José da Costa, seus irmãos, e outros mais, que iam socorrê-lo por ter entrado na quinta expedição, que se segue, e se uniu a esta, e continuou debaixo da ordem do comandando dela, o capitão Antônio da Silveira Peixoto.

A quinta expedição embarcou no mesmo Porto de Nossa Senhora da Conceição de Caiacanga em duas esquadras, aos 16, e aos 28 de outubro de 1769. Comandante o alferes da vila de Pernaguá, Antônio da Silveira Peixoto, com 85 praças, gente da mesma vila, prática em navegar.

Partiu a primeira esquadra aos 16 de outubro de 1769 do Porto de Nossa Senhora da Conceição do Rio do Registro em sete canoas, embarcando nelas o mesmo capitão com o alferes Antônio da Costa.

A segunda esquadra partiu do mesmo porto aos 28, comandada pelo tenente da mesma companhia Manoel Teles Bitancurt em nove canoas, levando todo o resto da gente e mantimentos pertencentes à mesma expedição.

Navegando esta pelo Rio do Registro abaixo, tendo chegado o dito capitão, o seguiu em procura da expedição de Bruno da Costa, que encontrando de volta com errada notícias nos Campos de Putrebu, e Missões, figurando-se-lhe tudo entre os matos, uniu a gente dessa esquadra à sua companhia como levava por ordem. [Páginas 10 e 11]

Vem outra carta escrita em Parnaguá ao 5 de janeiro de 1771, à Câmara de Pernaguá, para nomear um cirurgião que com o comandante e capelão,entrasse as expedições do sertão.

Carta escrita ao tenente Cândido Xavier de Almeida:

Na cidade de São Paulo recebi as contas, que me tem dado depois que desceu por esse rio abaixo, cujas me deram motivo de encucar s S. Ex. o seu bom préstimo, e quanto obrou até descobrir os Campos de Guarapuava e estabelecer-se, foi com bom acerto, e mereceu ser provido no posto de tenente da companhia do capitão Silveira e logo se passou o seu nombramento que se lhe registrou na Provedoria, e lhe não mando agora, por ter ido em cargas, que já mandei para a Vila de Curitiba e na primeira ocasião o farei.

A parte que deu da felicidade com que descobriu os Campos de Guarapuava, foi muito vem aceita, e serviu não só de gosto para mim, mas para todos os seus patentes e amigos da cidade de São Paulo, e ficavam esperando correspondessem os fins aos princípios. A planta do forte a que deu princípio nos mesmos campos mereceu aprovação de S. Ex., e pelo bem que pintou o medo de poder conservar-se e mais disposições que pretendia obrar, ficamos certos desempenharia e promessa de fatura da dita fortaleza, e sempre saberia conservar o crédito de oficial que deseja adquirir honra, para merecer os prêmios, que logaram os beneméritos, e com as boas notícias, que nos deu da bondade dos campos, que tinha descoberto, parti logo da cidade de São Paulo, para vir dar-lhe ás providências necessárias e socorros precisos, com que pudesse subsistir, e não houvesse motivo algum que o fizesse desamparar o posto, em que se achava, de que deu parte ficava fortificado.

Em Sorocaba recebi a parte, que me deu depois de chegar a êsse quarte de Nossa Senhora da Victória, em que me dizia, tinha saído dos campos, que descobrirá, com o fundamento de não ter mantimentos e poder ser atacado pelos nativos, tomando-lhes estes os caminhos, e não poder utilizar-se dos mantimentos que de cá lhe fossem, e por esta causa suceder-lhe alguma infelicidade. Esta parte ofuscou toda a glória, que podia ter merecido, sendo um oficial que deve ter obrigação de saber o regulamento, e mais ordens de Sua Majestade para ver o crime, que cometeu, e as penas, a que está sujeito, de que o não isento, enquanto não recuperar o posto, que abandonou sem ordem, nem motivo algum; pois a falta de mantimentos que diz não é atendível: porque tendo achado os paióis cheios de mantimentos, deles se podia prover pelo modo, que lhe fosse mais possível havê-lo dos nativos; munições sei, que as havia com muita abundância; as armas estavam boas; os nativos mostravam boa condições; logo que causas haviam, para largar uma praça, cuja planta serve de acusar a sua covardia?

Sei, que chegando os nativos ao barrando do rio tempo, que os 3 ou 4 soldados, que estavam embarcando a anta na canoa, apontando os nativos as flechas para eles, e batendo as palmas os mesmos soldados, os nativos substiveram os tiros das flechas, e virando estas as ofereceram ao mesmo soldado, e da parte que não tinham ferro: foi a tal rudez do soldado, que não soube tirar as facas da cintura, ou as próprias camisas, para darem aos nativos pelo benefício de lhe não tirarem a vida, mostrando eles queriam comunicação conosco, deixando vir os soldados com a canoa para outra banda do rio (...)

(...) Espero desempenhe o cenito, que formei, quando foi para esse sertão; assim para com mais brevidade se poder ir aos campos, logo que receber esta, suba pelo Petinga acima, ou por outro qualquer caminho que lhe parecer mais fácil do Porto de Senhora da Victória para cima, de modo que vá sair aos campos, que deixou, ainda que seja mais, ou menos acima, não importa. E logo que chegar aos ditos campos, me avise: e como se acha muita gente por lá, senão tiver forças, para se sustentar neles, se retire, e venha fazendo caminho o melhor que puder, até sair no Rio do Petinga ou a este Registro, e no Porto de Nossa Senhora da Victória esperará ordens, que lhe forem; mas é preciso até os 20 de janeiro estarem descobertos os campos, e haver notícia desse quartel de Nossa Senhora da Victória do que tem obrado: pois fico dispondo o mandar um oficial, que saiba conservar-se nos postos, a que chegar; e na mesma ocasião darei as mais providências, que me parecer.

Deus guarde a V. M. muitos anos. Fazenda dos Carlos, 17 de dezembro de 1770, Afonso Botelho de S. Paulo e Sousa. [Páginas 130, 131 e 132]


Registros mencionados

28 de agosto de 1769, segunda-feira
Terceira expedição real, do Caicanga, com a missão de explorar o rio do Registro
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

• Fontes (3)

• Temas (1): Apoteroby (Pirajibú)

• Cidades (4): Curitiba/PR; Guarapuava/PR; Paranaguá/PR; Sorocaba/SP

17 de dezembro de 1770, segunda-feira
Sorocaba
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

• Fontes (1)

• Pessoas (1): Afonso Botelho de Sampaio e Souza (n.1728)

• Cidades (5): Curitiba/PR; Guarapuava/PR; Paranaguá/PR; São Paulo/SP; Sorocaba/SP

Relacionamentos

Afonso Botelho de Sampaio e Souza (n.1728)
  Registros (7)
Apoteroby (Pirajibú)
  Registros (183)
Fortes/Fortalezas
  Registros (161)
Curitiba/PR
  Registros (325)
Guarapuava/PR
  Registros (44)
Paranaguá/PR
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São Paulo/SP
  Registros (3931)
Sorocaba/SP
  Registros (11544)

O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.

Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?



Quantos ou quais eventos são necessários para uma História?
Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.


Mary Del Priori, historiadora:

Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.

Lia Calabre, historiadora:

A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]

Quantos registros?

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:

- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).

- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.

- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.

- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.

- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.

- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.

Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.

Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.

Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.


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