Mapa do interior do Brasil entre a foz do Amazonas e São Paulo
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Este mapa é uma cópia manuscrita feita a partir do primeiro mapa de Goiás – 1750 – elaborado por ordem de Ângelo dos Santos Cardoso, secretário do Governador de Goiás, Dom Marcos de Noronha, e também a partir do segundo mapa da Capitania de Goiás elaborado, em 1751, pelo geógrafo, cartógrafo e engenheiro militar, Francisco Tosi Colombina por solicitação do mesmo governador. Isso é possível constatar pelo uso de textos de Tosi Colombina e por topônimos que só se encontram no primeiro mapa de Goiás, como: “Sobradinho”, “Corumbá”. Da lista dos “sítios” no mapa de Goiás de Ângelo dos Santos Cardoso, omite apenas o sítio “Barra” e acrescenta o sítio “Ilha Comprida”. Comparando com o de Tosi Colombina, acrescenta “Ilha Comprida” e “Missoens ou Aldeias dos P.P da Companhia de Castella proximamente erectas”. Vários rios que estavam só delineados nos dois mapas usados como referências foram nomeados. Mas, não possuem elementos que nos permitam descrever o motivo específico pelo qual foi elaborado. Para maiores informações sobre o contexto político, econômico e social em que os dois primeiros mapas de Goiás foram elaborados, sugerimos que se consulte o mapa n. 1 do acervo do Itamaraty e os mapas n. 20 e 21 do acervo correspondente ao AHEx – Arquivo Histórico do Exército, bem como o artigo do historiador Wilson Vieira Júnior, “Primeiros mapas da Capitania de Goiás”. (Cf. neste GUIA p. 32) O autor desta cópia suprimiu o longo texto dirigido a Dom Marcos de Noronha (Conde dos Arcos), Governador da Capitania de Goiás, no qual Tosi Colombina descreve os motivos pelos quais elaborou o mapa, bem como os meios usados. E aproveitou somente o texto que, no original, recebe o título de “EXPLICAÇÃO”, no qual Tosi Colombina apresenta uma detalhada instrução de como o mapa deve ser lido: a rota para a Província de Goiás é apresentada como um caminho que vai da Vila de Santos – Província de São Paulo até o Centro-Oeste. No trajeto, o cartógrafo assinala as rotas terrestres e pelos rios, individuando Vilas, Povoações, Roças, Sítios e Serras. Em alguns momentos, indica o número de dias aproximado de caminhada entre dois pontos da rota. Contudo, não transcreveu literalmente a “EXPLICAÇÃO” elaborada por Tosi Colombina, aproveitando apenas algumas informações e sintetizando outras, o que resultou em um texto bastante confuso. Em relação às Latitudes, o autor dessa cópia parece possuir melhores informações, pois, ao lado de alguns rios, faz observações a respeito dessas coordenadas. Assim, sobre o Rio Xingu, comenta: “Este rio Xingú supoemse chega athe 12 graos ao Sul e que tem as cabeceyras no caminho do Cuiabá para Goiyazes”. Para o Rio Guanapú afirma: “Naõ há nota de que este rio suba tanto asima”; “estas cabeceiras que se daõ ao Rio Guanapú Leitura paleográfica:Os puntinhos vermelhos denotaõ a derotta de Santos, S. Paulo, Ithú athé V.a Boa de Goyas; e d’esta athé a Natividade. Os puntinhos amarelos a/volta, que se fas para V.a Boa. Os pretos da Villa Boa athe o Cuyabá a derotta, e comunicaçaõ destas a villas, e do mato groço quando se vay por terra./Porque quando se vay em canoa, a maõ se deçe o Rio Cuyabá e dos Porrudos, e se sobe o Paraguay, e o Joru athé onde travessa o caminho de terra, o que/se segue deixando as canoas… os puntinhos pretos desde Araraytaguaba athe o Cuyabá pellos Rios Tiaté, Pardo, Camapoã, Cuxiim, Taquari, Paraguay/Chunér, Porrudos