'Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XLII - 01/01/1944 Wildcard SSL Certificates
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XLII
    1944
    Atualizado em 24/10/2025 04:31:33

    
    
    


para lustre da faniilia. Ainda apirs a niorte da mãe. dotava as sobrinlias casadouras. Grande sesmeiro, provocou o povoamentodas regiões vizinhas até Sorocaba, dando terras dc amor em gra-1647, há noticia de André Feriiandes ameaçandoos guaranis dos padres da Companhia no atual si11 de Mato Grosso. Que os fazendeiros de então sabiam muito bem onde buscarr, seu remédio.. . André, Baltazar e Domingos Fernandes frequentaram, pois,de cerca de 1600 3 1640, a região do Guairá em bandeiras escravagistas. Até 1634, porem, havia um ímã que os arrastava aParnaiba: era a mãe, falecida naquele ano.Por ordem de idade, mencionou o genealogista os restantesirmãos: Pedro Fernandes, Custódia Dias, Benta Dias, AngelaFernandes e Isabel Fernandes.Pedro faleceu solteiro; Custódia casou-se com Geraldo Betting, minerador, donde os Betim Pais Leme; Benta, casou-se, enão deixou geração; hngela, casada com Antônio de Oliveira,deixou 4 filhos menores, em 1613; Isabel, casada com GonçaloFerreira, deixou 3 filhos.Domingos Fernandes, o fundador de ItÚ, falek$o em 1652 ecasado com Ana Costa deixou grande descendência.% menur aúo capitão André Fernandes, que faleceu em 1642, e sua mulherjá era morta desde 1632; tinham o filho único padre Francisco,c André reconheceu os sete filhos naturais.REVISTA iQ INSTITUTU HIST~RIC[p. 210]

Resta-nos Baltazar Fernandes, cuja biografia vamos esmiuçar, não sem antes despedir-nos de Parnaiba.

Em 6 de julho de 1634 Suzana Dias ditou ao juiz João Mendes Geraldo as suas últimas vontades, presente o vigário João Pimentel, Gabriel de Lara, João Alvares Moreira, e outros muitos.

Parece que toda a gente se acercou da matrona "enferma emsua cama". Encomendou a Deus e aos santos sua alma, deseja~aser enterrada na igreja desta vila de que meu filho é padroeiro.Do primeiro matrimônio tivera sete filhos os quais todos eramherdeiros de seus bens. Do segundo, com Belchior da Costa, náolhe ficou herdeiro, mas ao casar-se Domingos Fernandes c0111 afilha deste, dera-lhe a legitima do ai. Alem disso dotara duas filhas de Belchior da Costa, e ao filho Manuel sustentara eni casaaté o casamento.A boa senhora criara tambem duas orfás, filhas naturais dePedro Fernandes, fazendo-as herdeiras neste testamento, e já nada devia à que casara com Manuel Coelho.Tambem nada devia da legitima paterna às suas quatro íilhas Custódia, Augela, Benta e Augustinha a quem havia feito osdotes. André Fernandes devia fazer casar sua sohrinha CustódiaDias, filha de Angela. Pagar-se-iam uma cavalgadura à filha Beilta, e mil réis a Augustinha.Os indios que ficavam como Andrb Fernandes - diz ela - "estavam em minha casa pelo bom tratamento que lhes fiz e nãopor direito que eu tivesse neles e por ser de sua vontade váo paraa casa demen filho".; que lhes ensinaria a doutrina, encaminliando-os ao serviço de Deus. Acalmava, assim remorsos de conciência à hora das contas, mas prolongava a escravidão dos que para.isso arrancados foram às selvas.

Em 2 de setembro de 1634, João del Campo y Bledina, redigiu em puro castelhano o termo de testamenteiro a favor de Baltazar Fernandes, "testamentero de su madre defunta que Dias aya . ..por ser verdad y en todo el tiempo constar, firmo este demy nombre..."

Em 30 de junho de 1635, reunidos os três irmãos André, Baltazar e Domingos assinaram o termo de composição amigavelpara pagamento das dividas maternas.André Fernandes em 1641, 8 de janeiro, dotou Suzana Dias,filha de Baltazar, com 40 peças de gentio da terra, um curral dtgado de Taquarivaí e "dez peroleiras de vinho de sua vinha".Igual foi o dote de Custódia Dias, outra filha de´Baltazar. Baltazar ainda estava em Parnaiba e em 6 de, maio havia dotado a suafilha Maria de Proença, com muitas cabeças de gado, um cavalo, [p. 211]

uma rasquinha, "um pequeno sítio na Ilha de S. Sebastião, próximo do arrecife junto à barra de um rio.. ."Domingos fundava a capela de Nossa Senhora da Catideláriade Ttú, cerca de 1615. Morreu em 1652..4ndré Fernandes parece que não voltou ao sertão. Morreuem 1641, com a idade de 63 anos.

