O Ibicuí, embora geralmente designado por esse único nome, étambém chamado Ibicuí-Guaçu por ter como tributários um IbicuíMirim do norte e outro do sul.Nas instruções espanholas de 1778 encontra-se outro exemplo norio Ipané, designado ora por este nome, ora pelo de Ipané-Guazú, paradistingui-lo do afluente Ipané-Miní.O mapa oficial de 1760 é documento da maior importância nestedebate, porque os defensores da causa argentina têm pretendido que,empregando o adjetivo guaçu, o Tratado de 1777 quis designar riodiferente do demarcado em 1759.Como estas questões de nome têm dado lugar a muitas confusões, épreciso ficar desde já estabelecido que o antigo Pepiri ou Pequiri, desde1760, passou a ser chamado Pepiri-Guaçu, mas conservou também oantigo nome de Pequiri em alguns mapas espanhóis.Com o nome de Pepiri-Guaçu ele figura no mapa de 1760, doscomissários da primeira demarcação (no 12 A); no de Silveira Peixoto,de 1768 (no 15 A); no do engenheiro Montanha, de 1773 (no 16 A); e node Olmedilla, de 1775 (no 17 A), mapa este de que se serviu o negociadorespanhol do Tratado de 1777 na discussão com o plenipotenciárioportuguês.Com o antigo nome de Pequiri figura em dois mapas construídosem 1768 e 1770 pelo mesmo Millau que o explorou em 1759 (nos 13 Ae 14 A). [Página 133]
demarcado em 1759 figura nos seguintes mapas (além de outrosmanuscritos) anteriores ao Tratado de 1777:1) América Meridional, de Silveira Peixoto, 1768, manuscrito;1472) Parte da América Meridional, por Alexandre J. Montanha, 1773,manuscrito;1483) América Meridional, de Olmedilla, 1775, gravado em Madri.Com o nome de Pequiri, nos dois seguintes mapas espanhóis:4) Capitania Geral do Rio da Prata, por Francisco Millau, 1768,manuscrito;1495) Território de Montevidéu e do Rio Grande, pelomesmo F. Millau, 1770, manuscrito.150O autor destes dois últimos mapas é o mesmogeógrafo espanhol que teve parte no reconhecimento de 1759. Ambosos mapas devem ser considerados oficiais, e o de 1770 traz até adeclaração de que foi feito por ordem de Bucareli, capitão general dasProvíncias do Rio da Prata. A linha de limites nele proposta passa peloPequiri e pelo Santo Antônio demarcados em 1759.O mapa de 1768, de Millau (no 15, vol. V), é também muitointeressante porque mostra os limites da ocupação espanhola e portuguesanaquele tempo e os territórios habitados por índios selvagens.Em ambos os mapas, o Pequiri (Pepiri-Guaçu) e o Santo Antôniosão os rios demarcados em 1759. O Uruguai-Pitã é o segundo rio [Página 186]
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro Data: 01/01/1901 Página 107
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.