e Cuyabá, e os quais deçendo pella margem do Porrudos sobem em Paraguay, a Sapituba, denotaõ o caminho que fez Joaõ de Sousa de Azeve/do quando varou por terra athe o Rio Somidouro, pello qual decendo, e pello Rio Tapajós, e Amazonas foi ao gram Pará, donde voltando subio p.a o dito Amazo/nas, e Madera athe o Mato grosso… os puntinhos amarelos da V.a do Cuyabá, que sobem pela margem do dito rio, o atraverçam por terra athé dar no rio Preto, e no dos Arinos denotam a viagem de canoas, q. novam.te descobrisse, e faz communicavel a dita Villa com a cidade do Gram Pará… Os puntinhos pretos no/R. Tocantins, q. principiaõ onde saõ 2 sinais de sitios, q. começaõ as povoaçoens ou roças do Gram Pará denotaõ a viagem, q a gente da Nativid.e/embarcandose em canoas no pontal e feitose, a chegando em onze dias as ditas roças e destas athe os canais [ou?] como chamaõ Guarupés/em 2 dias, e por elles 3 dias, q tudo fazem 16 athe o Gram Pará; porem a subida impossivel, e a descida se fas em tem/po de chais: mais facil se poem a comunicaçaõ desta Villa com a cid.e do Gram Pará embacardo a 2 dias de viagem/ abaixo do Rio Vermelho, q entra no Rio Grd.e do cam.o de Cuyabá q com o nome de Araguaia entra no Tocantins/A sombra ou circulo amarello demarca a Capt.a de Goyas; nos cam.os q vem de S. Paulo a esta Villa e desta vaõ a/Nativid.e e voltaõ naõ se encontraõ matos de consideraçaõ, mais q o de Moggi na Comarca de S. Paulo, e o Matto/ grosso da Meia ponte nesta Capt.a que vaõ demarcados com arvoredos: os mais q se chama capoens por serem piquenos,/naõ se apontaõ: as terras, q se encontraõ estaõ demarcadas: os citios do cam.o de S. Paulo a esta Villa naõ estaõ/marquados, mas se apontaõ só os que se achaõ neste mappa em grande distancia do alistado.SantosS. VicenteFortaleza da Barra de SantosForte da BetiogaConceiçaõJaguapéCananeaS. PaoloParanahibaItúAraritaguabaSorocabaJundiahiMogiArrayal dos Bororos gov.do pello Corn.el Ant.o PirezS. CruzS. LuziaMeya PonteJaraguáOuro FinoFerreiroVilla Boa de GoayazAntaPiloensQuirixasGuarinosPilar ou PapoaamAgoa quenteTrahirazS. JoséS.a RitaMoquemChapada de S. GonçaloMorrinhos, ou Amaro LeiteCorriolaCarlos Marinho, ou S. FelizChapada de S. Feliz, ou de Carlos MarinhoCavalganteParanã ou ItiquiraArraiazBarra da Palma, ou terras novasDuroNatividadePontalDescoberta do CarmoMissoens, ou Aldeias dos P.P. da Comp.a deCastella proxim.te erectas.Ilha CompridaReferências:1 – VIEIRA JÚNIOR, Wilson; SCHLEE, Andrey Rosenthal; BARBO, Lenora de Castro. Tosi Colombina, autor do primeiro mapa da Capitania de Goiás? XXIV Congresso Brasileiro de Cartografia – Aracaju/SE – Brasil, 16 a 20 de maio de 2010.2 – FONTANA, Riccardo. Francesco Tosi Colombina: o cartógrafo do Brasil Central. Brasília: Ed. do Autor, 2009.3 – BARBO, L. C.; SCHLEE, A. R. A cartografia histórica e os caminhos de ocupação do atual Distrito Federal, In: Anais do III Simpósio Luso-Brasileiro de Cartografia Histórica. Ouro Preto/MG, 2009.4 – ALENCASTRE, José Martins Pereira de. Anais da Província de Goiás. Brasília, Ed. Gráfica Ipiranga Ltda. 1979.Fonte – Biblioteca Pública de ÉvoraMedidas – 82 cm × 65 cmData – [1750-1800]Localização – Gaveta IV – n. 32
"Planisfério de Cantino" Data: 01/01/1502 Créditos/Fonte: Biblioteca Estense, Modena, Itália Um dos primeiros mapas ainda existentes mostrando o território do Brasil. A linha do Tratado de Tordesilhas também está representada
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.