Sozinho. Baltazar Fernandes resolveu abandonar de ver asua grande casa de Parnaiba e residir definitivamente nas terrasjá suas eonde se afazendara gelo menos desde 1634.

fi muito possivel que o desejo de imitar a André e Domingoslevasse Baltazar a fundar uma capela onde lhe sohrassem sufrágios após a morte. Entreviu certamente a importância do localque tão bem conhecia: verdadeira boca de sertão, pela paragem deSorocaba se atingia por terra o antigo Guairá e os campos deCuritiba, onde a pecuária começava a dar mostrasdo futuro. 0atual sul do Brasil era um livro aberto para aquela gente parnaibana: Gahriel de Lara, presente em 1634 junto ao leito de SuzanaDias, lá estava em Paranaguá, enquanto outro parnaibano, Baltazar Carrasco dos Reis iniciava o povoamento de Curitiha. Em1645, ele, os genros e os filhos se transportaram para o lugar chamado Sorocaba, a légua e meia do Itavovú ou São Felipe, Paraonde em 1611 D. Francisco de Sonsa permitira se transportasseo pelourinho que em 1600 erguera no Araçoiaba.

Nascido em 1579 ou no máximo 1580, Baltazar Fernandesestava pois com 65 anos de idade.Era ainda um homem forte. por sem dúrida. Fundador naidade em que merecia o descanso.Cerca do ano de 1600 casou-se Baltazar Fernandes com Maria de Zúnega, nascida na Vila Rica de Guairá, filha de Bartolomeu de Torales e de Violante de Zúnega.O casamento de Baltazar precedeu de 30 anos a transmigrasão das famílias do Guairá para São Paulo.E um verdadeiro romance de aventuras este tiamoro a tantasléguas, de um bandeirante com uma, digamos, siil-americana.Vê-se com nitidez a união simbólica das duas raças ibéricasno coração da .4mérica. Raças que o caldeamento com os guaranís renovou em proporções gigantescas.

Desse matrimônio nasceu em Vila Rica Maria de Torales, quese casou com outro vilarriquenho: Gabriel Ponce de Leon e comele e outros parentes se transplantou para São Paulo antes de1634 e depois de 1630.

Baltazar ficou certamente em Vila Rica os curtos atios outalvez meses de seu casamento. .4 filha, tão cedo orfã, só se trans-[p. 212]

existente. Fez-se mais tarde o convento. Os monges adotaramSantana como padroeira.Para Nossa Senhora da Ponte construiu Baltazar ainda outraigreja, depois matriz, hoje catedral.É um título notavel e único no Brasil e em Portugal. Por serde cor evidentemente local, trata-se uma ponte do rio Sorocaba,onde se fez a igreja a que trouxeram uma imagem de NossaSenhora.Esta imagem podia ser a Sossa Senhora cie Montesserrale,Qrago do Ipanema, ou outra do próprio Baltazar e é provavel quejá se chamasse Nossa Senhora da Potile antes da mudança do pelourinlio para o atual lugar, pois o Itavovú é à beira-rio e tinhaprovavelmente a primeira ponte.Enumerando os serviços de Baltazar a Sorocaba, seu filhoManuel não se refere a construçáo da ponte.Em 1652 havia morrido a segunda mulher de Baltazar, Isabel de Proença. Ele morreu mais,que octog.enário anbs de 1667 edepois de 1662.NOTUIAS1. Dom Diogo do Rego e Meiidonça a 16 de setembro de1639 é mencionado numa real cédula ao Vice-Rei do Perú, pararemédio e castigo dos portugueses de Sáo Paulo, coin FulanoPonce (deve de ser Gabriel), Fiancisco Sançhez, Fernando Melgarejo, Sebastião de Peralta e outros de nomes sul-americanos,como antigos "vecinos", moradores do Paraguai e que serviam - de guias às entradas dos bandeirantes, devendo ser remetidos emferros ao Conselho das jndias.A restauração, de 1640, e os vastos sertões impediram o cumprimento desta qrdem. Vê-se como em torno dos Fernandes, maxime de Baltazar que se casou na Vila Rica, gravitou a transmigrasáo daquela gente para São Paulo e o Brasil. (C£. Anais doMuseu Paulista, tomo V, pág. 137, documentação castelhana coligida pelo infatigavel A. de Taunay).2. Tambem o padre João de1 Campo y Medina, qiie, seaparece escrevendo em puro espanhol em fins de 1634,~no lestainento da niatrona dos Fernandes, é porque acabava de chegar,o padre Juan de1 Campo y Medina tambem foi honrosamente incluido naquela ordem de prisão. "Clerigo castellano que fué clerigo cura de Guairá", diz o docum~nto citado acima. Mas a prisão seria "usando de manha e recato possivel, afim de evitar al- orot tos". . . [p. 215]





OII!

Registros mencionados

6 de julho de 1634, quinta-feiraID: 32149
Suzana Dias ditou ao juiz João Mendes Geraldo as suas últimas vonta...
Atualizado em 24/10/2025 21:52:50
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2 de setembro de 1634, sábadoID: 20168
Falecimento de Suzana Dias
Atualizado em 25/02/2025 04:42:51
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  9 de dezembro de 1634, sábadoID: 20167
Balthazar teria deixado definitivamante “sua casa grande em Parnaíba”....
Atualizado em 20/10/2025 15:21:19
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16 de setembro de 1639, sexta-feiraID: 8969
O rei espanhol Felipe IV exigiu que Raposo Tavares fosse caçado a q...
Atualizado em 31/10/2025 03:29:50
•  Fontes (2)
  
  
  


  


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